PC popular e notebooks

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Estas são algumas mensagens que foram postadas no fórum nos últimos dias. No final, acabou virando um bate papo bastante interessante, por isso resolvi publica-las aqui, boa leitura:

Velhojack: Gostaria de saber se o fato de usar muito o notebook em acessos a internet, jogos pesados… se abrevia muito a vida útil do mesmo, tenho um Satellite 1555cds(k6II 380).Estou perguntando isso porque sempre que jogo alguns jogos
pesados o cooler que fica na parte traseira dele entra em ação, e vejo que a temperatura dele sobe bastante… gostaria de saber se isso é normal ou se prejudica a vida útil do mesmo, desde já agradeço a atenção, esse Forum está de parabens!!!!!

Carlos E. Morimoto: Não tem problema, este sistema de “cooler inteligente” visa diminuir o nível de ruído, acionando o cooler só quando nescessário. Um notebook bem conservado não tem uma vida útil muito diferente da de um PC de mesa, a
atenção fica por conta da fragilidade dos componentes do notebook.


Snakyearrow:
Não se esqueça que coolers inteligentes servem também pra evitar consumo desnecessário de energia, e com isso as baterias gastam menos energia e duram mais tempo. Também tem isso.

Carlos E. Morimoto: Isso mesmo, apesar de que um cooler não consome tanto assim, geralmente entre 0.5 (Paraguai para 486 🙂 e 2 Watts (os de 5000 RPM do tamanho de um bonde :-).

Snakyearrow: Mesmo assim, 2W pra uma bateria de um notebook não é de se desprezar.
Acabei de pensar em uma coisa: vai ver os engenheiros de hardware devem ganhar algum bônus por economia de energia. Como por exemplo 1 dólar para cada 0.1W economizado. 😀

Carlos E. Morimoto: Iam tirar o cooler e adicionar um sistema de proteção térmica igual ao do P4, que baixa a freqüência do processador pela metade quando atinge uma certa temperatura 🙂

FishHunter: é a vida útil de notebook infelizmente só é pequena por causa da falta de opção que os fabricantes colocam a disposição. às vezes um pente de memória, quem sabe um HD, um cartão, etc.
Aqui onde moro, encontro Notebook PII 233 por apenas 35 dólares. Claro que usado. Tenho um que a bateria não dura nem uma hora e meia. Se desse para fazer um up nessas belezinhas…

Carlos E. Morimoto: Mas creio que mesmo dentro das possibilidades de upgrade num notebook da pra fazer alguma coisa, em termos de memória e HD, que acabam sendo dois dos fatores mais importantes na hora de um upgrade.
Eu tenho um note 486, um IBM, na configuração original era um verdadeiro lixo, 500 MB de HD e 8 MB de memória. Agora, com 24 MB de memória (da para expandir até 40 MB, mas é muito caro) e um HD de 3 GB, modem e rede PCMCIA ficou “usável”. Tá rodando o
Win98SE.
Creio que num Pentium 2, mesmo um 266 ficaria mais fácil 🙂 Com 128 MB e um HD de 8 GB ou mais um bichinho desses voa.
Você mora nos EUA Fish?


FishHunter:
Olá Morimoto.
Eu moro no Japão. Quando voltar, talvez leve alguns desses PII pra vender e te dou um de brinde!
Bem, quanto ao fato de ser “apenas” um PII 266, pra mim e pra maioria é mais que o suficiente. Tenho 32 de mega e um HD de 1GB, rodando o 98, primeira edição, instável pra caramba. Mas é o Win japonês.
Pra dizer a verdade, eu o uso muito pouco e comprei mais porque é muito barato, só por curiosidade. Mas fazer um upgrade para 128 MB com um HD de 8GB fica muito caro. Memória usada de notebook é mais caro que DDR nova. Aí fico na dúvida se compro ou não,
e acabo não comprando.
Quem sabe eu mando umas fotos das lojas que vendem notebooks para vocês publicarem aí.
Ninguém vai acreditar que essas máquinas são vendidas de monte, no meio das ruas, em balcões. Tem gente que entra com cesta e tudo e sai abarrotado de coisa.:-)

Carlos E. Morimoto: Aqui no Brasil a única coisa que vendem em balcão são placas queimadas e mesmo assim por 10 reais cada 🙂
Um note Pentium II custa no mínimo uns 2000 reais. Sei que algumas empresas do Japão costumam vender componentes de PCs obsoletos pra China, de lá os componentes acabam indo pra outras partes do mundo. Creio que muitos dos “lotes de usados” que
comercializam por aqui venham de lá também. Mas vendem estas peças muito barato, coisa de 2 dólares um processador.
Bem que podiam pensar nessas fontes para construir o PC-Popular, os componentes poderiam ser importados com imposto zero e uma OnG, com trabalho de voluntários, se encarregar de separar os componentes bons e montar PCs que sairiam quase de graça.
No final das contas, cada PC poderia ser vendido por um preço simbólico, 100 ou 200 reais para a população de baixa renda ou escolas.


FishHunter:
Bom, esses notes daqui não dá para vender na mesma faixa de preço por causa do teclado. Vem marcados com os hiraganas que podem desvalorizar o equipamento.
Mas vendo pelo lado que poderiam servir para informatizar as classes mais baixas, seria uma ótima idéia. Aliás, no ano retrasado, os brasileiros no Japão doaram mais de 1000 computadores para instituições brasileiras. Claro que a maioria formada por 386 e
486.
Outra coisa é que a maioria das peças marcadas como Made in Japan, são produzidas na China, Coréia, etc e remarcadas por aqui.
Portanto, acabam indo e voltando para o mesmo lugar.
Sem contar que esses micros de baixo custo são ótimos para redes.:-)

Carlos E. Morimoto: Parece que foi essa exatamente a idéia do PC-Popular que desenvolveram por aqui, um PC sem HD, numa Pc-chips, 16 MB de memória flash para armazenar uma versão enxuta do linux com e-mail, browser, processador de textos
e planilhas. Mas, com placa de rede, pronto para ser conectado a um servidor qualquer ou acessar a Web via adsl ou cabo.
O “Eco” da Microsoft também segue uma idéia semelhante, um cliente magro, o único problema é que o produto da Microsoft tem menos recursos e é mais caro.
Mas creio que essas idéias não tem muito futuro, a primeira coisa que alguém que comprasse o PC-Popular ia querer seria comprar um HD pra poder guardar coisas e instalar programas.

FishHunter: Ouvi falar desse PC-Popular. Também acho que não vai vingar. Mas 16 MB de memória flash com um Linux “brasileiro” é de se admirar. Porque esbanjam tanto espaço assim?:-)))
Acho que o Brasil tá muito longe de caminhar no sentido da evolução. Infelizmente.

Carlos E. Morimoto: Eles usaram memória flash no lugar do HD para tentar cortar custos. As plaquinhas de 16 MB custariam coisa de 50 reais produzidas em serie ou os chips poderiam ser integrados na própria placa mãe. Só que, realmente é
difícil uma idéia dessas vingar. Mas, de qualquer forma, pelo menos restaram as interfaces IDE na placa mãe para quem quiser instalar um HD depois.
Abraços

FishHunter: Mesmo assim, é uma proeza. Ousar colocar uma memória de Palmtop num PC.

Carlos E. Morimoto: Eu achei até um lado positivo na idéia da memória flash, que é transformar o computador em algo mais próximo de um eletrodoméstico, o que poderia ajudar quem não tem muita familiaridade com a informática.
Veja, o boot ficou bem mais rápido, o sistema não da mais pau, você não precisa se preocupar com virus, os aplicativos são padronizados, fáceis de usar, etc. De qualquer forma, quando o usuário saísse da fase “dummal” ele iria poder instalar um HD e usar
o sistema que quisesse.

FishHunter: A idéia é até boa. Mas a princípio, o PC-Popular é um enorme Psion.
Sem a possibilidade de ser móvel, mas com a expectativa de poder receber um upgrade, coisa que um Psion não teria.
A propósito, se caso instalassem um HD, como ficaria a memória Flash?
PS. Nunca vi um fórum assim. Não dá nem tempo de dar o reload que já aparece outros tópicos.

Carlos E. Morimoto: Se você mantiver a placa com a memória flash, ele continua dando boot pelo linux e o HD aparece como uma unidade de disco adicional. Se você retirar a placa, aí sim vira um PC como outro qualquer.
Mas realmente, tão postando muita mensagem aqui 🙂 Isso por que o forum tá a poucos dias no ar, quero ver daqui a um mês. Ainda bem que estamos com um servidor só para o Guia do Hardware as databases do forum tão ficando simplesmente gigantescas.


FishHunter:
Então dá para utilizar o Linux e instalar mais programas, não é mesmo?
No final das contas, acho que eu até arriscaria instalar esse Linux só para dar um teste. 🙂
Quanto ao fórum, ficou mais organizado e respeitável por parte de todos. Dá para escolher o “caminho a seguir” dependendo das mensagens e assim, fica mais ativo mesmo.

Mknun: Pessoal, apenas um detalhe: trabalho só com notebooks faz alguns anos e já peguei algumas máquinas, principalmente alguns modelos da NEC que trabalhavam com um sistema de arquivos FAT32 incompatível com o ocidental, com suporte a
caracteres japoneses nos nomes de arquivo. Não consegui, de forma alguma dar boot com qualquer sistema operacional ocidental, e o cliente teve que ficar com o Windows em Japonês mesmo…
Mas já vi algumas máquinas abertas também, bastando reformatar pra poder usar o Win em Pt-br ou inglês.

FishHunter: Na verdade, gostaria que todo mundo que gosta de hardware dessem um passeio por Kamimaezu (Nagoya) ou Akihabara (Tóquio). Ninguém ia acreditar na loucura de coisas que você encontra por ninharia. Antigamente eu não conseguia
dar valor pra essas coisas. Já cheguei a jogar um PC Asus all-on-board, com P233 MMX no lixo. Hoje o arrependimento que dá.:-(
As vezes, fico dizendo que já tive um monte de Mobos e parece que sou exibido ou mentiroso. Mas a verdade é que o poder aquisitivo dos japoneses é muito alto, se comparado com os preços dos eletrônicos.
Só para ter uma idéia, nos últimos 12 meses, tive mais de 6 computadores diferentes. é só montar um, que um amigo de um amigo vem e compra, deixando peças pra mim. A falta de suporte aos brasileiros faz com que a maioria não valorize muito o dinheiro na
hora de comprar um pc.
Tenho um K6-2 500 que montei com peças que foram sobrando. Esse eu uso só pra teste. Já montei outro, nas mesmas condições, que deixei com minha namorada.
Aqui é assim, final de ano, pode procurar que tem computadores até em lixo.:-)))

FishHunter: Outro detalhe. NEC, nem japonês gosta. Não são produtos de boa qualidade. Mas isso era até dois anos atrás, quando inclusive os desktops tinham arquitetura fechada. Nada dava para fazer upgrade com DOS/V.
Hoje em dia, a NEC se tocou e resolveu entrar na dança. Mas a maioria dos notes que estou me referindo são da Toshiba. Sem problemas com Windows em português.
Aliás, deixe-me esclarecer mais uma coisa. O teclado tem alfabeto Romano e Caracteres Japoneses. Por isso, dá pra usar sem problemas. Algumas pessoas confundem um pouco na hora de digitar, mas é só acostumar.:-)

Velhojack: Já morei no Japão também, e tudo que o nosso colega disse é verdade, me lembro que além dos micros os outros aparelhos eletrônicos tb eram super baratos, sou musico e me lembro que na loja de usados se encontrava sintetizadores
com pouco tempo de uso a preço de banana… outra coisa que gostaria de perguntar a vcs… por um acaso os computadores de mesa são mais rápidos que os notebooks de mesmo clock? Estou perguntando isso porque alem do meu notebook Satellite (k6II 380) tenho
um pentium II de 300mhz que me parece mais rápido que o meu notebook, por um acaso isso se atribui pelo simples fato do meu desktop ter mais memória que o meu Notebook? Ou o Pentium II 300 é mais rápido que o K6 2 380?

FishHunter: Notebook é mais lento que desktop de mesmo clock. A vida inteira foi.
O notebook é otimizado para ter um desempenho satisfatório sem consumir muita energia. Já os Desktops pode ter um hardware dedicado, que pode extrair o máximo de desempenho. Agora está começando a aparecer placas de vídeo “mobile”, o que vai melhorar
muito o desempenho dos notes, mas não acredito que venham a ficar mais rápidos do que desktops.


Carlos E. Morimoto:
Isso também é verdade, os notebooks não tem como concorrer em desempenho com um desktop topo de linha, nem são projetados pra isso, mas isso depende do desktop, se for um K6-2 500, M585, video onboard, HD samsung, etc. fica
fácil pro notebook bater o desktop com folga 🙂
Em termos de processamento, existem sistemas de gerenciamento de energia, power now!, powerstep, etc. que diminuem a freqüência do processador em certas circunstâncias. Mesmo no caso dos notebooks que tem vídeo 3D, quase sempre a memória é compartilhada,
com um desempenho parecido com a maioria dos vídeos onboard em placas para desktop.
Os HDs para notebook também são bem mais lentos, giram a uma rotação menor, tem menos cache, etc. tudo para economizar energia. E por aí vai. Os notebooks são projetados para serem eficientes nos quesitos peso e consumo elétrico, mas para isso sempre é
preciso sacrificar um pouco o desempenho.

Não da para rodar Quake III a 1024 x 768 a 60 fps num notebook, por exemplo, e provavelmente ainda vai demorar pra isso ser possível, apesar de já ser possível assistir um DVD ou rodar programas pesados sem problemas.

FishHunter: é verdade. Mas o tamanho dos HD’s de Note é uma coisa incrível. Independente da velocidade de rotação, o tamanho deles impressiona.
Acho que quem quer ter um note, deve esquecer um pouco o clock do processador para não comparar com um desk.
Um note é feito para ser portátil. E isso, ele vem cumprindo muito bem. Pra rodar programas mais pesados, não tem jeito de escapar de um desktop.
Agora eu quero ver como fica o desempenho dos novos AMD 1.4 mobile com placa de vídeo da ATI.:-)


Carlos E. Morimoto:
No caso dos HDs, é relativamente fácil para os fabricantes fazerem HDs menores, tem por exemplo o microdrive da IBM, menor que um cartão PCMCIA tipo 2 por exemplo. Tecnicamente seria possível construir HDs bem menores do que
isso, o único problema é que como a capacidade do HD é proporcional à superfície de gravação, quanto menor o HD, fatalmente também será menor a sua capacidade de armazenamento.
Atualmente existiria tecnologia pra construir HDs com meia polegada de diâmetro, talvez até menos, mas não adiantaria muito lançar no mercado um HD deste tamanho, mas com 100 MB de capacidade e custando 20.000 dólares.
O problema atualmente não é tanto o que se pode fazer, mas sim o que pode ser vendido 😉

FishHunter: Agora eu ouvi dizer que a IBM vai lançar esses microdrivers de até 1 GB por uma fábula. Qual a intenção de uso desses HD’s? Para Psion’s da vida, será?

Carlos E. Morimoto: A idéia seria usar esses HDs em handhelds e em câmeras digitais, mas eles ainda tão caros demais, mesmo pra esses usos, creio que se um dia a IBM conseguir vender esses disquinhos mais baratos, eles possam se tornar
mais populares.

FishHunter: Para câmera digitas volta a utilidade de um notebook mesmo que com clock bem baixo. Dá para limpar um memory stick passando as fotos para um portátil, mesmo um Pentium 100, já que o preço dessas memórias é um terror. Apesar de
ter que carregar um “trambolho” debaixo do braço, ele teria outras utilidades. Tenho usado o meu assim. Tenho uma Sony DSC-F505 e o preço de um memory stick desencoraja qualquer um. Aí lembrei que dava para fazer isso com o notebook e dá certo. Tem
funcionado.
Mas a memória que os handhelds tem não são o suficiente? Já que os aplicativos geram arquivos bem pequenos, um HD seria até desperdício, não?


Carlos E. Morimoto:
Eu penso que os aplicativos são pequenos justamente pela escassez de memória, um Poket PC hoje em dia tem mais poder de processamento que um Pentium 100 por exemplo, usam processadores de 170, 200 MHz.

Se esses aparelinhos tivessem mais espaço de armazenamento, um microdrive de 500 MB por exemplo, poderiam existir programas bem mais complexos. Provavelmente muitos fabricantes começariam a produzir aparelhinhos capazes de rodar os mesmos aplicativos que
rodamos nos PCs de mesa.
Pense a utilidade que teria ter um guia completo de ruas, que indicasse o melhor caminho, pontos onde os congestionamentos são mais frequêntes, permitisse fazer busca de ruas pelo nome ou região, etc. no handheld pra quem dirige em São Paulo por exemplo.
Potência eles tem de sobra, so falta algum lugar pra armazenar as centenas de megabytes de mapas 🙂

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