O Lisa e o Macintosh

Naturalmente, a Apple não ficou sentada durante este tempo todo. Além de continuar aperfeiçoando a linha Apple II, a empresa começou a investir pesadamente no desenvolvimento de computadores com interface gráfica e mouse. A “inspiração” surgiu numa visita de Steve Jobs ao laboratório da Xerox, onde computadores com interface gráfica eram desenvolvidos desde a década de 70, embora sem sucesso comercial, devido ao custo proibitivo.

Em 1983, eles apresentaram uma grande novidade, o Lisa. Em sua configuração original, o Lisa vinha equipado com um processador Motorola 68000 de 5 MHz, 1 MB de memória RAM, dois drives de disquete de 5¼” de alta densidade (eram usados discos de 871 KB), HD de 5 MB e um monitor de 12 polegadas, com resolução de 720×360. Era uma configuração muito melhor do que os PCs da época, sem falar que o Lisa já usava uma interface gráfica bastante elaborada e contava com uma suíte de aplicativos de escritório à lá Office. O problema era o preço: 10 mil dólares da época (suficiente para comprar 5 PCs).

Apple Lisa

Embora não houvesse nada melhor no mercado, o Lisa acabou não atingindo o sucesso esperado. No total, foram produzidas cerca de cem mil unidades em dois anos, porém a maior parte delas foram vendidas com grandes descontos, muitas vezes abaixo do preço de custo (como um lote de 5000 unidades vendido para a Sun em 1987, depois que o Lisa já havia sido descontinuado). Como a Apple investiu aproximadamente US$ 150 milhões no desenvolvimento do Lisa, a conta acabou ficando no vermelho.

Apesar disso, o desenvolvimento do Lisa serviu de base para o Macintosh, um computador mais simples, lançado em 1984. Ao contrário do Lisa, ele fez um grande sucesso, chegando a ameaçar o império dos PCs. A configuração era similar à dos PCs da época, com um processador de 8 MHz, 128 KB de memória e um monitor de 9 polegadas. A grande arma do Macintosh era o MacOS 1.0 (derivado do sistema operacional do Lisa, porém otimizado para consumir muito menos memória), um sistema inovador sob vários pontos de vista.

Ao contrário do MS-DOS, ele era inteiramente baseado no uso da interface gráfica e mouse, o que o tornava muito mais fácil de ser operado. O MacOS continuou evoluindo e incorporando novos recursos, mas sempre mantendo a mesma ideia de interface amigável.

MacOS 1.0, ainda monocromático

Depois do Macintosh original, a Apple lançou um modelo atualizado, com 512 KB de memória RAM. Para diferenciá-lo do primeiro, a Apple passou a chamá-lo de Macintosh 512k. O modelo antigo continuou sendo vendido até outubro de 1985 como uma opção de baixo custo, passando a ser chamado de Macintosh 128k.

Pouco tempo depois foi lançado o Mac Rescue, uma placa de expansão que ampliava os 128 ou 512k de memória para 4 MB (algo assustador para a época) e dava “de brinde” um ramdisk de 2 MB para armazenamento de arquivos e programas (as primeiras versões do Mac não possuíam HD). O Mac já utilizava um recurso de hibernação, de forma que muita gente nunca desligava o aparelho, apenas o colocava pra dormir, preservando os dados do ramdisk. Embora fosse um upgrade muito bem vindo, o Mac Rescue não foi muito popular, pois era caro demais.

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