Criando um feed RSS manualmente

Introdução ao RSS

Como criar um feed RSS para seu site? O assunto é simples, mas é ao mesmo tempo, complexo, pois existem uma série de diferenças entre as versões do RSS e do ATOM. Mas isso não chega a ser um problema “muito grande”, pois a maioria dos programas agregadores reconhecem vários formatos. Comentarei aqui sobre o RSS 2.0, o mais fácil de se criar e editar manualmente. Vou abordar a criação manual, não a criação usando serviços on line nem programas. Tudo o que você vai precisar é um editor de textos puro e, é claro, um site relativamente atualizado. Mas antes vem a clássica pergunta: “O que é RSS?”.

Se você procurar na Internet, provavelmente encontrará algumas informações que lhe deixarão confuso(a) num primeiro momento. A grande Wikipedia esclarece de forma clara e técnica:

RSS é um subconjunto de “dialetos” XML que servem para agregar conteúdo ou “Web syndication” podendo ser acedido mediante programas/sites agregadores. É usado principalmente em sites de notícias e blogs.

A abreviatura do RSS é usada para se referir aos seguintes padrões:

  • Rich Site Summary (RSS 0.91)
  • RDF Site Summary (RSS 0.9 e 1.0)
  • Really Simple Syndication (RSS 2.0)

A tecnologia do RSS permite aos usuários da internet se inscreverem em sites que fornecem “feeds” (fontes) RSS. Estes são tipicamente sites que mudam ou atualizam o seu conteúdo regularmente. Para isso, são utilizados Feeds RSS que recebem estas atualizações, desta maneira o usuário pode permanecer informado de diversas atualizações em diversos sites sem precisar visitá-los um a um.

Os feeds RSS oferecem conteúdo Web ou resumos de conteúdo juntamente com os links para as versões completas deste conteúdo e outros metadados. Esta informação é entregue como um arquivo XML chamado “RSS feed”, “webfeed”, “Atom” ou ainda canal RSS.

Apesar de clara, essa definição fica técnica e seca demais. Vou definir então o “conceito” de RSS.

Imagine que os visitantes do seu site ou blog pudessem ficar sabendo das novidades do seu site sem precisar entrar nele. Eles seriam notificados automaticamente quando você postasse um novo tópico, por exemplo, e poderiam decidir se iriam querer ou não ver o que você postou. Você não gastaria nada com propaganda, nem precisaria ficar mandando e-mails para um monte de gente, o que traz várias vantagens por si só: você nunca seria taxado de SPAMMER, e os e-mails das pessoas seriam menos divulgados em listas de SPAM, do ponto de vista “do usuário”.

A pessoa se cadastra e descadastra da “assinatura” sempre que quiser, tudo automaticamente. Isso seria muito bom: hoje, cada vez mais informação está distribuída na Internet, e as pessoas não têm tempo de ficar indo em todos os sites que gostariam, para ver se tem novidades ou não. Fora que muitas vezes, a pessoa entra uma semana inteira, e nada do produtor atualizar o site. Ela vai então ampliando o tempo de entrada, até se esquecer completamente do seu site.

Mas, com o RSS, tudo isso acaba. A pessoa recebe as atualizações praticamente na hora, sem trabalho; o único trabalho seria, para o usuário, assinar (“cadastrar”) os sites desejados, e para o produtor do site, atualizar o arquivo do RSS a cada alteração ou novidade significativa no site.

A aparência dos textos da chamada seria dinâmica, definida de acordo com as configurações do leitor/agregador da pessoa; ela poderia receber as novidades de todos os diferentes sites desejados com uma mesma formatação, que lhe agradasse, sem que você precisasse se preocupar com isso, pois os textos seriam basicamente mensagens em texto puro. Imaginou? Tudo isso existe há um bom tempo, ainda não está “tão” difundido, mas anda cada vez mais. Navegadores recentes já incorporam leitores próprios (que normalmente adicionam as páginas aos favoritos), e há aqueles que usam softwares “agregadores de RSS”, que trazem para a área de trabalho do computador das pessoas o conteúdo atualizado. Existem ainda sites que permitem o cadastro de RSS on line, permitindo acesso de qualquer computador, como portais de páginas iniciais (Yahoo, Google, e até o GMail, etc), o orkut, e alguns sites diretamente voltados a isso.

A criação manual do feed

Para quem tem blog ou site similar… Diversos provedores de blog já criam automaticamente o arquivo para o blog, mas você pode criar um isolado sem muitas dificuldades, ou até mesmo se você tem um “site”, e não um blog. Já aviso que a atualização manual é boa, mas poderá ser cansativa se seu site for atualizado freqüentemente (assim como é bom mexer no HTML diretamente, mas é cansativo atualizar muitas páginas sem usar editores visuais ou gerenciadores de conteúdo).

Você deve criar um “feed”, um “alimentador” RSS, que é basicamente um arquivo de texto, com a extensão que você quiser, e pedir aos usuários para que cadastrem esse feed nos seus leitores. O conteúdo desse arquivo é baseado em XML, e no RSS 2.0 tem a seguinte sintaxe:

<?xml version=”1.0″?>
<rss version=”2.0″>
<channel>

<title>Titulo do seu site</title>
<link>http://www.endereçodoseusite.com.etc</link>
<description>Descrição do seu site</description>

<item>
<title>Atualização mais nova, mais em cima</title>
<link>http://seusite.com.etc/noticias/maisnova</link>
<description>Essa eh a noticia mais nova do meu site. Bla, bla, bla.</description>
</item>

<item>
<title>Noticia mais antiga, mais embaixo</title>
<link>http://seusite.com.etc/noticias/maisvelha</link>
<description>Essa eh a mais velha. Bla, bla, bla.</description>
</item>

</channel>
</rss>

Salve esse arquivo no seu servidor web, e indique o endereço como feed para os visitantes. É comum dar a extensão “.xml” ou “.rss” ao arquivo do feed, mas você pode dar qualquer uma. Você pode pegar em algum site a imagem que contém o “logo” do RSS, um retângulo laranjinha escrito “RSS” ou “XML”, assim fica uma forma fácil de identificar para quem quiser ir direto ao seu feed. Outro logo visado é o incorporado no Mozilla Firefox, seguido depois pelo IE7 e por diversos outros navegadores. No site www.feedicons.com você encontra vários ícones, em diversos tamanho e formatos, inclusive facilitando a troca da cor, caso não goste do laranja.

Comentando a estrutura do arquivo: esse está em RSS 2.0, o mais fácil de ser editado manualmente (sem ser por programas nem sistemas de gerenciamento de conteúdo).

Basicamente temos a definição do “canal”, você pode ter canais diferentes para diferentes seções do seu site (ou até mesmo feeds diferentes, um em cada arquivo). Logo depois da definição do canal (channel) vem o nome do canal, o site ou página referente a ele e uma breve descrição. A partir daí, cada “notícia”, “manchete” ou “atualização” deverá ficar entre o par de “tags” <item> e </item>. Vá removendo com o tempo os mais antigos, e coloque os mais recentes sempre mais para cima, basicamente copiando e colando, tomando o cuidado de inserir no local certo (se você mexe com criação de sites, suponho que você domine bem o HTML, senão nem dá pra se aventurar a mexer com essas coisas, né… Dominando o HTML, o XML é moleza.

Para cada item defina o título da “manchete”, a página que será aberta quando o usuário clicar nela (“se” ele vier a clicar), e uma breve descrição. Seja realmente breve na descrição, mas fale tudo o que puder dar uma visão geral do texto referenciado. Uma descrição longa vai fazer a pessoa perder o interesse, na sede de buscar informações rápidas, batendo o olho em muuuitos feeds de outros sites que porventura tenha por ali, no seu agregador. E do lado oposto, uma descrição básica demais, poderá fazer com que a pessoa não saque de primeira o que você mudou no seu site, o que há de novo, etc. Aí ela poderia perder o interesse em clicar quando, na verdade, poderia estar clicando – tanto recebendo conteúdo para ela, como acessando seu site.

É comum que os blogs coloquem todo o texto das postagens no feed, além do que um formato semelhante é usado em podcasts, onde se “anexa” um arquivo ao item, e o programa (cliente do podcast) baixa o áudio (ou o que quer que seja!) automaticamente. Mas isso fica de fora desse artigo.

E como os usuários receberão as novidades? Basta você atualizar seu arquivo quando tiver modificações interessantes no seu site, ou qualquer coisa que você ache bom que seus usuários/visitantes fiquem sabendo. Como falei, o processo será automático.

Na verdade, os agregadores ficam “baixando” de tempos em tempos os feeds, para poderem exibir as atualizações. Em alguns casos, como é comum em navegadores (como o Firefox 2, por exemplo), eles atualizam os feeds na inicialização. Não vem a ser “tão” preocupante o download dos feeds (em quesito tráfego de dados do site), pois eles não passam de um arquivo de texto, que é bem pequeno – a menos que você mantenha no feed chamadas para atualizações de 10 anos atrás do seu site, e que ele seja muito atualizado, ou ainda com textos looongos.

Dica para divulgação

Além de links para o arquivo do feed diretamente (usando o ícone “universal” do RSS ou não), vale a pena colocar isso no cabeçalho das páginas, entre <head> e </head>:

<link rel=”alternate” type=”application/rss+xml” href=”http://www.seusite.com.etc/seufeed.rss” title=”Titulo do seu RSS”>

(Na verdade isso de colocar “dentro do cabeçalho” não é tão essencial, pode ser onde você quiser :p isso era problema com navegadores muuuito antigos, mas ainda é altamente pregado por conservadores ou professores “clássicos” de HTML…)

A inserção desse código nas páginas faz com que os navegadores atualizados na onda do RSS exibam um ícone de RSS (normalmente, à direita da barra de endereços), onde o usuário pode clicar para cadastrar o feed. Como é uma tendência a ser um “padrão”, é bom seu site colocar, isso facilita as coisas para o usuário – facilitando o acesso ao seu site, você só terá mais acessos, e o melhor: realmente direcionados, não acessos meramente estatísticos.

Evite confusão: O “feed” é o “alimentador”, vem a ser o arquivo que você deve criar para indicar às pessoas. A “URL do feed” é justamente o endereço desse arquivo na Internet, que deve estar disponível 24h por dia (a menos que você queira que seus visitantes percam algumas atualizações a tempo…). O “agregador” é o software ou serviço cliente, que os usuários usarão para visualizar o conteúdo do seu feed. Ele “agrega” num local centralizado para o usuário final, feeds de diversos sites de seu interesse, e então a pessoa decide qual irá ler (podendo, é claro, ler todos, ou nenhum também).

Usar ou não usar?

E agora… Usar ou não usar? Dependendo do seu site, vale muito a pena usar sim. Coloque-se no lugar dos usuários: ficar entrando em site por site para ver se há novidades é coisa do passado, o bom é receber as atualizações por “assinatura”, e então decidir aquelas que interessam ou não, e ler ali ou agendar para ler outra hora.

É essencial que você, como desenvolvedor, use o RSS pelo menos algumas vezes, seja com softwares agregadores ou sistemas on line, antes de querer colocar no seu site, se você não souber como é. E, é claro, teste seu feed!

Um site que recebe atualizações regularmente sem feed será um site meio esquecido, daqui algum tempo. Não totalmente, claro, mas faça as coisas pensando nos visitantes do seu site e verás que é uma boa usar RSS. E não vale só para atualizações do site, podem ser notícias, indicações, eventos, mudanças e notificações do site, festas que ocorrerão, etc. Os feeds não servem para conquistar novos visitantes, servem para manter (e agradar!) os seus visitantes atuais, o que normalmente é mais difícil do que conseguir novos (só dependerá do conteúdo do site e mais, do interesse das pessoas por esse conteúdo).

Como foi visto, o conteúdo fica no seu site, sujeito a banners, propagandas, bloqueio de acesso com senha, etc., o que você tiver na suas páginas continuarão a existir. No feed você define basicamente “chamadas” que contam com um título, um link para a página (a página do tema, não necessariamente a inicial do seu site) e uma descrição, para dar uma idéia ao leitor do que ele encontrará ao clicar naquele link.

Bom trabalho! E não deixe de assinar os feeds das diversas seções aqui do GdH. Pegue-os em:

https://www.hardware.com.br/rss.html

Marcos Elias Picão é produtor do Explorando e Aprendendo (http://www.explorando.cjb.net), um blog de informática que traz toda semana dicas de Windows, programas, sites, configurações e otimizações, para todos os níveis.
Iniciou sua vida digital em 2001, e aos poucos foi evoluindo, para frente e para trás, avançando nas novidades do mercado e, ao mesmo tempo, voltando ao passado para conhecer as “Janelas” antigas, de vidro a vidro.
Mexe livremente com programação em Delphi, e mantém sites com dicas e tutoriais, além dos seus programas para Windows.

Sobre o Autor

Redes Sociais:

Deixe seu comentário

X