Pendrives: dos 64 MB para os 64 GB

Pendrives: dos 64 MB para os 64 GB

No final de 2002, já não suportava mais ter que carregar meus dados em disquetes. Embora fossem mídias de baixo custo, eram de baixa qualidade (e consequentemente, baixa segurança) e possuíam pouca capacidade de armazenamento. As mídias ópticas (CD e CD/RW, já que os DVDs ainda não eram populares) também não me atendiam à contento, dada a pouca flexibilidade em realizar modificações. Carregar uma gaveta USB com disco rígido então, nem pensar!

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O nosso primeiro pendrive, a gente nunca esquece…

Eis então, que surgem os pendrives. Dotados de memória flash, eles me chamaram a atenção não devido à sua inovação ou flexibilidade (o que só fui descobrir logo depois), mas que era “esquisitinho”: piscava loucamente quando era plugado em uma porta USB! Além disso, era dotado de um corpo translúcido e dotado de cores bem extravagantes. Para variar, ele era preso por uma espécie de cordão, que combinado com o pescoço de um dono exibido, dava-lhe um visual que “dispensa comentários”…

Pois bem, deixando esta primeira (má) impressão de lado, fui conferir as funcionalidades do dispositivo e gostei do que vi. No entanto, me assustei com o seu custo: R$ 300,00 por um pendrive de 128 MB, que nem chega a 1/5 da capacidade de um CD-R/W (que na época, custava em torno de R$ 10,00)! Apesar disso, a facilidade de uso e praticidade pesaram na decisão de compra.

Mesmo assim, preferi ser modesto em minha futura aquisição e procurei por um modelo de baixa capacidade: 64 MB! Mais uma vez (entre tantas outras vezes), lá vou eu ao InfoCentro, um prédio situado na Av. Rio Branco, com uma série de lojas e estandes voltados para produtos de Informática.

O pendrive de 64 MB, simplesmente não era encontrado com facilidade, sem contar ainda que o seu custo era praticamente de 70% a 80% de um pendrive de 128 MB, que por sua vez custava algo em torno de R$ 300,00! Já os de 256 MB, custavam pequenas fortunas, com valores à partir de R$ 450,00. Não teve jeito: desisti da compra. Mas já que estava lá, aproveitei para dar um passeio. Por ironia do destino, encontrei um estande onde vendiam um pendrive de 256 MB, mas com o “precinho” de 128 MB! Não pensei duas vezes, saquei a carteira do bolso e fiquei R$ 280,00 mais pobre, porém feliz com a nova aquisição.

Mesmo assim, desconfiei da procedência do produto, por estar com um preço mais em conta, e “encarei” o dono do estabelecimento. Outra grande surpresa: reconheci-o como o mesmo camarada de quem um dia, comprei o meu velho modem USR Robotic 5610 e a minha saudosa Voodoo 3 3000! Lembro-me bem (como se fosse hoje) do momento, quando fui perguntar à ele como é que conseguia vender seus produtos a custos tão atraentes e ele me respondeu, dizendo que vende com uma pequena margem de lucro porque ganha no volume de vendas. Deixou-me claro também, que ressente de seus colegas vendedores, por suas práticas anti-éticas ao venderem produtos bem acima de seu preço real, embora ele não tenha me dito “com essas palavras”. Se é verdade ou não, realmente não posso confirmar; mas bem que ele poderia estar vendendo seus produtos com um preço mais alto (e ainda assim, abaixo ao da concorrência) e no entanto, não o faz.

Bem, deixando este descontraído bate-papo de lado, fui experimentar o meu novo brinquedinho, aproveitando as poucas oportunidades em que encontrava uma conexão de banda-larga à disposição. Baixei muitos pacotes códigos-fontes, já que eu era um entusiasta usuário do Slackware, algumas aplicações livres interessantes para a plataforma Windows, além de distros minimalistas, como as primeiras versões do Kurumin na época. E claro, muito satisfeito, embora um pequeno detalhe me incomodasse: a lenta taxa de transferência, situando-se entre 450 KB/seg. de escrita e 750 KB/seg. de leitura. Até que isto não me incomodava muito, até descobrir que algumas distribuições GNU/Linux podiam rodar à partir do pendrive…

Desde então, mais de 3 anos haviam se passado. Se antes, desejava apenas experimentar o novo brinquedinho, já nesses tempos, estava me preparando para o primeiro upgrade de pendrive (se é que posso considerar assim). Desta vez, o motivo estava na velocidade de escrita/leitura, onde o padrão USB 2.0 oferecia taxas de 4 MB/seg. de escrita e 6 MB/seg. de leitura. 512 MB? Nada disso! Dessa vez, planejava dar um salto considerável para 1 GB, que por sua vez, custava algo em torno de R$ 250,00. Se o valor em questão é considerado alto para os padrões atuais, então devo lembrá-los que na ocasião anterior, o modelo de 1 GB custava algo em torno de R$ 1.200,00!

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Eis, o pendrive Kingston DataTraveler 512 MB, “fininho” e “sóbrio”!

Infelizmente, os modelos de 1 GB não se encontravam à disponibilidade; então, tive que me contentar em adquirir o modelo de 512 MB/USB 2.0 pela “módica” quantia de R$ 150,00. O fabricante e o modelo do produto em questão foi um Kingston DataTraveler, na cor cinza escuro, pois optei por ele ao invés dos demais modelos disponíveis por ser mais “fininho” que os outros, além de manter uma aparência mais sóbria.

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Eis, o pendrive que ganhei da Revista PC World!

Mas por ironia, não fiquei com este pendrive por muito tempo (estimo que tenha sido um pouco mais de 1 ano): A PC World resolveu dar um novo pendrive de brinde para os leitores que se candidatassem a escrever um “causo” interessante na área de Informática. Em se tratando de escrever artigos informais, para mim foi um prazer participar da competição. E ganhei! Porém, para a minha decepção, o modelo em questão – o Transcend JetFlash de 512 MB – não só tinha a mesma capacidade que o “antigo” (foi como trocar 6 por 1/2 dúzia), como também era extravagante em suas cores (que combinado com um irritante led pisca-pisca, transformavam o meu PC desktop numa verdadeira espaçonave). Confesso que torcia por um pendrive de 1 GB, mas como “cavalo dado não se olha os dentes”…

E mais um ano se passou. Mas para o meu desespero, as imagens ISO de CDs de instalação das minhas distribuições favoritas, passavam a utilizar tanto as várias mídias de CD o quanto a mídia de DVD, para a sua instalação. E a capacidade de 512 MB se revelara insuficiente para as minhas necessidades, pois nem sequer dava para instalar uma distribuição minimalista decente com tão pouco espaço disponível (à exceção do Slax). Não teve jeito: lá vou eu para o meu 4o. pendrive!

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Eis, a linha de pendrives “retrátil” coloridos da Kingston! Mas desta vez, as cores são bem mais sóbrias…

Estão vendo aquele “vermelhinho” de 4 GB ali em cima? Pois então, foi justamente ele que adquiri, por uma modesta quantia de apenas R$ 49,90! E em pensar que meus pendrives anteriores custaram R$ 150,00 e R$ 280,00! Além da bela tonalidade de cor (no real ele parece ser mais escuro que na fotografia), o seu LED sinalizador de leitura e escrita é bem mais sóbrio, com iluminação baixa e suficiente para esta tarefa.

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HD USB Samsung S1 Mini: apresenta melhor relação custo vs benefício, mas a existência de um item com componentes mecânicos em uma bolsa que vai ser sacolejada me preocupa…

Será que agora, ficarei sossegado? A resposta é… não! Como sabem, montei um kit de ferramentas, onde mantenho uma série de itens importantes paras as atividades de suporte técnico que necessito realizar em campo. E um dos poucos itens faltantes, um deles está na unidade de armazenamento para simples backups. Estive pensando seriamente em adotar um pendrive de alta capacidade com algo em torno de 64 GB, já que com as suas diminutas dimensões, caberia facilmente em minha bolsa; porém, se comparado a um HD USB como o Samsung S1 Mini, seu custo vs benefício não me parece interessante. Por outro lado, a existência de um item com componentes mecânicos em uma bolsa que vai ser sacolejada me preocupa, se pensarmos na garantia da integridade dos dados.

O que vocês acham? &;-D

Por Ednei Pacheco <ednei.pacheco [at]gmail.com>
http://by-darkstar.blogspot.com/

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