“Caro Morimoto, acompanho seu site a algum tempo. Já comprei dois livros seus e agora me escrevi so serviço de dicas por e-mail. no entanto recebi uma dica que me chamou muito a atenção, foi sobre um sistema tolerante a falhas. Gostaria se possível saber
mais sobre o assunto, ter esclarecimentos de como
posso fazer e sobre qual sistema posso aplica-lo.”
Oi Flávio, uma das mais importantes leis do mundo moderno, é a lei de Murpy, se algo puder dar errado, pode ter certeza que algum dia realmente dará. O seu HD vai pifar, um vírus vai apagar o bios da placa mãe, sua fonte vai explodir, vai
acabar a luz dois segundos antes de você salvar uma apresentação que ficou a tarde toda fazendo e o CD onde você tinha gravado um backup de tudo, ainda por cima não vai ler.
Um sistema tolerante à falhas, consiste justamente em um sistema que possa proteger seus dados, e seu trabalho contra a ação desta lei infalível. Para isso só existe uma solução: redundância.
Para proteger seus dados, você pode fazer backups regulares, em CD, em fitas, num HD removível, etc. Você pode ainda usar dois HDs em RAID 1, assim, caso qualquer um dos dois dê qualquer problema, seus dados estarão protegidos no outro, bastará trocar o
HD defeituoso e continuar trabalhando como se nada tivesse acontecido. Se você realmente não quiser correr riscos (afinal, se alguém roubar o seu micro vai levar os dois HDs e não apenas um não é mesmo 🙂 você pode além do RAID, fazer os tradicionais
backups. Se você anda assim não quiser correr riscos, da sua casa pegar fogo e queimar o PC junto com os backups por exemplo, pode preferir aguarda-los num lugar diferente. Aliás, hoje em dia existe até a possibilidade de fazer backup via Web, usando um
disco virtual. Em alguns lugares você paga por MB, para armazenar quantos dados quiser.
Se você não pode ficar sem internet por exemplo, você pode ter duas linhas telefônicas ao invés de uma, ou pode ter ADSL e cabo ao mesmo tempo por exemplo. Se você não quer correr o risco de acabar a luz faltando três segundos para terminar de baixar um
filme de 700 MB, pode comprar um no-break, se você não quer correr o risco de ficar sem usar o micro por causa de algum black-out prolongado, pode comprar um no-break com várias horas de autonomia, ou mesmo um gerador.
Ou que tal juntar tudo isso e ter dois ou três micros ligados em rede, com cópias dos mesmos dados, cada um com sua conexão com internet própria, por um meio diferente, um no-break de duas horas para cada micro, um gerador e ainda por cima um backup de
todos os dados guardado no cofre do banco, só pra garantir? 🙂
Como pode ver, as possibilidades são muitas, mas, quanto mais redundância você tiver, ou sejam mais equipamentos para fazer a mesma coisa (duas linhas, se você só usa uma, dois HDs em RAID, etc.), mais caro tudo vai custar, você paga pela segurança.
Para alguém que usa o PC só para lazer por exemplo, nada disso vai fazer muito sentido, se um vírus sumir com todos os dados ele pode reinstalar o Windows e pronto, não vai perder dada de muito importante. Sendo assim, também não vale à pena gastar em
segurança.
Mas, para um grande banco por exemplo, um desastre qualquer que destruísse seus arquivos de transações bancárias significariam colapso completo. Não vão se importar de gastar alguns milhões a mais para afastar essa possibilidade.
é por isso que hoje em dia estão tornando-se cada vez mais comuns os data centers, lugares onde as empresas podem guardar seus servidores com segurança. Nestes lugares, existe, pra começar, um bom sistema de segurança, com guardas, alarmes, muros, etc. As
salas onde os servidores são guardados tem ar refrigerado para eliminar a possibilidade de problemas de superaquecimento, ou desgaste prematuro dos componentes. Normalmente até o ar condicionado é redundante, se o principal pifar, ainda vai existir um
sistema de reserva.
A rede elétrica é totalmente estabilizada, com proteção contra raios etc. Como se não bastasse, são usados no-breaks online para todos os servidores, com horas de autonomia e existem geradores em número suficiente para manter tudo funcionando mesmo no
caso de um corte prolongado no fornecimento elétrico. Alguns tem estoque de combustível para manter os geradores operando por meses.
Os links também são redundantes, sempre existem pelo menos duas conexões diferentes, cada uma com velocidade suficiente para manter o tráfego de dados sem nenhuma lentidão. Como se não bastasse, existem ainda sistemas de backup, com a periodicidade
desejada pelo cliente.
Claro que tudo isso custa caro, bem caro, mas mesmo assim cada vez mais empresas estão pagando por esse tipo de solução.
Claro que isso só está acessível para empresas de um certo porte, mas, mesmo um usuário doméstico pode ter um sistema tolerante à falhas se quiser, é so questão de investir algum dinheiro e mandar o Murpy t…. 🙂
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