Via OpenBook: uma análise superficial

Via OpenBook: uma análise superficial

É um tal de Atom N270 disponível para comprar, outro tal de Atom Pine Trail para chegar, mais o Athlon Neo que não é para o “bico” dos netbooks, mais o ARM Cortex cheio de promessas para cumprir, e ainda os famigerados Via C7-M que não dá para aturar… mas cadê os Via Nano? Muito mal, eles dão poucas notícias e há tempos, venho falando deles!

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CPUs Via Nano: alguém já viu?

No entanto, os netbooks e os nettops equipados com processadores da Via, entre outras soluções de sistemas embarcados, são mais comuns no lado oriental do planeta (se é que existe isso em um corpo redondo). Até mesmo a Samsung, uma das maiores indústrias de eletrônicos do planeja, já lançou soluções baseadas nesta linha de processadores:

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Netbook NC20 e UMPC Q1EX, fabricados pela Samsung.

O mais interessante ainda é saber que, com o objetivo de popularizar a sua plataforma, a Via lançou um protótipo de netbook com as especificações de hardware abertas, onde todo e qualquer fabricante interessado poderá fabricar seus produtos baseados nestas informações: o Via OpenBook.

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O design de referência Via OpenBook.

Atualmente, as suas especificações técnicas são as seguintes:

  • Tela LCD de 8.9″, 1024×600.

  • Processadores Via C7-M de 1.0 a 1.6 GHz.

  • Memória RAM de 1 a 2 GB DDR2-800 SODIM.

  • Chipset Via VX800 (IGP Via VIA Chrome9 HC3 3D).

  • Armazenamento em HD de 1.8″, de 80 GB ou mais.

  • Redes sem fio nos padrões 802.11 B/G, WiMAX e Bluetooth.

  • Interface Ethernet onboard LAN 10/100/1000.

  • Codec de áudio Realtek HD 2.0.

  • Leitor de cartões (SD, MS, MMC e MS Pro).

  • Conexões para USB (3x), VGA e de áudio.

  • Dimensões de 23cm x 17cm x 33 a 41 cm.

  • Peso de 1.3 kg (incluindo a bateria).

  • Bateria Lithium ION de até 6 células.

  • Opcionais: GPS integrado e receptor de TV Digital.

  • Webcam 2.0 MP.

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É óbvio que não dá para descrever uma análise técnica mais detalhada do equipamento sem ter um disponível, mas por outro lado podemos perfeitamente tecer alguns comentários interessantes, baseados em suas especificações técnicas e nas fotos publicadas pelo fabricante.

À começar pelo corpo do netbook, os seus atributos básicos – dimensões, peso e acabamento – possuem praticamente os mesmos parâmetros que encontramos nos netbooks tradicionais, baseados na plataforma Intel Atom. Visualmente, até gostei da aparência sóbria do equipamento! Porém…

O peso de 1.3 kg pode ser considerado um pouquinho acima da categoria, se observarmos que os netbooks geralmente se encontram na faixa entre 1.0 a 1.2 kg. A espessura também não ajuda, com um pouco mais de 1″ (mas também não compromete). Para variar, o teclado e o touchpad também não escapa: nota-se com uma certa facilidade que as suas dimensões são visivelmente menores, lembrando um pouco os limitados teclados e touchpads dos primeiros Mobos, fabricados pela Positivo Informática. Felizmente, o acabamento interno parece indicar uma boa construção, embora fosco.

Dentre os aspectos a serem considerados, o mais notável está na linha de processadores adotados: o Via C7-M e o Via Nano. Não é novidade que o desempenho do Via C7-M é medíocre, mesmo se comparado com o Intel Atom; por outro lado, o Via Nano oferece um desempenho bem superior, ao custo de um maior consumo de energia (enquanto que o Via C7-M mais veloz possui o TDP máximo de 3.5 Watts, o mais modesto Nano consome cerca de 5 Watts).

Entre outras vantagens interessantes, está a adoção do PadLock, um sistema de encriptação dedicado (via hardware) na CPU e adotado nos processadores C7-M e Nano. Assim, o uso da encriptação de dados em discos rígidos e conexões wireless poderão ser feitas sem maiores impactos no desempenho geral do sistema, já que não há a necessidade de instruções via software serem executadas pela CPU. Em tempos de computação móvel, certamente isto será muito bem vindo.

Originalmente, o Via OpenBook foi designado para ser utilizado com as CPUs C7-M; mas, em virtude das CPUs Nano utilizarem o mesmo soquete que o C7-M (retrocompatíveis), a utilização da plataforma Isaiah poderá ser feita sem problemas nos netbooks baseados nesta referência. Até o presente momento, não tenho informações técnicas sobre o TDP máximo designado pela via para o seu projeto de referência; mas particularmente, não acredito que seja superior a 8 Watts (o limite para a instalação de um dissipador passivo). Se a Samsung designou uma CPU Via Nano de 1.3 GHz para o seu netbook, não vejo porque seria diferente para o OpenBook.

Se por um lado as CPUs Via C7-M pecam pelo desempenho sofrível se comparado ao Atom e as CPUs Via Nano pecam pelo consumo levemente alto em frequências equivalentes, o chipset da Via mostram justamente o lado oposto: o Via VX800 consome somente 5 Watts! Sem dúvida, esta é uma diferença considerável, visto que a solução da Intel (i945GSM + ICH7-M) consome praticamente o dobro (10 Watts). Mesmo em conjunto com uma CPU de até 8 Watts, teremos o consumo máximo de 13 Watts.

Em termos de processamento gráfico, entra em destaque o IGP Via Chrome9. Suportando nativamente o DirectX 9 e uma frequência padrão de 250 MHz, este IGP é uma solução gráfica levemente superior ao Intel GMA 950, que por sua vez é limitado a 133 MHz nos netbooks (se o GMA funcionasse em sua frequência padrão, superaria o Chrome9, mas consumiria bem mais energia). Mas infelizmente, os drivers disponíveis não são lá dos melhores, seja tanto para o Windows quanto para o Tux.

Quanto as demais características, acredito que não tenha tanto à destacar, embora ver o suporte ao GPS integrado e TV Digital como opcionais, possa ser interessante para o público móvel. Em um trânsito difícil, turbulento e demorado, além do usuário poder se guiar pelo GPS do netbook, ainda tem à TV Digital como entretenimento (isso se os guardas de trânsito não cismarem de implicar). Porém, gostaria mesmo é de ver o suporte a unidades SSDs declarado nas futuras revisões do OpenBook!

Felizmente, o projeto original conta com o suporte a uma série de padrões de conectividade; Ethernet, Bluetooth, Wireless e WiMAX estão disponíveis, embora o suporte aos modens 3G não estejam declarados. Acaso, sendo a Via um fabricante voltada para o mercado asiático, as redes Wireless e WiMAX públicas suprem a ausência de uma conexão 3G?

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Site da Everex demonstrando o seu CloudBook.

Dentre os modelos comerciais disponíveis, infelizmente são poucos os que foram baseados no OpenBook: em destaque, o Everex CloudBook CE1220J. Embora seja idêntico, algumas atributos de suas especificações poderão variar, de acordo com as designadas originalmente (p. ex. a CPU de apenas 1.2 Ghz); portanto, desculpem-se se alguns destes produtos possuam características que não tenham sido comentadas aqui.

Convenhamos: uma concorrência boa com os produtos da Via seriam interessantes para tornar os preços dos netbooks mais atraentes! &;-D

Referências:

Por Ednei Pacheco <ednei.pacheco [at] gmail.com>
http://by-darkstar.blogspot.com/

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