A Intel enfrenta um período turbulento e, segundo fontes da indústria, a empresa estaria avaliando propostas que poderiam levar à sua divisão em duas partes: uma focada no desenvolvimento de produtos e outra dedicada à fabricação de chips. Essa possibilidade já despertou o interesse de gigantes do setor, como a TSMC e a Broadcom, que estariam de olho em eventuais oportunidades de aquisição.
De acordo com o The Wall Street Journal, a Broadcom já teria iniciado conversas informais com a Intel, enquanto a TSMC estaria analisando a formação de um consórcio de investidores para adquirir parte das fábricas da companhia. Caso se concretize, essa movimentação pode mudar significativamente o cenário da indústria de semicondutores.
Venda de fábricas para a TSMC? Pouco provável
A hipótese de a Intel vender suas instalações para a TSMC parece improvável, especialmente considerando o papel estratégico da empresa na fabricação de chips para o governo dos Estados Unidos. A Intel é responsável por produzir semicondutores customizados para o Departamento de Defesa dos EUA, o que tornaria difícil a aprovação de uma transferência de ativos para uma empresa estrangeira.
Além disso, a atual administração dos EUA tem priorizado a independência tecnológica do país, reforçando investimentos na produção nacional de chips. Nesse contexto, uma venda para a TSMC poderia enfrentar forte oposição governamental.
Intel enfrenta desafios financeiros e perda de mercado
As especulações sobre a reestruturação da Intel surgem em um momento delicado para a empresa. Em 2024, o segmento de fabricação da Intel registrou perdas de aproximadamente US$ 13,4 bilhões, e sua participação no mercado de processadores para inteligência artificial tem sido cada vez mais ameaçada por concorrentes como NVIDIA e AMD. Além disso, as ações da companhia caíram cerca de 60% desde o pico alcançado em 2021, aumentando a pressão sobre a sua direção executiva.
Diante desse cenário, a Intel precisa encontrar soluções para reverter sua trajetória financeira, mas uma separação completa entre desenvolvimento e fabricação ainda levanta dúvidas sobre sua viabilidade.
Intel reforça independência na produção de GPUs
Paralelamente a essas discussões, a Intel segue desenvolvendo sua nova geração de placas de vídeo dedicadas, com a arquitetura Xe3P. A companhia pretende fabricar esses chips internamente, sem recorrer a fornecedores terceirizados como a TSMC. Essa decisão reforça a estratégia da Intel de manter maior controle sobre seu processo produtivo e reduzir a dependência de empresas estrangeiras.
A GPU, chamada internamente de Celestial, estava originalmente planejada para ter duas versões: uma baseada no nó de fabricação Intel 3 e outra utilizando o processo de 3 nm da TSMC. No entanto, se a Intel realmente optar por fabricar tudo internamente, ambas as variantes podem adotar o nó Intel 3, com a possibilidade de migrar para o Intel 18A no futuro.
A expectativa é que essa nova GPU estreie junto à linha de processadores para notebooks Panther Lake no final de 2025, com um lançamento mais amplo no início de 2026. Embora a Intel siga enfrentando desafios, suas opções estratégicas ainda permanecem em aberto.