When Windows 7 ships without IE8 will it be good news for free software browsers?
Autor original: Ryan Cartwright
Publicado originalmente no: freesoftwaremagazine.com
Tradução: Roberto Bechtlufft
Há algumas semanas, a Microsoft anunciou que o Windows 7 não viria com o Internet Explorer 8 na União Europeia. O motivo: estar em conformidade com o caso antitruste de algum tempo atrás. Assim de supetão, a notícia parece boa para os usuários dos outros navegadores, mas será que é mesmo?
Será que alguma coisa vai mudar?
A Microsoft admite que os OEMs (montadores de computadores) vão poder instalar o navegador que bem entenderem quando montarem seus PCs. Na prática, isso significa que pouquíssimos PCs vão ser vendidos sem o IE, e a Microsoft deve estar contando com o fato de que a maioria dos OEMs vá instalar o IE8. Provavelmente, a justificativa vai ser a demanda dos consumidores. Essa é uma daquelas afirmações no estilo “todo mundo está fazendo isso”, onde quem diz a frase não foi pesquisar nem entre uma pequena parcela do público ao qual se refere. Além disso, se levarmos em conta a relação da Microsoft com os OEMs, não é exagero assumir que algum tipo de pressão financeira vá ser exercida sobre o OEM para garantir que o IE seja incluído.
Então vai ter Windows 7 sendo vendido com o Firefox?
Em teoria, é uma possibilidade, mas duvido que aconteça na prática. Não dá para imaginar os OEMs esquentando a cabeça com isso. Seria legal ver os OEMs oferecendo a seus clientes opções de navegadores instalados, mas caramba, a maioria deles não nos oferece nem opções de sistema operacional, ou de abrir mão dos programas “bônus” que vêm em versões incompletas para avaliação. Lembro de ter visto um script criado para remover esse tipo de coisa de PCs da Dell há algum tempo. O nome era perfeito: “de-crapify” (algo como “desemporcalhador”). Logo, embora a ideia de poder escolher o navegador me agrade, não consigo imaginar isso se tornando realidade.
Então a ideia não é a liberdade de escolha?
Não. Desculpem-me por soar tão pessimista, mas nada vai mudar. Para ser honesto, mesmo se mudasse, nós não teríamos milhões de usuários do Firefox da noite para o dia. E mesmo se isso acontecesse, duvido que boa parte desses usuários migrasse para outros programas livres. É claro que eu gostaria que as coisas mudassem. Eu gostaria que os OEMs dessem aos consumidores não apenas a opção de escolher o hardware, como também a de escolher o software que vai rodar no PC pelo qual estão pagando. Se você pode escolher a quantidade de RAM, o processador e a placa de vídeo dentre as opções que o OEM oferece, porque não pode escolher o navegador ou o sistema operacional? Eu sei que alguns OEMs oferecem opções de sistema operacional, mas sejamos honestos, eles não facilitam as coisas para a gente, facilitam? Como meus professores sempre diziam para mim e meus amigos no colégio, “vocês vão ter que se esforçar mais”.
Mas deve ter alguma coisa boa nisso, não?
Sim, há, mas só se pararmos de ver a inclusão do software livre em máquinas de OEMs como uma marca do sucesso. Um dos maiores defensores do processo antitruste foi a Opera, o que não é lá uma grande surpresa. Mas para eles, essa ideia de remover o IE8 do pacote não basta. A Opera prefere que os consumidores tenham a opção de escolher que navegador instalar ao inicializar o PC pela primeira vez. Sejamos francos, isso não funcionaria, já que a lista de navegadores seria grande e confusa, e nesse ponto só o que o usuário vai querer é ligar seu novo e brilhante equipamento para começar a brincar com ele.
Se bem que alguma liberdade de escolha pode surgir como efeito colateral disso. Os OEMs poderiam oferecer navegadores alternativos, e muito provavelmente o Firefox seria incluído. Se a ideia fosse bem-sucedida, outras alternativas de software poderiam ser oferecidas. Um dia nós poderíamos acabar com a situação que eu descrevi acima: com os consumidores especificando não apenas o hardware que desejam, mas também o software que acompanhará seus PCs comprados de OEMs. Considere isto: você navega pelo site do OEM, escolhe o hardware que deseja como faz hoje, e depois escolhe um “pacote” de software a ser instalado no seu PC novo, direto de fábrica. Um contendo Windows/MS Office/IE8|Chrome|Opera e somando mais uma graninha ao preço total. Outro oferecendo Windows/OpenOffice.org/Firefox por um valor menor, e um terceiro com o Ubuntu ou o Fedora (só para sugerir duas distros) que já vem com pacote de escritório e navegador, sem custos adicionais.
Tá bom, eu sempre digo que o preço não é o melhor argumento, mas nessa situação acho que uma boa leva de pessoas pode optar pelo software livre. O problema é que a Microsoft sabe disso, e nós voltamos ao ponto em que o OEM está sob pressão indireta de instalar o IE8 no computador. Mas é claro que nós podemos ter esperanças, e pressionar os nossos OEMs.
Referências
Créditos a Ryan Cartwright – freesoftwaremagazine.com
Tradução por Roberto Bechtlufft <info at bechtranslations.com.br>
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