2010 — Nvidia Fermi: a primeira GPU a mover o supercomputador de maior desempenho do mundo

A computação para fins gerais em unidades de processamento gráfico (GPGPU) é uma ideia que já tem quase dez anos. Graças à sua enorme arquitetura paralela, as GPUs são uma ótima maneira de se realizar a computação paralela. Em 2010, a Nvidia fabricou placas computacionais para mover o supercomputador mais poderoso do mundo.

Pelos idos de 2006 e 2007, a ATI e a Nvidia apresentaram suas placas computacionais de design especial, com foco no mercado de computação de alto desempenho (ou HPC). A Nvidia investiu muitos recursos na criação de sua plataforma CUDA para computação em GPU, e também integrou uma boa dose de lógica específica de computação em seus processadores gráficos de arquitetura Fermi (por exemplo, ela é capaz de proporcionar desempenho máximo de ponto flutuante de dupla precisão; seus processadores SIMD podem ler e gravar do/no cache L2, numa dobradinha necessária para a computação e menos necessárias para a parte gráfica, dentre outras coisas). A abordagem da ATI foi bem mais pragmática: em vez de criar uma plataforma GPGPU proprietária, a empresa decidiu investir em padrões industriais como DirectCompute e OpenCL; em vez de incluir um excesso de funcionalidade específica da computação na Cypress (a Radeon HD 5000), ela optou por integrar apenas as coisas mais importantes para manter o tamanho menor do chip e esperar que novas tecnologias integrassem os novos recursos.

A Nvidia, que se focou mais no setor de GPGPU, também foi a primeira a colher frutos de seu trabalho. Em 2010, três dos cinco maiores supercomputadores do mundo, incluindo o primeiro colocado (Tiahne-1A com desempenho de 2,56 petaFLOPS) passaram a ser movidos pelas placas computacionais Nvidia Tesla série 2000. E essas mesmas placas foram usadas em muitos outros sistemas HPC.

O mercado de aceleradores gráficos baseados em GPU para HPCs não é grande; em termos financeiros, a Nvidia ainda ganha a maior parte do seu dinheiro vendendo placas gráficas GeForce para os consumidores e aceleradores gráficos profissionais Quadro. Mas o importante é que há uma crença difundida de que os supercomputadores capazes de realizar pelo menos um quintilhão de operações de ponto flutuante de precisão dupla por segundo (1018 FLOPS de ExaFLOPS) devem ser heterogêneos, ou seja, de que devem empregar tanto processadores altamente paralelos quanto processadores seriais de alto desempenho. O Tianhe-1A está entre os primeiros supercomputadores heterogêneos, e o fato dele já ser o supercomputador mais poderoso do mundo pode não ser um ponto de virada, mas é um claro indicador para a indústria de HPC: as GPUs e a Nvidia entraram no mercado de supercomputadores, e a entrada foi (no mínimo) um sucesso.

Nós esperamos por uma revolução, mas sempre dependemos dessa revolução. O que temos que entender é que qualquer tecnologia tem muitas ramificações. Essas ramificações podem resultar em um maior desenvolvimento dos produtos por parte de empresas das quais nunca ouvimos falar antes. O que precisamos levar em conta é que muitas tecnologias que mudam o mundo ou que proporcionam uma abordagem diferente vêm de grandes empresas. As exceções apenas provam as regras.

Créditos a Anton Shilovxbitlabs.com

Tradução por Roberto Bechtlufft <info at bechtranslations.com.br>

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