É uma vergonha que ainda tenhamos que dizer que a senha mais utilizada é 123456

É uma vergonha que ainda tenhamos que dizer que a senha mais utilizada é 123456

ds

Caso você curta documentários e seja um assinante da Netflix vale muito a pena assistir ao documentário “Eis os Delírios do Mundo Conectado”, que passa por diversos pontos da evolução da internet. Em determinado ponto há uma declaração de Kevin Mitnick, que é sem dúvidas um dos crackers mais conhecidos da história, dentre as suas habilidades o destaque era em relação aos ataques phreaking, que envolvia a manipulação de sistemas telefônicos.

A declaração é a seguinte: “não importa quanto uma empresa investe em tecnologia, pode gastar milhões de dólares no seu firewall, nos seus sistemas de prevenção de invasões, no seu antispam e antivírus, se eu conseguir manipular uma pessoa, eu entro.” 

O elemento humano é e infelizmente continuará sendo o elo mais fraco nessa corrida contra o cibercrime. Por mais que se invista em material conscientizando que é cada vez é mais importante ter atenção redobrada com questões de segurança, parece que aquele velho ditado continua valendo: “entra por um ouvido lado e sai pelo outro”. A maioria esmagadora das pessoas não adota procedimentos simples, contam sempre com a sorte, acham que sempre que uma violação de dados acontecerá com o vizinho, mas nunca consigo.

Essa semana a Kepper Security revelou que a senha mais utilizada em 2016 foi 123456, sim, uma sequência esdruxula dessa continua sendo utilizada como senha. E pasmem a 8ª senha mais usada é senha. Simplesmente usam a palavra senha como uma forma de autenticação.

De acordo com a empresa de segurança 17% dos usuários utilizaram 123456 como senha no ano passado. E essas listas de senhas mais utilizada durante um ano não é nova, e que sempre senhas ridículas são utilizadas também não é novidade. Em 2015 a senha 123456 também foi a mais utilizada. Além do usuário final a Kepper Security também cita os os administradores de web como culpados, já que não criam meios de forçar a criação de senhas mais seguras.

Porém se em anos anteriores a utilização de senhas desse nível já era algo tão bisonho como ceder dados pessoais naquelas promoções mirabolantes que dizem que você ganhou um carro ou uma casa, nos dias de hoje é ainda mais terrível, a disseminação de ameaças como Ransomware está cada vez maior, e com o ser humano insistindo em ser o elo mais fraco dessa briga contra os mais variados tipos de vírus e ataques as coisas ficam ainda mais fáceis para cibercriminosos, que contam com uma lista enorme de artifícios para concretizar seus ataques, passando pelo recebimento em bitcoins ou até divulgando seus serviços sujos em fóruns especializados.

Isso sem contar no aumento das Botnets, que criam e continuarão criando verdadeiros exércitos “zumbis” de aparelhos conectados para mandar um ataque direcionado. Muitos desses dispositivos contam com problemas de segurança bobos do próprio fabricante, além é claro da própria preguiça ou falta de interesse do usuário em fazer coisas simples como trocar a senha de fábrica do seu roteador Wi-Fi.

Você também deve ler!

Hardware.com.br entrevista: Fabio Assolini, analista sênior de malware da Kaspersky Labs

A tecnologia evolui de forma assustadora, mas é incrível como ainda se bate na tecla dos mesmos erros do passado, é impressionante como muitas pessoas ainda são pegas em ataques phishing rudimentares, tudo por uma falta de atenção, por curiosidade, entre outras coisas. Aquele famoso jogo de técnicas de engenharia social.

Uma coisa interessante é que de acordo com um estudo da empresa de segurança Sophos, a maioria das pessoas está mais preocupada com crimes cibernéticos do que com crimes no mundo físico. O estudo diz que 63% dos entrevistados estão com medo de perder alguma quantia em dinheiro por uma violação de sistema, 61% estão preocupados que o computador seja controlado e que ele acabe sendo usado para mandar spam para pessoas inocentes.

46% estão preocupados com crimes no mundo físico, como roubos de carros, por exemplo. 52% estão preocupados que a casa possa ser assaltada e 56% estão preocupados com o terrorismo.

dc 3

Então, hoje em dia tem mais pessoas preocupadas em perder dinheiro por algum crime online do que com o próprio terrorismo. Mas quando o assunto é aplicar procedimentos que melhore a segurança, como uma senha decente, parece que a preocupação é bem menor.

A utilização de uma senha dita como segura não é garantia de imunidade aos problemas cibernéticos, mas é mais um daqueles procedimentos essenciais, como não sair clicando em tudo. 

A sensação que fica é que a tecnologia, seja ela de hardware ou software, continua mudando e passando por transformações, mas essa mesma transformação ainda não pegou de vez a grande maioria do público, que mantém hábitos ultrapassados. Espero que você não seja um desses!

Siga-me no Twitter: @WRPlaza

Sobre o Autor

Avatar de William R. Plaza
Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
Leia mais
Redes Sociais:

Deixe seu comentário

X