Boot através do HD em clientes LTSP

Em uma rede de terminais LTSP, é possível configurar os terminais para dar boot diretamente usando a placa de rede (desde que a placa suporte boot via PXE, ou você grave a ROM com a imagem de boot) ou usar um disquete, ou CD-ROM de boot, gravando as imagens disponíveis no https://rom-o-matic.net.

Uma quarta possibilidade é dar boot através de um HD instalado nas estações. Esta acaba sendo a opção mais complicada, por um conjunto de fatores, mas pode ser vantajosa em casos de micros antigos, onde o drive de disquetes ou CD-ROM não está mais funcionando, mas que possuem um HD instalado.

Após varias tentativas frustradas de conseguir dar boot pelo HD ao invés do disquete, achei uma dica que deu certo. Decidi então traduzir, adaptar e compartilhar com outros micreiros e iniciantes no Linux, como eu.

Este esquema foi testado em duas estações K6-II com dois HDs antigos, um com 1.28 GB e outro com 2.2 GB, no servidor LTSP (Pentium 4 3.2) que roda o Kurumin 7.0.

1ª Etapa: Gerar disco de boot e disco com imagem de boot.

1. Faça download do tomsrtbt-2.0.103.tar.gz, ou vá em https://www.toms.net e escolha outro mirror.

2. Descompacte:

$ tar -xzvf tomsrtbt-2.0.103.tar.gz

3. Insira um disquete preferencialmente novo (já tive problemas com disquetes velhos), acesse a pasta tomsrtbt-2.0.103:

$ cd tomsrtbt-2.0.103

4. Logue-se como root:

$ su –

5. Digite:

# ./install.sh

6. Aguarde o disco ser gerado.

7. Agora vamos fazer download da imagem de boot, vá em https://rom-o-matic.net para baixar a imagem de boot.

8. Clique em: 5.4.3

9. Em – Choose NIC/ROM type – ache a sua placa de rede.

10. Em – Choose ROM output format – selecione esta opção:

“LILO/GRUP/SYSLINUX Loadable Kernel Format (.zlilo)”

11. Clique em – Get ROM – para fazer o download.

12. Copie o arquivo (nome_do_arquivo.zlilo) para outro disquete e pronto.

2ª Etapa: Instalando, Particionando e Formatando o HD.

1. Instale o HD na estação, usando a IDE primária como master (hda)

2. De boot na estação com o disquete do tomsrtbt-2.0.103

3. Logue-se como root, a senha é xxxx

4. Digite:

fdisk /dev/hda

5. Digite “m” para ver o menu.

6. Digite “p” para ver as partições.

7. Então você pode usar “d” para apagar as partições. Comece apagando a partir da última partição até primeira (se houver mais que uma).

8. Digite “p” para ver se as partições foram todas apagadas.

9. Digite “n” para criar uma nova partição. Faça uma partição e de enter para default.

10. Digite “p” para ver se foi criada a nova partição.

11. Digite “w” para gravar e sair.

12. Para formatar o HD digite:

# mke2fs /dev/hda1

13. Crie um diretório /boot para montar seu HD:

# mkdir /boot

14. Monte o HD nele:

# mount /dev/hda1 /boot

15. Monte o disquete da imagem de boot em /mnt:

# mount /dev/fd0 /mnt

16. Copie o arquivo da imagem de boot para o HD:

# cp /mnt/nome_do_arquivo.zlilo /boot

17. Desmonte o disquete:

# umount /dev/fd0

18. Remova o disquete com a da imagem de boot e recoloque o disquete do Tom’s

3ª Etapa: Copiando os arquivos necessários para o LILO no HD.

1. Monte o disco do Tom’s:

# mount /dev/fd0 /mnt

2. Copie o arquivo “boot.b” para o HD:

# cp /mnt/boot.b /boot

3. Copie o arquivo “map” para o HD: cp /mnt/map /boot (atenção, se der algum erro nesta etapa, seu disquete poderá estar ruim, gere outro disquete com o Tom’s e refaça a cópia do map).

4. Desmonte o disco do Tom’s:

# umount /dev/fd0

Etapa final: Gravando o LILO no HD.

Atenção para digitar corretamente a linha abaixo:

echo image=/boot/nome_do_arquivo.zlilo label=LTSP | /usr/bin/lilo

(pressione a tecla enter)

– C – – b /dev/hda – i /boot/boot.b – c – m /boot/map

2. Pronto o LILO está no HD.

3. Último passo, desmonte o HD:

# umount /dev/hda1

4. Agora é só reiniciar o PC:

# Ctrl + Alt + Del

5. Obs.: não esquecer de alterar o SETUP para dar boot na IDE-0

6. Se o boot não acontecer, pode ser que você tenha digitado algo errado da linha acima, então de boot na estação com o disquete do Tom’s.

7. Digite:

# dd if=/dev/zero of=/dev/hda count=1000000

8. Retorne para a 2ª Etapa e refaça tudo novamente.

Texto original: https://www.elinux.org/LTSP-HDboot, tradução e adaptação João R. Zancanaro.

Sobre o LTSP

O LTSP, Linux Terminal Server Project, é uma solução mais usada para a criação de terminais leves com o Linux. Ele utiliza uma combinação de DHCP, TFTP, NFS e XDMCP para permitir que as estações não apenas rodem aplicativos instados no servidor, mas realmente dêem boot via rede, baixando todos os softwares de que precisam diretamente do servidor. Não é preciso ter HD nem CD-ROM nas estações, apenas um disquete (ou CD) de boot ou ainda um chip de boot espetado na placa de rede.
ltsp
O boot é dado com a ajuda do Etherboot, um software minúsculo que permite que as estações dêem boot através da rede, obtendo todo o software a partir do servidor. O software é muito pequeno, apenas 35 ou 40 KB (dependendo do driver usado pela placa de rede), e é lido apenas uma vez, no início do boot. Por isso, mesmo ao usar um disquete, o boot é rápido e não existem muitos problemas com desgaste do leitor ou erros de leitura na mídia.

A maior parte das placas de rede, mesmo as Encore de 15 reais, traz um soquete vago para o encaixe de um chip de boot. Os chips são relativamente baratos, de 10 a 20 reais em média, mas você ainda precisará gravá-las com o Etherboot. Em geral, o aplicativo de configuração que vem no disquete oferece a opção de gravar a ROM, algo parecido com quando você atualiza o BIOS da placa-mãe. Caso isso não seja possível, ainda existe a possibilidade de procurar alguém que tenha um gravador de EPROMs. Como a maior parte dos gravadores de BIOS também grava ROMs de placas de rede, isso não é um grande problema hoje em dia.

A maioria das placas-mãe novas, com rede onboard, suporta boot via rede utilizando o protocolo PXE. O LTSP pode ser configurado para suportar este protocolo, facilitando muito a configuração. Nesses casos, você vai precisar apenas configurar o cliente para dar boot através da rede no setup, sem se preocupar com disquetes ou chips de boot.

Em um servidor LTSP, os aplicativos usados por todos os clientes rodam no mesmo servidor, o que garante o compartilhamento de recursos. Por outro lado, em um desktop tradicional, o processador fica ocioso na grande maioria do tempo.

A menos que você passe a maior parte do tempo compilando programas, rodando games 3D ou editando vídeo, na maioria do tempo, a utilização do processador ficará sempre abaixo de 5 ou 10%.

É justamente isso que os processadores da maioria dos desktops do mundo ficam fazendo na maior parte do tempo: nada. Em um servidor de terminais, a utilização média do processador em geral continua sendo baixa, mesmo com 20 ou 30 terminais pendurados nele, já que temos uma máquina relativamente rápida e muitos dos usuários conectados ficam fazendo tarefas simples, como ler e-mails ou escrever textos.

Isso faz com que quase sempre que um usuário precisa executar um programa, ou realizar uma tarefa intensiva, encontra o processador livre, como se ele estivesse sozinho no servidor. O desempenho (subjetivo) ao utilizar um terminal ligado a um servidor com um processador de 3.0 GHz, compartilhado entre 20 terminais, é quase sempre melhor que utilizar um desktop com um processador (de desempenho por clock similar) de 1.5 GHz.

A memória RAM também é compartilhada de uma maneira bastante interessante. Os aplicativos são carregados na memória do servidor apenas uma vez, independentemente do número de usuários que o utilizarem simultaneamente. O sistema carrega o aplicativo uma vez, e depois passa a abrir diferentes sessões do mesmo programa (como ao abrir uma segunda janela do navegador, por exemplo), o que faz com que o carregamento passe a ser mais rápido (afinal, o aplicativo já está carregado) e o uso de memória seja otimizado.

Um servidor com 1 GB de memória RAM, dividido entre 20 terminais, executa, em geral, os aplicativos com um desempenho muito melhor que um desktop com 256 MB usado por um único usuário.

A configuração mínima para atender a 10 terminais seria um Pentium III ou Athlon com 512 MB de RAM. Mas, como o servidor é um só, é recomendável investir um pouco nele, principalmente hoje em dia, quando os preços dos pentes de memória estão cada vez mais baixos. O ideal é começar com um processador razoavelmente rápido e 1 GB de RAM.

Monitore a utilização do processador e a memória RAM livre durante algum tempo. Conforme for necessário, você pode adicionar mais 1 GB de RAM ou um processador dual core. Um servidor dual oferece uma grande vantagem ao utilizar muitos terminais, pois ele pode executar aplicativos separados em cada processador, executando mais tarefas simultaneamente e eliminando o gargalo em momentos em que vários usuários resolvem utilizar aplicativos pesados simultaneamente.

Ao contrário de um desktop regular, no qual em geral apenas um aplicativo pesado é executado por vez, fazendo com que o segundo processador seja pouco usado, um servidor de terminais está sempre executando muitos aplicativos diferentes e fazendo muitas coisas ao mesmo tempo. Isso faz com que realmente exista uma divisão de trabalho entre os dois processadores, fazendo com que o desempenho ao utilizar dois processadores seja, em muitos casos, próximo do dobro de utilizar apenas um.

A terceira característica mais importante, rivalizando com o desempenho do processador, é o desempenho e capacidade dos HDs. Lembre-se de que o servidor será quem armazenará todos os arquivos, por isso é importante que o HD tenha muito espaço livre. Um sistema RAID IDE (seja usando uma controladora dedicada, seja via software) é uma opção interessante, pois permite combinar vários HDs de forma a criar um único disco lógico com a capacidade e desempenho somados (RAID 0). Isso acaba sendo muito mais interessante do que simplesmente adicionar vários HDs separados.

O desempenho do RAID fará com que os aplicativos carreguem mais rapidamente e as operações de cópias de arquivo sejam concluídas muito mais depressa, evitando a saturação do servidor em momentos de pico. Em contrapartida, ao usar RAID 0, o risco de perda de dados é maior do que ao utilizar um único HD, pois uma pena de hardware em qualquer um dos discos faz com que todos os dados sejam perdidos. Por isso, um sistema de backup é essencial.

Leia mais sobre o LTSP neste guia, disponível no site:

Terminais leves com o LTSP – Atualizado para o LTSP 4.2: O LTSP, Linux Terminal Server Project, é uma solução mais usada para a criação de terminais leves com o Linux. Ele utiliza uma combinação de DHCP, TFTP, NFS e XDMCP para permitir que as estações não apenas rodem aplicativos instados no servidor, mas realmente dêem boot via rede, baixando todos os softwares de que precisam diretamente do servidor. Não é preciso ter HD nem CD-ROM nas estações, apenas um disquete (ou CD) de boot ou ainda um chip de boot espetado na placa de rede.
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