Uma coisa ficou bem clara em 2010: as TVs estereoscópicas de alta definição ainda não conquistaram o grande público. Na verdade, a recepção foi tão murcha que mal dá para perceber que o mercado de TVs e conteúdo 3D estéreo (S3D) existe. Bom, também não vai ser em 2011 que o S3D vai chegar às massas. O que vai acontecer é que a grande maioria das HDTVs e Blu-ray players mais caras vão passar a oferecer o 3D estéreo.
No momento, as TVs 3D estéreo são caras demais para o mercado de massa, e com a falta de conteúdo específico disponível não faz mesmo muito sentido para quem tem TVs LCD de alta qualidade ou HDTVs de plasma investir em uma nova TV com suporte a S3D. Outro ponto negativo evidente das telas com 3D estereoscópico é a necessidade de uso de óculos (ou seja, algumas pessoas que já usam óculos de grau não vão poder assistir a filmes em 3D) e do posicionamento em frente à TV em ângulos específicos. Esses óculos podem causar dores de cabeça e afetar o desenvolvimento dos olhos de crianças, e talvez até de adolescentes.
Apesar dos reveses da tecnologia S3D, os fabricantes de aparelhos eletrônicos de consumo vão ter que apresentar novos modelos para poder vendê-los a preços altos. As novas HDTVs não só vão ter tecnologia LED como também uma matriz compatível com S3D e taxa de atualização de 120 Hz, enquanto os novos Blu-ray players vão reproduzir conteúdo 3D e 2D, trazer suporte ao codec MVC H.264 (uma extensão do codec AVC, que hoje é suportado por todos os Blu-ray players) e saídas apropriadas. Os preços vão se anulando, e o 3D estereoscópico vai sair meio que de graça nas TVs de maior desempenho (que custam em torno de mil dólares nos EUA).
Os fabricantes de eletrônicos sabem que a transição para os equipamentos S3D sai muito cara para os consumidores no momento, e ainda não há muita coisa que faça o investimento valer a pena. O Xbox 360 e o PlayStation 3, por exemplo, são compatíveis com o S3D, mas há menos de dez jogos em ambas as plataformas (com a Sony claramente na liderança) usando a tecnologia. A lista de filmes Blu-ray em 3D na Amazon norte-americana só inclui três títulos. Há poucos canais de TV com S3D, e eles não oferecem conteúdo muito variado. Os produtores só vão começar a fazer mais conteúdo em 3D estereoscópico quando houver uma base instalada maior. Para dar um gás na tecnologia, os fabricantes vão ter que cortar os preços das TVs 3D e disponibilizá-las não só ao público “megapremium”, como também a outras faixas de preços altas, porém um pouco mais acessíveis.
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