As linhas PCI Express e o P55

Outra mudança importante é a inclusão de 16 linhas PCI Express 2.0 dentro do próprio processador, o que fez com que o Lynnfield passasse a executar todas as funções que na plataforma i7 são executadas pelo chipset X58. Embora não traga mudanças com relação ao desempenho, essa mudança permitiu que a Intel simplificasse a plataforma, eliminando a necessidade de utilizar o barramento QPI (que no i7 liga o processador ao X58). Outra vantagem da integração é a redução no consumo elétrico total, já que ao serem movidos para dentro do processador, os transistores do controlador PCI Express passaram a ser fabricados usando a mesma técnica de 45 nanômetros que ele.

Estas mudanças alteraram bastante o layout do processador, com o controlador PCIe ocupando um grande espaço do lado direito. Mesmo com a redução no controlador de memória e a remoção do QPI, a contagem de transistores sumiu para 774 milhões (43 milhões a mais que no Bloomfield), consequência do grande espaço ocupado pelo controlador PCIe:

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Você poderia se perguntar por que a Intel esperou para incorporar as linhas PCI Express no Lynnfield, em vez de simplesmente incorporá-las já no Bloomfield, para que elas equipassem as versões iniciais do i7. A resposta é um detalhe simples: o Lynnfield possui apenas 16 linhas PCI Express, enquanto o Bloomfield e o X58 oferecem 36 linhas no total. Caso incorporasse as 36 linhas diretamente no processador, o Bloomfield teria um volume de transistores muito maior e a Intel teria dificuldades em manter o TDP de 130 watts para o processador, daí o uso do X58 no Core i7.

Com as mudanças, o chipset perdeu muito de sua importância, assumindo um posto secundário. O primeiro chipset para a plataforma LGA1156 é o P55, que é basicamente uma versão atualizada do antigo chip ICH10 que era usado como ponte sul nos chipsets anteriores. Ele é fabricado usando uma técnica de 65 nm (a Intel sempre aproveita o maquinário usado na geração anterior de processadores para fabricar chipsets) e utiliza um encapsulamento similar ao usado nos antigos processadores Pentium-M com core Dothan:

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O P55 é um chip relativamente simples, que concentra as portas USB, SATA e 8 linhas PCI Express adicionais, que é conectado ao processador através de um link DMI de 2 GB/s. Seguindo a mudança, o chip passou a ser chamado de Platform Controller Hub (PCH), indicando a redistribuição das funções:

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Com mais funções sendo movidas para dentro do processador, as placas baseadas no P55 se tornaram bem mais simples, adotando um layout mais limpo que nas plataformas anteriores, com a posição central onde ficaria a ponte norte do chipset dando lugar a um espaço quase vazio com apenas alguns chaveadores ou reguladores de tensão.

Um bom exemplo é a MSI P55-GD65, onde os dois grandes dissipadores com o heat-pipe são destinados aos reguladores de tensão, e o P55 propriamente dito (posicionado entre os dois slots PCIe) recebe apenas um dissipador simples:

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Assim como todas as placas baseadas no P55 que utilizam dois slots PCIe, ela utiliza uma configuração compartilhada, onde cada slot recebe 8 linhas. A divisão é feita por um quarteto de switchs PCIe instalados na placa:

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A ideia de dividir as linhas PCIe entre dois slots nunca soa muito bem, mas como o P55 utiliza o PCIe 2.0, a perda acaba não sendo muito grande (já que, com o dobro da banda por linha, um slot PCIe 2.0 x8 oferece a mesma taxa de transferência que um slot PCIe x16 antigo).

O uso dos switchs PCIe aumenta o custo da placa, por isso os fabricantes geralmente os utilizam apenas em placas de médio e alto custo. No caso das placas mais baratas a solução mais comum é ligar as 16 linhas oferecidas pelo processador ao primeiro slot e equipar o segundo slot com apenas 4 linhas roubadas do chipset P55 (o “x16, x4” que aparece nas especificações). No caso delas você encontrará um “PCIEX4” decalcado no segundo slot:

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Algumas placas, como por exemplo a Gigabyte P55-UD6, combinam o uso dos switchs com o uso das 4 linhas roubadas do chipset para oferecer 3 slots x16. Nesse caso, os dois primeiros oferecem 8 linhas e o terceiro oferece 4 linhas.

Uma quarta possibilidade, esta restrita apenas às placas high-end é combinar o chipset P55 com um chip nForce 200 (como no caso da EVGA P55 FTW 200), que oferece 32 linhas PCIe adicionais, permitindo o uso de dois slots x16. Nesse caso, o chip nForce 200 é conectado ao processador através das 16 linhas disponibilizadas por ele, criando uma solução estranha, onde as placas possuem 32 linhas até o chip, mas apenas 16 linhas dele até o processador. Como pode imaginar, esse cruzamento melhora apenas a comunicação entre as placas, mas não faz nada para melhorar a comunicação entre elas e o processador. Você não vai encontrar o nForce 200 em muitas placas P55, pois essa é uma solução que realmente não faz sentido.

Continuando, é importante enfatizar também que o fato de usar dois ou três slots não torna a placa automaticamente compatível com o SLI, já que é necessário que o fabricante submeta a placa ao processo de certificação e pague os royalties à nVidia. Sem isso, uma flag no BIOS bloqueia a ativação do SLI por parte dos drivers, muito embora você ainda possa usar a segunda placa para o processamento dos efeitos de física (Physics). O processo de suporte ao CrossFire X por outro lado é bem mais simples, o que faz com que quase todas as placas dual-slot ofereçam suporte a ele.

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