“Aproveitando, meu primo fala muito sobre memórias PC100 com traço 7 e traço 8 e que quanto menos o número mais rápido ela é… Então “dai-me uma luz” isto existe e se existe explique-me (Daria uma bela dica do dia)”
No caso das memórias, o “traço”, ou seja, o último número que aparece na segunda linha (às vezes na primeira) do código que vem estampado sobre cada chip (veja a foto ataxada neste mail), diz respeito ao tempo de latência do módulo. O tempo de latência é o intervalo mínimo entre cada ciclo de leitura que o módulo suporta, ou seja, quanto menor for a latência, maior será a freqüência máxima que o módulo será capaz de operar. O número terminará sempre com -9, -8, -7, ou outro número de 0 a 15, que correspondem ao tempo de latência em nanossegundos. No caso de memórias EDO e FPM antigas, o número pode ser -6, -7, -60 ou -70, indicando que o módulo tem latência de 60 ou 70 milessegundos. As memórias EDO e FPM são muito mais lentos que os módulos SDRAM atuais.
Por exemplo, um módulo de memória PC-100, deve ter um tempo de latência inferior a 10 ns, já que 100 MHz correspondem a 100 milhões de ciclo por segundo, e 1 segundo dividido por 100 milhões corresponde justamente a 10 nanossegundos. Um módulo PC 133 por sua vez deverá ter um tempo de latência de latência de no máximo 7 ns, pois 1 segundo dividido por 133 milhões dá 7.51 nanossegundos. Os módulos PC-66 antigos por sua vez, podem ter tempos de acesso de até 15 ns, que permitem 66 milhões de ciclos por segundo.
Quanto mais baixo for o tempo de latência, maior será a freqüência de operação teórica do módulo. Por exemplo, um módulo de memória PC-100 com tempo de acesso de 7 ns, pode, teoricamente, trabalhar a 133 MHz. O fabricante garante que ele operará com estabilidade a 100 MHz, mas isso não significa que ele não possa atingir freqüências mais altas.
Outra especificação importante dos módulos de memória é o valor CAS suportado. A sigla CAS é a abreviação de “Collum Address Strobe”. Começando do básico, um módulo de memória RAM possui dois tipos de endereço, linha e coluna. A combinação dos dois endereços indica qual bit de dados será acessado, como num jogo de batalha naval.
O acesso é feito enviando apenas uma vez o endereço de linha e em seguida sendo enviados vários endereços de colunas, pois como na maioria dos casos os dados a serem acessados estarão em endereços seqüenciais, isto permitirá uma leitura bem mais rápida. (para mais detalhes sobre o funcionamento dos módulos de memória, leia o tutorial sobre memória RAM, disponível no site)
O valor CAS é justamente o tempo que o controlador de memória esperará entre cada acesso, uma espécie de “refresco” para o módulo de memória. Quanto mais baixo for o valor CAS, ou seja, menor for o tempo de descaso entre um acesso e outro, maior será a possibilidade do módulo vir a falhar.
No Setup da maioria das placas mãe atuais, existe a possibilidade de configurar o valor CAS como sendo de 2 ou de 3 tempos. Configurar o valor como 2 resultará em acessos mais rápidos à memória, o que melhorará um pouco o desempenho do sistema. Configurar o valor como 3 por sua vez, diminuirá um pouco o desempenho, mas resultará em um pequeno ganho de confiabilidade. Em geral o valor default para esta opção é 3.
Poucos módulos de memória, mesmo falando de módulos de memória PC-133, suportam trabalhar a 133 MHz ou mais com CAS 2, fazendo o micro travar logo após o POST. O mesmo se aplica caso você esteja fazendo overclock, o melhor é usar CAS 3, pois já que os módulos estarão trabalhando acima da especificação, o “refresco” será uma garantia de estabilidade.
Como disse, usar CAS 3, resulta em uma pequena queda de desempenho, entre 1 e 6%, dependendo do aplicativo, mas é melhor funcionar mais devagar que não funcionar. De qualquer modo, vale à pena fazer um teste para ver se seus módulos não suportam trabalhar em CAS 2.
Você pode checar a especificação do módulo através do www.icmaster.com , ou então através de programas de diagnóstico, como o Sysoft Sandra.
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