Os 10 mandamentos das redes wireless no Linux

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Os 10 mandamentos das redes wireless no Linux

Usar algum tipo de cabo, seja um cabo de par trançado ou de fibra óptica é a forma mais rápida e em geral a mais barata de transmitir dados. Os cabos de par trançado cat 5 podem transmitir dados a até 1 gigabit a uma distância de até 100 metros, enquanto os cabos de fibra ótica são usados em links de longa distância, quando é necessário atingir distâncias maiores. Usando 10G é possível atingir distâncias de mais de 40 KM sem necessidade de usar repetidores.

Mas, em muitos casos não é viável usar cabos. Imagine que você precise ligar dois escritórios situados em dois prédios distantes, ou que a sua mãe/esposa/marido não deixa você nem pensar em espalhar cabos pela casa.

A solução nestes casos são as redes sem fio que estão caindo de preço e por isso tornando-se bastante populares.

O padrão mais usado é o Wi-Fi, o nome comercial para os padrões 802.11b, 802.11a e 802.11g. A topologia deste tipo de rede é semelhante a das redes de par trançado, com um hub central (substituído pelo o ponto de acesso). A diferença no caso é que simplesmente não existem os fios 😉 É possível encontrar tanto placas PCMCIA, para notebooks quanto placas PCI para micros desktop.

A maioria dos notebooks à venda atualmente, junto com muitos modelos de palmtops e até mesmo smartphones já incluem transmissores wireless integrados. Muita gente já acha inconcebível comprar um notebook sem wireless, da mesma forma que ninguém mais imagina a idéia de um PC sem disco rígido e monitor MDA, como os modelos vendidos no início da década de 80 😉

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Você vai encontrar uma descrição detalhadas dos drivers para placas wireless for Linux disponíveis, juntamente com informações sobre placas suportadas e instruções de instalação de cada um no meu livro “Linux, Ferramentas Técnicas“.

Aqui vai um resumo na forma de “10 mandamentos” rápidos sobre redes Wireless no Linux:

1. Na hora de comprar, verifique é se o modelo escolhido é bem suportado no Linux. Caso a placa tenha um driver disponível a configuração será simples, quase como a de uma placa de rede normal, mas sem o driver você fica trancado do lado de fora do carro. Lembre-se, o driver é a chave e você nunca deve comprar um carro sem a chave 🙂

2. Você pode verificar o chipset utilizado na sua placa usando o comando “lspci” (em algumas distribuições ele está disponível apenas para o root). Os fabricantes muitas vezes utilizam chipsets diferentes em variações do mesmo modelo, por isso é sempre mais seguro se orientar pela saída do comando lspci do que pelo modelo da placa.

O lspci lista todos os periféricos plug-and-play instalados no micro, entre eles você verá uma linha sobre a placa wireless, como em:

02:00.0 Network controller: Texas Instruments ACX 111 54Mbps Wireless Interface
(veja que neste exemplo temos uma placa ACX 111)

3. A maior parte das placas possuem drivers for Linux, mas muitos destes drivers são de código fechado, ou precisam do firmware da placa (um componente proprietário, que faz parte dos drivers for Windows), por isso muitas distribuições não os incluem. No Mandriva (Mandrake) por exemplo, os drivers de código fechado são incluídos apenas na versão power Pack, que não está disponível para download público.

Nestes casos é preciso instalar o driver manualmente, baixando o código fonte e compilando. Para isso você precisa ter instalados os compiladores (a opção “Development” (desenvolvimento) geralmente disponível durante a instalação), e também os pacotes “kernel-source” (o código fonte do Kernel) e “kernel-headers (os headers do Kernel, um conjunto de símbolos utilizados na compilação do driver). Sem estes componentes corretamente instalados, você não conseguirá compilar nenhum driver.

4. As placas wireless mais indicadas para uso no Linux são as com chipsets Prism, Lucent Wavelan (usado por exemplo nas placas Oricono) e Atmel. Estas possuem drivers de código aberto, estáveis e que suportam todos os recursos das placas. Estes drivers fazem parte do pacote linux-wlan-ng (http://www.linux-wlan.org/) e passaram a vir pré-instalados a partir do Kernel 2.6.
As placas com suporte nativo são quase sempre detectadas automaticamente durante a instalação do sistema.

5. Para as placas ACX100 e ACX111, use o driver disponível no:
http://rhlx01.fht-esslingen.de/~andi/acx100/

Para instalar, você deve usar o procedimento padrão para arquivos .tar.gz com código fonte, ou seja, baixar o arquivo, descompactá-lo e executar (dentro da pasta criada) os comandos:

$ make

(este usando seu login de usuário)

# make install

(este como root)

Este é um dos drivers que precisam do firmware da placa para funcionar. Depois de instalar o driver propriamente dito, execute o arquivo “scripts/fetch_firmware” (ainda dentro da pasta onde o arquivo foi descompactado), use a opção “C” para baixar os firmwares para os dois chipsets de uma vez.

Ele baixa os arquivos necessários e os salva na pasta firmware/. Para instalar, copie todo o conteúdo da pasta para a pasta “/usr/share/acx/” (crie a pasta manualmente caso necessário).

A partir daí a placa deve ser detectada durante o boot.

6. Para as placas com chipset Atheros, use o driver disponível no: http://madwifi.otaku42.de/ ou http://madwifi.sourceforge.net/

7. Para as placas ADMteck com chipset ADM8122, use o driver disponível no: http://aluminum.sourmilk.net/adm8211/

8. Para as placas Intel, com chipset IPW2100 ou IPW2200 (usadas nos notebooks com tecnologia Centrino), use o driver disponível no: http://ipw2100.sourceforge.net/ ou http://ipw2200.sourceforge.net/

Além do driver propriamente dito, você precisa baixar o firmware da placa, disponível no mesmo endereço, descompactá-lo e copiar o conteúdo para a pasta “/usr/lib/hotplug/firmware/”

9. Para as demais placas, que não tenham um driver nativo disponível, você pode utilizar o Ndiswrapper, que permite ativar a placa utilizando o driver do Windows XP. Ele utiliza parte do código do Wine, adaptado para trabalhar com drivers de placas wireless, ao invés de executáveis de programas.

Ele vem pré-instalado na maioria das distribuições modernas. Mas pode também ser baixado no: http://sourceforge.net/projects/ndiswrapper/

Para usá-lo você precisa ter em mãos o driver da placa para Windows XP, que pode ser encontrado no CD de instalação ou no site do fabricante.

Comece descompactando o arquivo (caso necessário). Para carregar o arquivo do driver rode o comando “ndiswrapper -i“, seguido do caminho completo para o arquivo, como em:

# ndiswrapper -i /mnt/hda6/Driver/WinXP/GPLUS.inf

Com o driver carregado, ative o módulo com o comando:

# modprobe ndiswrapper

Se tudo estiver ok, o led da placa acenderá, indicando que ela está ativa. Agora falta apenas configurar os parâmetros da rede Wireless que veremos adiante.

10. Muitos drivers que funcionam através do Ndiswrapper trabalham com um conjunto limitado de recursos. Em alguns casos, recursos como o monitoramento da qualidade do sinal, configuração da potência do transmissor, WPA ou mesmo o Web de 128 bits não são suportados, embora os recursos básicos da placa funcionem perfeitamente. Sempre que for comprar, procure diretamente uma placa com drivers nativos, deixe para utilizar o Ndiswrapper como último recurso.

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