Os HDs magnéticos que conhecemos, estão conosco há longas décadas: a sua história remonta desde o lançamento memorável da gigantesca unidade de 5 MB, criada pela IBM lá nos anos 50. Entretanto, diferente dos processadores e outros componentes eletrônicos, a sua evolução tem sido bem mais lenta, embora as unidades atuais disponham de grandes capacidades de armazenamento. No geral, são considerados como os principais gargalos de um sistema computacional, devido especialmente a sua natureza mecânica e a lentidão no acesso às informações.
Um bom disco rígido de 3.5”, possui em média a capacidade de transferir informações a até 100 MB/s. Porém, tal valor pode ser alcançado apenas se os arquivos a serem transferidos estiverem gravados na unidade de forma sequencial e sejam grandes, pois estas unidades geralmente possuem um tempo médio de acesso na casa dos 5 a 10 milissegundos, o que em proporções tecnológicas é considerado como uma eternidade: os atuais SSDs possuem tempos médios de acesso rondando na casa dos nanossegundos!
Dentre os parâmetros a serem observados ao comprar um HD magnético, estão:
1)A capacidade de armazenamento (quanto maior, melhor);
2)A quantidade de memória cache (quanto maior, melhor);
3)A velocidade (rotação) de giro dos pratos (quanto maior, melhor);
4)O tempo médio de acesso (quanto menor, melhor);
5)O padrão da interface (quanto mais atual, melhor);
6)O suporte a tecnologias modernas, como o NCQ.
Ainda assim, mesmo obtendo as melhores unidades disponíveis, o ganho em desempenho não aumentará consideravelmente. Então, o que fazer para acelerar ao máximo a sua performance? Eis, algumas dicas gerais:
Certifique-se de que a instalação física da unidade esteja sendo feita de forma correta, adequando-se aos procedimentos técnicos formais. Fixe-o no gabinete corretamente (para evitar vibrações que podem interferir no movimento do braço de leitura e prejudicar o desempenho), garanta a melhor refrigeração interna possível (para evitar o corrompimento de dados a alta temperatura), certifique de que não haja variação no fornecimento de energia elétrica (use boas fontes de alimentação) e use os cabos de dados adequados (SATA com pelo menos 30 cm). Se a unidade em questão for um antigo modelo PATA, somente ela deverá estar conectada ao cabo flat (para não compartilhar o mesmo canal IDE), deixando a unidade óptica instalada na controladora secundária, caso disponível, além da mesma utilizar o conector da ponta do cabo (para evitar as interferências causadas durante o processo de transmissão de dados).
A seguir, inspecione as configurações feitas através dos jumpers, evitando ao máximo utilizar qualquer arranjo que preze pelos modos de compatibilidade (para evitar possíveis overheads). Isto também vale para as opções do Setup, evitando modos como a compatibilidade com a interface IDE (IDE Mode). Depois, confira se o modo de transferência de dados em blocos (Block Mode) e o suporte a 32 bits estejam ativados. Obviamente por questões de compatibilidade, estas configurações nem sempre poderão ser realizadas; entretanto, procure utilizá-las sempre que possível, solucionando os problemas de incompatibilidade que (talvez) possamos encontrar.
Uma vez que a unidade estiver devidamente instalada e configurada, deveremos planejar o particionamento adequado, para realizar a instalação do sistema operacional. Para as distribuições Linux, certifique-se de que a partição SWAP seja a primeira a ser criada, seguida da partição raiz. Em geral, a área correspondente a alocação da partição SWAP deverá ficar nas trilhas externas, para que possamos aproveitar melhor a velocidade de acesso do mecanismo de acionamento do braço mecânico.
Para para os PCs desktops baseados no sistema operacional Windows, os arranjos começam a ficar mais complicados. De início, o Windows não utiliza partições swap, mas sim um arquivo de paginação que tende a ficar fragmentado com o tempo. Além disso, o arquivo em questão se situa na mesma partição em que o sistema operacional está instalado, que pode trazer inconvenientes no acesso, dependendo do arranjo dos arquivos do sistema, já que a unidade só pode acessar um arquivo de cada vez.
Então, acesse em “Meu Computador” com o botão direito sobre o ícone, a opção “Propriedades”; a seguir, a aba “Avançado”. Na seção “Desempenho”, clique em “Configurações” e novamente na aba “Avançado”, onde chegará na seção “Memória Virtual”. Clique em alterar e redefina a quantidade máxima ou até mesmo desabilite-a, se tiver memória mais suficiente. Ou então, utilize outros discos-rígidos e suas partições, conforme esta dica proposta pelo mestre Morimoto. 😉
Uma outra dica interessante para agilizar o funcionamento do Windows no disco-rígido, será realizar a sua instalação em uma partição à parte. Neste caso, reserve um espaço pequeno, mas suficiente para que a instalação do sistema e seus aplicativos não excedam 60% dele. Então, utilize o espaço restante para guardar arquivos em geral, como documentos eletrônicos, fotografias, vídeos e outras informações do gênero. Se possível, faça uma imagem de backup da instalação do sistema.
Logo após a instalação do sistema (seja por qual método tenha escolhido), faça a desfragmentação do disco-rígido, mas não faça o o uso do utilitário nativo fornecido com o Windows XP (ou Vista ou 7, dependendo do seu sistema). Explico: o desfragmentador nativo apenas se preocupa em tornar os arquivos fragmentados em arquivos contíguos, deixando ainda espaços fragmentados entre eles. Portanto, quando novos arquivos forem escritos no disco-rígido, novas fragmentações ocorrerão. Neste caso, aplicativos como o Defragger (Piriform) podem fazer um bom serviço, o qual inclusive podemos nos concentrar nos arquivos de inicialização do sistema, tornando mais rápido o tempo de carregamento geral do sistema.
A seguir, realize testes com ferramentas dedicadas para benchmark, como o HD Tach ou o HD Tune. Analise cuidadosamente o desempenho geral da unidade, observando as quedas de desempenhos e os valores obtidos que estiverem abaixo do especificado pelo fabricante. Se porventura encontrar alguma inconsistência, revise todo o passo-a-passo do processo inicial de instalação física até as últimas providências feitas para a sua configuração e corrija-as, se necessário. Por fim, faça uma inspeção geral com utilitários que façam a leitura de relatórios S.M.A.R.T. Inclusive, o HD Tune possui uma seção chamada Health, que não faz nada mais além de interpretar o relatório S.M.A.R.T. criado pelo controlador do HD.
Como eu disse, estas são apenas algumas dicas gerais, as quais certamente serão bastante úteis no dia-a-dia dos profissionais e aficionados em TI. Embora as unidades SSD prometam uma série de vantagens e outras possibilidades, ainda teremos que conviver por um bom tempo com os tradicionais discos-rígidos magnéticos. E sabendo que eles armazenam os nossos preciosos dados, não só deveremos melhorar a performance geral, mas também garantir que a sua saúde esteja em dia!
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