Um usuário do Reddit relatou sua experiência ao visitar uma loja de informática em Tóquio. O que viu ali o surpreendeu: prateleiras bem abastecidas, preços acessíveis e uma RTX 3080 usada sendo vendida por cerca de 50.000 yen, algo em torno de US$ 340, ou R$ 1.913, em conversão direta. Para ele, a situação contrastava fortemente com o cenário inflacionado de países como os Estados Unidos, onde a mesma GPU pode custar mais que o dobro.
Mais do que uma curiosidade pontual, o caso abriu espaço para uma discussão mais ampla no tópico. O ponto central? A crise de escassez parece ser localizada. Em países como o Japão, onde a demanda é alta mas o mercado é estável, os preços seguem em linha com o esperado — ou até abaixo. A AMD, inclusive, viu suas vendas crescerem quase 50% por lá nos últimos meses.
Preço, não estoque: o verdadeiro gargalo no Ocidente
Nos comentários, a comunidade logo entrou no debate. Vários usuários europeus afirmaram que a escassez já não é mais o principal desafio. Em lugares como Alemanha ou Países Baixos, encontrar uma GPU não é difícil. O problema está nos preços. Uma RX 9070 XT, por exemplo, aparece em lojas da Holanda por €750 ou mais, enquanto o valor sugerido pela AMD é consideravelmente menor. No Brasil esse modelo ultrapassa facilmente os R$ 5.500.
Como resumiu um dos participantes: “Não falta placa de vídeo no mundo. O que falta é bom senso nos preços. Não estamos loucos de pagar o valor de um carro usado por uma GPU.”
Alternativas mais antigas continuam valendo a pena
Apesar do interesse por modelos de ponta como a RTX 4090 ou a RX 7900 XTX, muitos jogadores têm optado por placas mais acessíveis e ainda bastante competentes. Modelos como a RX 6650, RTX 3060 ou A RTX 4060 foram citadas como opções equilibradas entre custo e desempenho.
Mesmo assim, o preço dessas GPUs também tem subido de forma desproporcional. As versões com 8 GB de VRAM, em especial, seguem em alta, desafiando a lógica do mercado, especialmente em plataformas como o Steam onde dominam em participação. As placas com essa quantidade de memória representam 34.25% na plataforma da Valve, segundo dados de abril.
E se o futuro da tecnologia estiver no Japão?
A conclusão, ainda que carregada de humor, foi quase unânime entre os participantes da discussão: talvez a melhor escolha seja mudar de país. Viver no Japão, afinal, pode significar acesso a tecnologia de ponta com preços que fazem mais sentido — ou, ao menos, não exigem vender o carro para montar um PC gamer decente.