Recursos avançados, mas desnecessários

Introdução

É interessante notar que muito dos usuários, ávidos por novidades tecnológicas, gostam de manter em dia os seus sistemas desktops. No entanto, manter-se atualizado tecnológicamente irá representar altos ganhos em termos de performance, desempenho e conforto? Mesmo em condições em que tais elementos são “adquiridos” na tão consagrada avaliação de custo vs benefício?

Depende exclusivamente das circunstâncias, das necessidades e dos atributos oferecidos pelos produtos para serem avaliados. Porém, o interesse deste artigo é mostrar dois aspectos negativos da inovação tecnológica: além de questionarmos a real necessidade de arcar com o custo para a obtenção de certos recursos tecnológicos de última geração, também iremos conhecer uma interessante experiência onde proponho avaliar as vantagens obtidas – especialmente no quesito financeiro – ao se optar por tecnologias já consideradas “obsoletas”.

As tecnologias

Nem todas as tecnologias e seus recursos, por mais avançados que sejam, representam ganhos tangíveis. Vejam o porquê…

SATA I vs SATA II

O padrão SATA II oferece a incrível taxa de 300 MB/seg. em tráfego, se comparado ao padrão SATA anterior; este último, por sua vez, oferece “apenas” 150 MB/seg. Nossa, será que os discos rígidos atuais conseguirão fazer o uso de toda esta capacidade? Acho que não, pois para o início da conversa, o padrão SATA oferece uma conexão ponto-a-ponto com uma unidade de disco rígido, e não um canal de comunicação compartilhado entre dois dispositivos, tal como acontecia antigamente no antigo padrão IDE (também chamado de PATA, devido ao surgimento do SATA).

Ainda assim, os discos rígidos atuais possuem uma taxa de transferência de dados média que não ultrapassam 100 MB/seg. Mesmo que uma única conexão SATA fosse compartilhada entre dois HDs, seria necessário que ambas estivessem transferindo os dados simultâneamente e em grande volume, para que assim saturasse o canal e tornasse o SATA II superior em termos práticos. Então, em que circunstância teríamos uma situação assim, levando ainda em consideração que faríamos uso de 2 canais SATA independentes caso fosse necessário o uso de 2 HDs?

Outro aspecto interessante é a quantidade de conectores disponíveis: não raro, há placas que possuem até 8 conectores SATA, sem contar ainda o conector IDE preservado para a manutenção de dispositivos legados. Nossa, eu poderia colocar até 8 HDs em um único PC, optando ainda por diferentes níveis de RAID. Mas 2, 3 ou 4 (ou até mesmo 6) não seriam mais que suficientes?

Por último, a retrocompatibilidade é garantida: poderemos utilizar HDs SATA II em conexões SATA e vice-versa, nivelando a para o padrão mais “lento”, lógico. E o mais engraçado é que já vi alguns reviews de placas-mãe discriminando produtos por não suportarem o SATA II…

Memórias RAM com suporta a altas freqüências e baixas latências

Usuários aficcionados por práticas de overclocks normalmente necessitam adquirir componentes especiais para obterem sucesso em suas empreitadas. Além de fontes de alimentação poderosas, placas-mãe especializadas, processadores com grandes potenciais para overclocks e sistemas de arrefecimentos eficientes (inclui-se coolers poderosos e gabinentes avantajados), os módulos de memória RAM também são itens bastante valorizados neste segmento. Para “overclockers” casuais, estas regras também deveriam valer?

Que obteremos ganhos de desempenho ao utilizar módulos de memórias especiais ao invés de módulos tradicionais, isto é indiscutível; porém, nem sempre a relação custo vs benefício é interessante, pois tais módulos são bem mais caros. E mesmo os módulos de memórias tradicionais, embora não possuam todas as qualidades que os módulos especiais possuem, ainda assim possibilitam obter bons índices de desempenho! Além disso, temos que considerar o comparativo de ganho de desempenho entre as duas opções, onde os módulos especiais normalmente conseguem obter índices superiores de até 10% no desempenho em geral. Vale à pena gastar praticamente o dobro por módulos que consigam esta pequena vantagem?

Claro que, ao comentar sobre o módulos tradicionais, não estamos nos referindo aos módulos de baixa qualidade fabricados por empresas de 2a. categoria: estamos falando mesmo é de bons módulos fabricados por empresas conceituadas como Kingston, Corsair, Patriot e Samsung. É logico, tais módulos serão referidos em seus catálogos como a linha de entrada (ou Value RAM) e não como são os módulos feitos para usuários avançados…

Para quê tantas postas USB?

Dêem uma olhada nas novas especificações dos chipsets fabricados pela Intel, Via, nVidia e AMD/ATI. Nossa, enquanto que alguns suportam de 6, 8 ou 10 conexões USBs, outros suportam até 12! Que interessante, imaginem só haver 10 conexões USB (6 traseiras e 4 dianteiras) em um PC. O que poderíamos plugar nela? Uma para a câmera fotográfica (+1), outra para o leitor de cartões (+2), mais uma para a gaveta USB (+3), mais outra para o pendrive (+4), mais uma para o MP3 (+5), mais outra para a impressora (+6), mais uma para o scanner (pressupondo que o scaner e a impressora são dispositivos independentes) (+7), mais outra para o transmissor BlueTooth (+8), mais duas para o teclado & mouse (supondo que não utilizarão os convencionais PS/2) (+9 e +10)… nossa, totalizaremos 10 conexões! Sem contar ainda aquelas inutilidades USBs…

Realmente, se optássemos por adquirir uma placa-mãe com o suporte a 10 conexões USB, poderemos fazer o uso de praticamente todas as suas conexões. Mas, em que circunstância teríamos todos estes dispositivos plugados ao mesmo tempo? Além disso, onde ficariam instalados físicamente todos estes periféricos? Ou ainda, quantos usuários realmente teriam condições financeiras para arcar os custos da aquisição de todos estes acessórios?

Além do mais, não seria mais interessante economizar uns trocados para adquirir um bom HUB USB, tanto no quesito econômico (paga-se mais barato em placas-mãe com menos conexões USB), quanto no funcional (a dificuldade em plugar/desplugar as conexões traseiras) e no estético (todos estes acessórios ficariam em cima da mesa)?

100 mbps vs 1 gbps

Sem dúvida, sistemas interligados em redes necessitam de meios de comunicação velozes para promover com eficiência o alto tráfego de dados, e assim, garantir a excelente performance de toda a sua estrutura. E a indústria de tecnologia não têm poupado esforços para o desenvolvimento destas soluções: hoje em dia, a oferta de soluções em hardware, padrões e acessórios são ricas e – até certo ponto – acessíveis! Antigamente, 10 Mbps era a velocidade em que as antigas redes operavam no início dos anos 90; hoje em dia, não só temos 100 Mpbs como padrão, como também há velocidades maiores como 1 Gbps, já que para muitos, 100 Mbps começa a ser vista como insuficiente e ultrapassada para certas aplicações. Este conceito seria válido para usuários domésticos que mantém em seus lares, pequenas redes?

De início, teríamos que analisar as necessidades de uma simples rede doméstica. Para serviços como o compartilhamento do acesso à Internet, a disponibilidade de um servidor de arquivos e de impressão, bem como o uso de jogos com ênfase em modalidades multiplayers, 100 Mpbs não seriam mais que suficientes? Além do mais, ainda teremos que contabilizar o custeamento de equipamentos que suportem os requerimentos necessários para o uso do padrão 1 Gbps, como os Switchs, os Hubs e os cabos de par trançado de categoria 6. Ah, mas a diferença de custo entre um NIC (Network Interface Card) de 1 Gbps para o de 100 Mbps é algo tão ínfimo! Sim, sem a menor sombra de dúvida! No entanto, deveríamos dar preferência aos equipamentos que suportam 1 Gbps e reduzir o nosso leque de opções, sabendo-se perfeitamente que 100 Mbps dará conta do recado?

Um bom exemplo prático disso são as conhecidas Lan-Houses. Duvido que elas gastem mais em estrutura por uma vantagem tecnológica que nem sequer sabem se vai “valer à pena”…

Uau, uma placa-mãe com diagnóstico post integrado!

Certas placas-mãe topo de linha inovam com recursos realmente interessantes. Uma delas é a integração de um conjunto de leds ou um visor numérico para a exibição de determinados códigos para a apuração de falhas na execução do conhecido teste POST, implementado na BIOS para a checagem geral do equipamento antes da inicialização do sistema operacional. Mas…

Seria mesmo interessante pagar R$ 200,00 ou R$ 300,00 à mais em uma placa-mãe com esta tecnologia, caso pudéssemos optar por adquirir uma placa-mãe comum (mas de boa qualidade) e uma placa de diagnóstico POST separadamente, pelo mesmo custo? Tudo bem, convenhamos: por se tratar de uma placa-mãe topo de linha, é claro que esta também virá equipada com outros recursos que a tornarão bem superior a uma boa placa-mãe comum; mas, se o diagnóstico POST for realmente o fator relevante, não só poderemos obter esta mesma funcionalidade com uma placa à parte, como também poderemos reaproveitá-la em futuros upgrades!

Ao menos, se um dos componentes vier a apresentar defeito, reaproveitaremos o outro. Já uma placa-mãe com recursos de diagnóstico POST integrado, será que dá para reaproveitar o sistema de diagnóstico do POST?

Será melhor mesmo se prevenir com o dual-bios?

Outro interessante recurso os quais as mais recentes placas-mãe são dotadas é o Dual-BIOS, que por sua vez consiste em uma segunda memória flash instalada na própria placa-mãe para ser usada como cópia de segurança: caso ocorra uma pane do sistema (seja por alguma operação de atualização mal feita, um vírus que atacou a integridade do conteúdo da BIOS, etc.), poderemos recarregar o conteúdo original da BIOS através desta cópia!

No entanto, a maioria das placas-mãe atuais não dispõe deste recurso. Em contrapartida, possibilitam a recuperação da BIOS automaticamente através da utilização do próprio CD-ROM que acompanha a placa (ou disquete, dependendo do modelo). Em alguns casos, todo o processo pode ser perfeitamente visualizado no próprio monitor; em outros, acompanhado através da emissão de beeps pelo sistema de alto-falantes. O único inconveniente desta operação está na utilização de uma versão mais antiga da BIOS (especialmente em casos onde é utilizado o CD-ROM), o que pode ocasionar falhas no reconhecimento de um processador, caso este último seja um modelo mais recente e que requeira atualização de BIOS para ser reconhecido.

Ou ainda, podemos optar por levar o equipamento para uma empresa especializada em regravação de BIOS. Se é uma opção interessante ou não, vai depender da avaliação de cada um, mas pelo menos uma coisa é certa: será uma opção em que pagaremos desde já para fazer o uso quando realmente necessitarmos, o que não sabemos quando será…

3 conectores de áudio serão suficientes?

A qualidade do áudio onboard disponibilizado pelos chipsets atuais melhorou bastante nestes últimos anos: se antes mal conseguíamos obter uma qualidade que discretamente era considerado audível, hoje não só poderemos apreciar sons cristalinos e com pouquíssimos ruídos, como também poderemos obtê-los através de diferentes canais de áudio, que vão do clássico 2.0 ao 7.1! Mas… minha placa-mãe só tem apenas 3 conectores, onde vou conectar todas as minhas caixinhas? E o microfone?

Normalmente, todas as placas de som dedicadas a usuários avançados, bem como as placas-mãe providas de áudio com alta definição, não só possuem todos os conectores analógicos necessários para o sistema de áudio, como muitas também possuem conexões coaxiais e até mesmo digitais (SPIDF). No entanto, as placas-mãe desenvolvidas para PCs de entrada são equipadas com no máximo 3 conectores analógicos, embora a solução de áudio onboard apresente excelente qualidade. Isto é feito devido ao público-alvo o qual tais soluções são dedicadas. No entanto, podemos perfeitamente utilizar um bom sistema de áudio de 2.1, 4.1 e até mesmo 5.1 canais…

Tais conectores são desenvolvidos para serem compartilhados: por exemplo, quando optamos por utilizar apenas as tradicionais caixinhas de som estéreo (2.0), somos obrigados a ligá-las no conector Line Out (verde), deixando livre os conectores Line In (azul) e Mic In (rosa), ambos para dispositivos de entrada e microfone, respectivamente. Já no caso de serem utilizadas sistemas de áudio com suporte ao surround (4.0), o conector Line In passa a ser utilizado ao ligar as caixas extras que desempenham tal função; portanto, não poderemos mais ligar nenhum outro equipamento de entrada, embora o conector Mic In ainda esteja livre para o uso de um microfone. Por último, em situações onde queiramos um sistema de áudio que suporte o subwoffer e o surround (5.1), o conector Mic In passará a ser utilizado para ligar a caixa de som central responsável pelo subwoffer, também impossibilitando o uso do microfone.

A pergunta-chave desta questão é: quais serão os dispositivos a serem utilizados no sistema de áudio? Se for necessário conectar um sistema de áudio provido de subwoffer e surround, além de fazer uso do microfone e de equipamentos de entrada, inevitávelmente necessitaremos de uma placa-mãe (ou placa de som dedicada) com todos as conexões necessárias para esta finalidade. Mas, como sabemos que são poucos os usuários que necessitam usar todo estes periféricos juntos, valeria à pena gastar mais (ou ainda, limitar as opções existentes) ao preferir por placas que possuam todas estas conexões?

Uma experiência pessoal muito interessante

Na condição de usuário mediano, normalmente eu daria preferência a equipamentos e componentes da classe intermediária. Mas, devido a algumas limitações financeiras (para não dizer desemprego), resolvi fazer uma experiência instrutiva em meu próximo upgrade: ao invés de optar por tais componentes, preferi adquirir componentes básicos e classificados como linha de entrada, para ver como eu me sairia no aproveitamento de seus “limitados” recursos. Claro que nem todos os componentes são tecnológicamente defasados; porém, resolvi mediá-los ao optar por componentes medianos…

A começar pela placa-mãe – o qual não preciso dizer aos leitores que é o mais importante componente de todo o sistema computacional -, resolvi adquirir o modelo padrão mini-ATX M2N-MX SE, que por sua vez é fabricada pela Asus. Esta placa é praticamente limitada em quase todos os aspectos: possui apenas 2 conectores SATA, embora suportem o padrão de 3.0 Gbps (o que não faz muita diferença, dada a limitada velocidade de transferência do HD), 8 conectores USB (embora aproveitados apenas 6, devido a limitação do gabinete), 1 slot PCI-Express 16x (suportando apenas o modo 8x), 2 slots PCI tradicionais e ausência do slot PCI-Express 1x.

Por ser uma placa desenvolvida para o soquete AM2, o processador em uso é o baratíssimo Athlon X2 4000+ (2.1 Ghz, 1024 MB cache L2, 0.065 nm), que por sua vez alia um desempenho mediano a uma baixa dissipação térmica (65 Watts). Poderia até mesmo optar pelo antigo soquete 939 (caso fosse mais barato ainda); mas, devido a dificuldade em encontrá-la no mercado, não tive outra alternativa. A placa em questão traz também o sistema de vídeo baseado no GeForce 6100; já o áudio é suportado pelo excelente codec Realtek ALC662, com os três tradicionais conectores de áudio; por último, o adaptador de rede é de apenas 100 Mbps, também Realtek.

Outro periférico de suma importância para o desempenho está uma básica aceleradora de vídeo ATI Radeon 2400XT, que embora tenha um limitado barramento de 64 bits, é provida de 256 MB de memória GDDR3 (e não as limitadas DDR2). Da mesma forma que a placa-mãe, eu poderia ter optado por adquirir uma placa de vídeo da geração anterior, porém mais potente, como a ATI Radeon série X1600. Mas não o fiz, devido ao alto custo. Além do mais, uma coisa é placa de vídeo limitada; outra coisa é placa de vídeo muito limitada (o que não é o caso), e eis porque a preferência por memórias GDDR3…

Dentre os demais componentes adicionais, se encontram um simples HD de 80 GB (SATA II) e um gravador de DVD (IDE) ambos fabricado pela Samsung. O sistema possui apenas 1 GB de memória RAM, já que optei por utilizar em modo dual-channel, 2 módulos de 512 MB DDR2-800, fabricadas pela Kingston (Value RAM). Por último, as caixas de som são básicas (2.0) e fabricadas pela Toshiba (STI), tendo como destaque a possibilidade de regular os agudos e graves, diferente das demais caixinhas encontradas no mercado.

Dentre minhas atividades básicas, estão as tradicionais tarefas desenvolvida com as aplicações tradicionais para o uso em desktops em geral: no GNU/Linux, uma suíte de escritório (OpenOffice.org), navegação WEB (Firefox), mensageiro instantâneo (Kopete), agregador de feeds RSS (Akregator), um editor de imagens (GIMP), uma máquina virtual (VirtualBox), entre outras. Em poucas palavras, o sistema dá conta do recado e com muita folga! Já no Windows, utilizo-o exclusivamente para jogos, onde títulos de jogos FPS como FarCry, Unreal 2, Medalha de Honra, Counter Strike (Condition Zero), entre outros; todos com excelentes níveis de desempenho.

Dentre as situações em que é exigido o máximo de desempenho do equipamento, o caso mais interessante está no jogo FarCry, desenvolvido em 2004 e com uma engine que, apesar de possuir alguns anos, é considerada pesada para as placas de vídeo de entrada, como a minha ATI Radeon 2400XT. Com os drivers Catalyst atualizados recentemente (versão 8.5), consegui rodar o jogo a uma resolução de 1024×768, em 32 bits e com todos os recursos visuais ativados em modo high, exceto – claro! – o pesado filtro AntiAliasing. Esta modesta configuração garantiu uma boa fluidez do jogo e, embora a taxa de quados por segundo caia em condições de intensa movimentação, a jogabilidade ainda é mantida em padrões aceitáveis. A qualidade de áudio também é excelente, mesmo com o uso de caixas de som limitadas!

Se tal sistema consegue suportar perfeitamente o FarCry, acredito que jogos como Quake 4 e Doom 3 possam ser perfeitamente jogados nas mesmas condições. E olha que a conexão ponto-a-ponto provida pelo PCI-Express é de apenas oito linhas (8x), que por sua vez é mais que suficiente (muitos críticos de plantão questionam o fato de certas placas com suporte ao SLI disponibilizarem apenas oito linhas para cada aceleradora). Em tempo: costumo adquirir somente os jogos que são lançados em versão econômica, pois além do baixo custo de aquisição, estou na classe dos jogadores casuais e os requerimentos de tais jogos normalmente são baixos, possibilitando prolongar a vida útil do equipamento.

Conclusões

À excessão da existência de uma placa de vídeo dedicada, bem como a presença de um processador dual-core e 512 MB de memória RAM extra, podemos ver perfeitamente que o perfil de configuração do equipamento se assemelha bastante ao perfil básico das máquinas comercializadas com o incentivo do Governo Federal, chamadas genéricamente de PC Popular. Nossa, tais equipamentos são bastante criticados pelos usuários veteranos; no entanto, com uma configuração que vai um pouquinho além, consegui obter um desempenho bastante satisfatório! À excessão do adaptador de rede, consegui experimentar perfeitamente todo o potencial do meu novo sistema e com um certo nível de satisfação, já que não poderei “explorá-lo” mais agressivamente.

É claro que muitas outras variáveis poderão fazer a diferença, de acordo com a necessidade dos demais perfis de usuários: neste caso, bastará que estes dimensionem o equipamento de acordo com suas preferências. Por isto, finalizo este artigo com a seguinte pergunta: será mesmo necessário pagar por certas tecnologias e recursos extras que, embora ofereçam melhores índices de performance e desempenho, são perfeitamente dispensáveis?

Enfim, minha estimativa é de que este equipamento será perfeitamente utilizável por uns 3 anos. Até lá, creio que conseguirei ir me “virando” com este modesto – porém funcional – perfil de configuração. E se ele não der conta do recado, infelizmente terei de rever meus conceitos… &;-D

Uma câmera point-shooter de 10 Megapixels!

Há um bom tempo, um amigo veio me contar com entusiasmo a sua mais recente aquisição: uma câmera digital compacta de 7.1 MP! Mas, para o seu desagrado, ele não conseguia obter imagens tão nítidas o quanto eu conseguia em minha câmera digital que, sendo mais antiga e mais modesta, suportava uma resolução máxima de apenas 3.2 MP. Será que é alguma regulagem mal feita? Mas não deveria ser, já que todas as fotos são tiradas no automático…

Embora ter máquinas com capacidade de tirar fotografias de maior resolução sejam interessantes, isto não quer dizer necessáriamente que estas apresentarão uma melhor qualidade de imagem. Muitas vezes apresentam o contrário! Quanto maior a resolução, será necessário que o sensor responsável pela captura da imagem possua maiores dimensões, e eis o ponto central da questão: para que estes possam ser fabricados sem aumentar o custo total do equipamento, são utilizada técnicas de desenvolvimento que primam em “espremer” as fotocélulas responsáveis pela captura da imagem em um sensor bastante diminuto, este com dimensões tais que serviriam perfeitamente para um sensor de 5.1 MP. E dada a imprecisão do processo, a qualidade é irremediavelmente afetada…

Outros pontos importantes a serem considerados está nas dimensões em que tais fotografias deverão ter para serem reveladas. Ora, apenas 2.0 MP são mais que suficientes para imprimí-las no clássico tamanho de 10×15 cm! Já para realizar ampliações maiores (o que é algo mais raro, devido ao custeamento do serviço), as resoluções poderão variar de 4.0 a 7.1 MP, dependendo das dimensões desejadas: com 4.0 MP, conseguiremos 30 cm de largura; com 5.1 MP, serão 35 cm; com 7.1, poderemos amplicar com folga para 45 cm (com 6.0 MP, estaremos limitados quanto a qualidade de impressão). E assim por diante…

Nossa, será mesmo necessário gastar o nosso suado dinheirinho com alguns MPs à mais apenas para obter maiores resoluções? Iremos ampliar tantas fotografias assim, levando-se ainda em consideração a possibilidade ter fotos com mais ruídos na imagem devido a um sensor mal-dimensionado? Se este não é o caso dos leitores, 3.2 MPs são mais que suficientes! Hã, não se fabricam mais as câmeras com esta resolução? Além do mais, estão em dúvida o quanto ao tamanho ideal para as imagens? Então, adquiram uma de 5.1 MP e sejam felizes!

Se muitos modelos de 7.1 MP já começam a apresentar estas anomalias, imaginem aquelas máquinas com seus “incríveis” 10 MP… &;-D

Por Ednei Pacheco <http://by-darkstar.blogspot.com/>

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