WhatsApp completa 10 anos; relembre sua trajetória arrebatadora

Por: William R. Plaza

No dia 24 de fevereiro de 2019 era lançado aquele que se tornou o aplicativo mais viciante de todos os tempos, o WhatsApp, uma grande ferramenta de comunicação, o mensageiro instantâneo mais utilizado em todo o mundo que mudou para o bem e para o mal a nossa forma de interação e relacionamento. Criado por Jan Koum, um ucraniano que emigrou para os Estados Unidos, e o norte-americano Brian Acton.

Brian Acton e Jan Koum

Fica até difícil explicar a ascensão meteórica do WhatsApp nestes 10 anos, provavelmente a filosofia de seus criadores explica boa parte do sucesso. Koum era contra que no aplicativo fossem veiculadas propagandas e joguinhos, a interação entre os usuários era o que importava. Interação está que ao longo do anos foi sendo aperfeiçoada, através do envio de fotos, áudios, localização, conversas em grupo, chamada de vídeo, entre outras coisas.

O sucesso retumbante já era uma realidade mesmo antes do Facebook comprar o WhatsApp. No ano da aquisição, 2014, o aplicativo já era utilizado por mais de 450 milhões de pessoas, seis meses após a aquisição o app alcançou o posto de app de mensagens mais utilizado em todo o mundo, com 600 milhões de usuários.

O interesse de Mark Zuckerbeg por essa “mina de ouro da comunicação”, começou um ano antes. Em 2013 o CEO e criador do Facebook iniciou as conversas com Koum. A transação história foi revelada ao mundo em fevereiro de 2014. O valor foi espantoso: US$ 19 bilhões. No fim das contas o valor do negócio ficou ainda mais pomposo, quase US$ 22 bilhões (US$ 21,8 bilhões, para ser mai preciso), devido a valorização dos papéis da companhia.

Para Zuckerbeg a aquisição apenas reforçou o seu império no campo da comunicação/mídia/publicidade, para usuários e imprensa ficou a certeza de que o WhatsApp passaria a ser comandado por um grupo que leva questões de privacidade nada a sério, suspeita que ficou escancarada após o caso do ano passado da Cambridge Analytica. 

Até o cofundador do WhatsApp reconhece esse problema da privacidade. Em uma entrevista de impacto para a Forbes no ano passado, Brian Acton declarou que se considera um “vendido” pela transação bilionária. Acton declara: “No fim, eu vendi minha companhia. Vendi a privacidade dos usuários para um benefício maior. Fiz a escolha e me comprometi. E convivo com isso todos os dias”.

Lembrando que antes da negociação o WhatsApp cobrava uma quantia irrisória de seus usuários, uma espécie de assinatura mensal para o uso, uma forma de monetização para o aplicativo.

Com a venda para o Facebook o WhatsApp passou a não cobrar mais a tal assinatura, agora as fontes de receita passam, principalmente, pelos dados de seus usuários, uma fontes valiosíssima de dinheiro, em tempos que Big Data e publicidade direcionada reinam.

Até a questão da exibição de anúncios, que era algo combativo por seus criadores, entrará na roda, já que foi confirmado que o WhatsApp começará a exibir anúncios nos Status, modelo similar ao que acontece no Instagram – que também pertence ao Mark Zuckerbeg. Inclusive a função Status  já tem mais usuários ativos por mês que o Stories no Instagram. Em junho de 2018 eram 450 milhões de usuários que utilizavam diariamente o WhatsApp Status, contra 300 milhões do Instagram Stories.

Atualmente o WhatsApp tem mais de 1,5 bilhão de usuários ativos por mês em todo o mundo, e diferentemente de outros mensageiros e aplicativos, em que a pessoa baixa, instala mas deixa de lado, o vínculo do usuário com o WhatsApp é impressionante. De acordo com a pesquisa Panorama MobileTime e OpinionBox, realizada em agosto de 2018, 92% dos entrevistados dizem que utilizam o WhatsApp diariamente.

No Brasil o WhatsApp é utilizado por mais de 120 milhões de pessoas, uma ferramenta que além de uma pura e simples interação social é um sucesso no ambiente profissional. Uma pesquisa realizada no ano passado com 1400 brasileiros pelo Grupo Croma revela que o app é utilizado por 60% dos entrevistados no ambiente corporativo, enquanto o e-mail aparece com apenas 20%.

O impacto do WhatsApp no Brasil é tão arrebatador que ele também tem a capacidade de impulsionar apps similares, que tentam surfar na onda. O “Zap Zap”, criado pelo brasileiro Erick Costa, já foi baixado por mais de 12 milhões de usuários.

O “Zap Zap” surgiu em meio ao primeiro bloqueio do WhatsApp no país. Sim, não podemos esquecer que o app já foi bloqueado no Brasil em 4 ocasiões. Em todos os casos o bloqueio foi determinado pela falta de colaboração do Facebook com investigações, já que o WhatsApp também é uma ferramenta de comunicação utilizada para o crime. O Facebook e sua equipe sempre bate na tecla que essa colaboração não pode ser atendida pelo fato do uso da criptografia de ponta a ponta.

Outra característica do WhatsApp no Brasil são os golpes esdrúxulos que se espalham pelo app. Aquelas famosas correntes que dizem que uma tal promoção bombástica ou prêmio mirabolante está sendo oferecido. E em todos eles o número de pessoas que caem é gigantesco.

O próximo grande plano para o Zuckerbeg com o WhatsApp é promover uma integração ao Instagram e Facebook, oferecendo uma maior associação entre essas três redes que dominam a comunicação global. A previsão é que essa integração seja lançada em 2020.

Confira abaixo uma cronologia com as principais novidades do WhatsApp ao longo desses 10 anos:

  • 2009: WhatsApp é lançado em fevereiro e as opções de envio de fotos e vídeos são implementadas em dezembro;
  • 2010: Eenvio de localização é implementado;
  • 2011: Conversas em grupo;
  • 2013: Mensagens de voz chegam ao aplicativo;
  • 2014: Em outubro o WhatsApp passa a fazer parte do Facebook e em novembro e a confirmação de leitura é implementada;
  • 2015: WhatsApp web é lançado;
  • 2016: Em abril, a criptografia de ponta a ponta é adicionada e as vídeo chamadas são implementadas em novembro;
  • 2017: Função status, semelhante ao stories, chega ao app
  • 2018: Lançamento do WhatsApp Business chega em janeiro, chamadas de vídeo em grupo em julho e adesivos (stickers) em outubro;
  • 2019: Limitação do encaminhamento de mensagens.

Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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