Mini-review do Dreamlinux

Embora tenha começado como um projeto nacional, voltado para usuários do Brasil, o Dreamlinux seguiu um caminho diferente, passando a ser desenvolvido primariamente em inglês. Esta mudança permitiu que o projeto atraísse um grande volume de usuários e colaboradores de outros países, e, ao mesmo tempo, evitasse as críticas e escaramuças a que distribuições nacionais são normalmente submetidas. Isso permitiu que o projeto crescesse e, curiosamente, passasse a ser mais respeitado mesmo dentro do Brasil.

Página oficial: https://www.dreamlinux.com.br/
Fórum (inglês): https://www.dreamlinuxforums.org/
Documentação: https://wiki.dreamlinuxforums.org/
Download: https://www.dreamlinux.com.br/download.html

A proposta básica do Dreamlinux é oferecer um sistema com todos os apetrechos visuais e um visual inspirado no MacOS X, mas que seja ao mesmo tempo leve e rápido. A versão primária do sistema é baseada no XFCE (o que garante um consumo de memória RAM e processamento mais baixo que na maioria das outras distribuições), com a opção de uma versão baseada no Gnome. O sistema inclui também um conjunto completo de codecs, plugins e de players de mídia.

Na configuração padrão, a barra de tarefas é posicionada no canto superior e combinada com o Engage, que é um lançador de aplicações que imita do Dock do MacOS X. Ele inclui também uma versão pré-configurada do Compiz-Fusion, que pode ser ativada através do painel de controle caso o suporte 3D para a placa de vídeo esteja disponível.

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Assim como tantos outros live-CDs, o Dreamlinux começou como uma remasterização do Knoppix, que incorporou também elementos do Morphix e de algumas outras distribuições. Até a série 2.x era usado o instalador do Morphix, mas a partir da versão 3.0 migraram para um instalador próprio (o “/usr/local/bin/dli.rb”).

Ele utiliza uma interface simples, onde você indica o nome da máquina, e o login do usuário padrão, define as senhas, indica a partição de instalação e o local de instalação do grub e clica no “Apply” para iniciar a instalação, sem opções adicionais.

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A configuração do sistema é feita através de um configurador próprio, o “Dreamlinux Control Panel” (que corresponde ao script “/usr/local/bin/dcp.rb”), que agrupa os demais scripts disponíveis no sistema, uma lista que inclui ferramentas de configuração de hardware, configuração de rede, serviços, usuários e grupos, instalação dos drivers da nVidia e opções visuais.

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Ele é complementado pelo “Easy-Install”, que oferece scripts de instalação para alguns aplicativos populares e pelo “MkDistro”, uma ferramenta de remasterização que permite gerar uma cópia modificada do sistema a partir de uma instalação no HD, ou diretamente a partir do live-CD. A idéia é que você simplesmente personalize o ambiente como quiser e em seguida use o MkDistro para gerar o ISO da versão modificada.

Quase todos os utilitários foram escritos em Ruby, com alguns poucos escritos usando o Lua ou shell-script. A maioria dos scripts não possuem muitas funções de fallback (ou seja, quando algo dá errado, você fica simplesmente sem saber o que aconteceu) e não oferecem legendas ou mensagens de ajuda, presumindo que você conheça as opções mostradas e saiba o que fazer.

Outro problema é que a predominância de scripts próprios, que duplicam funcionalidades básicas, como instalar o sistema ou configurar o grub, acabam fazendo com que o sistema tenha muitos bugs (já que a carga de desenvolvimento sobre a pequena equipe se torna muito maior) e faz com que o conhecimento acumulado ao utilizar o Dream não seja portável para outras distribuições.

O suporte a internacionalização é também bastante deficiente. Mesmo depois de alterar linguagem padrão do sistema no painel de controle e reiniciar, é necessário instalar manualmente os pacotes de internacionalização e traduzir manualmente vários dos menus para usar o Português ou qualquer outra língua.

Essa combinação de fatores fazem com que ele seja uma distribuição peculiar, que ajuda você a pensar “fora da caixa”, oferecendo um jeito de ser diferente do de outras distribuições. Seria difícil recomendá-lo como distribuição principal, mas sem dúvidas ele merece um teste.

Excluindo todos os scripts e personalizações, o Dreamlinux se comporta como uma instalação regular do Debian, o que permite que você arregace as mangas e configure o sistema manualmente sempre que necessário, instalando softwares adicionais pelo apt e executando manualmente configurações não previstas dentro do painel de controle.

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