Mark Cerny, arquiteto-chefe do PS5 Pro, destacou que o novo console da Sony chega para atender a um desejo cada vez mais presente entre os gamers da base PlayStation: uma taxa de quadros mais elevada. Segundo Cerny, 75% dos jogadores de PS5 preferem otimizações na taxa de quadros por segundo (FPS) em vez de priorizar a fidelidade gráfica. Esse dado revela a crescente demanda por uma jogabilidade mais fluida, algo que a Sony promete entregar com o PS5 Pro.
O PS5 Pro, com seu hardware renovado, promete exatamente isso: melhorar a fluidez dos jogos. No entanto, ainda é cedo para saber se as promessas da Sony serão totalmente cumpridas. Há rumores de que o selo “PS5 Pro Enhanced” possa ser aplicado a jogos que rodem a 30 FPS, o que certamente não agradaria a todos os jogadores que investirão cerca US$ 700 no novo console.
Projetando um mundo que corre em 120 FPS
A discussão sobre taxas de quadros não é nova para quem acompanha o mundo dos games, e esse tema tem ganhado cada vez mais protagonismo. Desde a ascensão dos jogos multiplayer competitivos, até mesmo os jogadores que não se importavam tanto com FPS passaram a valorizar esse aspecto, impulsionando o mercado de placas de vídeo e monitores de alta taxa de atualização.
Curiosamente, a Sony já vislumbrava um futuro com mais de 60 FPS em 2005, antes do lançamento do PlayStation 3. Na Tokyo International Digital Conference daquele ano, Ken Kutaragi, o “pai” do PlayStation, declarou que esperava que o PS3 fosse capaz de rodar jogos a 120 FPS.
Em alguns games do PS5 isso é alcançado. Em títulos como Dirt 5, Doom Eternal, Destiny 2 e Borderlands 3. No entanto, esses jogos rodam a 120 FPS com resoluções menores que a a opção nativa do console.
A dura realidade
Apesar das grandes expectativas em torno do PS3, a realidade, em termos de taxa de quadros, foi bem diferente.
O grande destaque do console era o processador Cell, mas, mesmo com esse componente poderoso, o PS3 não conseguiu atingir os tão desejados 120 FPS. Além disso, o mercado de TVs com suporte a 120 Hz ainda era incipiente na época do lançamento do console.
As primeiras TVs com 120 Hz surgiram exatamente no ano de lançamento do PS3, 2006. O modelo abaixo da JVC detém o título de primeiro televisor com suporte a uma taxa de atualização de 120 Hz. A resolução da tela era 1366x768p.
Na prática, a máximo que o PS3 conseguia entregar em termos de taxa de quadros era 60 FPS. Alguns títulos, como Marvel: Ultimate Alliance, enfrentavam oscilações severas de performance, chegando a rodar a 15 FPS em alguns momentos. Para alcançar 60 FPS, muitos jogos precisavam ter a resolução ajustada para 720p ou até mesmo 480p, bem abaixo do prometido 1080p nativo.
Hoje, é fácil perceber que as expectativas criadas em torno do PS3 não foram cumpridas em termos de taxa de quadros. Mesmo jogos como a trilogia Splinter Cell, remasterizada em HD, que prometia 1080p nativo, sacrificavam o framerate, caindo para menos de 20 FPS em alguns momentos, segundo análise da Digital Foundry.
Um usuário do Reddit relatou em 2022 que, ao ligar seu PS3 novamente, após um longo tempo, notou a inconsistência da taxa de quadros, algo que havia passado despercebido na época. Ele chegou a fazer a seguinte pergunta no post: a taxa de quadros era inconsistente no passado e eu nunca notei, ou será que tem algo que eu pudesse fazer?
A resposta é óbvia: era relinconstância, mas que passava despercebido, porque era outro momento.
Comparando 2006 com 2024, a mentalidade dos gamers mudou bastante. Hoje, muitos estão mais atentos às especificações técnicas, como a taxa de quadros, e a Sony claramente está se adaptando a essa nova realidade.
O dado de que 75% dos jogadores priorizam FPS é um reflexo dessa mudança, e o PS5 Pro promete entregar o que esses gamers desejam. No entanto, é sempre importante lembrar que as promessas feitas pelas empresas nem sempre refletem a experiência real do produto. Vamos aguardar!
Deixe seu comentário