Qual será o limite da nossa convicção com a tecnologia?

Pare um pouco para pensar, cada vez que um novo produto é lançado, qual o seu nível de surpresa, de alegria, e de entusiasmo? E quanto tempo dura essas emoções? Novos conceitos estão se disseminando todos os dias, uns menos conhecidos outros que já começam a virar palavras do cotidiano. Termos como Big data, Gadjets Wearables, ÓculosVR, impressoras 3D, etc. Estão sendo falados em todos os sites, revistas especializadas e em fórums, mas o prognóstico que deve ser feito é o que isso muda para mim e para você, usuário final, até que ponto ter um óculo com acesso à internet, GPS , câmera, filmadora pode ser interessante e ao mesmo tempo quanto tempo você se contentaria com um desses sem pensar em adquirir o próximo modelo?

Isso encaixa perfeitamente em dois pontos : O paradoxo da escolha e a Obsolescência planejada. O paradoxo da escolha seria o dilema que nós temos todos os dias em escolher alguma coisa, com tantas opções no mercado, acabamos comprando um produto  dessa enorme  lista ficando com a sensação, de que poderiamos  ter escolhido o outro, a satisfação nunca é completamente garantida. Já a obscolência planejada é o quão descartável pode ser um produto hoje em dia, aquela certeza de comprar um smartphone e daqui há menos de três, quatro meses, com a “injeção” de incentivo das empresas, imprensa e conferências aumentar a vontader de  comprar o novo modelo.

E a obsolescência planejada está cada vez mais intensa no mercado por culpa dos próprios clientes, a cada lançamento de um novo produto, as pessoas criam uma carga de expectativa tão grande que na mesma proporção se decepcionam e começam a se auto questionar se era realmente aquilo que deveriam ter comprado, isso também é explicado pelo ciclo hyper, de acordo com o laboratório de pesquisa americano  Gartner , o desfecho de um produto lançado é definido por uma parábola. 

Inicialmente a carga de dopamina jogada nas pessoas quando é anunciado um novo lançamento é gigantesca, quando o produto é mostrado, essa expectativa cai de forma avassaladora, porque sempre esperamos mais e mais, para justificar o preço que pagamos, e com o tempo o produto se estabiliza e a grande maioria começa a perceber que pode utiliza-lo e que compensa ter um, ou então compram só pelo “status” gerado por ele, será que todos têm um tablet porque realmente precisam? Será que um iPhone é o celular que você realmente precisaria comprar para atender todas as suas necessidades? 

Nossa convicção e apego aos produtos estão cada vez menores, porque nós mesmos estamos sempre esperando o próximo produto, que você acredita ser o salva vidas dos seus problemas. Com os chips ficando cada vez mais baratos, e a era da internet de todas as coisas batendo na porta, em quanto tempo você sentirá que a sua geladeira é descartável, porque ela não tem um display na porta que mostra receitas? Quantas vezes você já comprou algo que era vendido como novo, mas que se você parar para pensar é praticamente o mesmo produto com uma embalagem diferente e um design “moderno”.

Infelizmente preciso dizer que a solução para isso é uma utopia, o conceito de comprar o que é lançado está enraizado em nossa sociedade, e as pessoas com certeza vão continuar consumindo, comprando tudo que é lançado e irão continuar a ficar em filas quilométricas para adquirir tal produto o mais rápido possível, mas com toda certeza uma coisa é fato, nossa convicção com a tecnologia está em queda livre. Salve-se quem puder.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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