O siliconvalley.com publicou recentemente um artigo comentando o PC de 600 reais que o governo pretende vender através da caixa econômica federal, em suaves prestações, para as camadas mais pobres da população.
O artigo compara o PC com um fusca (da onde será que tiraram essa idéia?? 🙂 mas apoia a idéia de levar o acesso à Internet para as camadas mais pobres da população. O original pode ser lido em: http://www.siliconvalley.com/docs/news/svfeatures/082944.htm
O PC popular tem uma configuração bastante incomum, principalmente por que o disco rígido foi substituído por uma placa PCI que traz 16 MB de memória flash, junto com memória ROM onde está gravado o sistema operacional e programas. A fim de cortar custos, é usada uma versão do Linux, com o KDE, browser, leitor de e-mails, editor de textos e planilha, tudo gravado em ROM.
O restante da configuração até que não é tão ruim, K6-2 ou Celeron de 500 MHz, 64 MB, monitor de 14″, vídeo (onboard claro), modem de 56k e placa de rede. O fabricante da placa mãe parece ainda não estar definido, mas pelo menos no protótipo da foto publicado pelo terra.com.br é uma PC-Chips.
O fato do PC vir sem HD não é nem tanto uma medida econômica, pois a placa com a memória Flash e ROM não custa muito menos que um HD low-end, é mais a fim de diminuir os custos de manutenção e tornar o PC mais fácil de usar. Diminuir os custos de manutenção pois com o sistema operacional e os programas gravados em ROM é praticamente impossível o usuário ter qualquer problema a nível de software, tornar o PC mais fácil de usar pois por já vir totalmente configurado e com apenas meia dúzia de programas, o PC não é muito mais difícil de usar que uma agenda eletrônica, mesmo considerando o fato de vir com Linux. A parte mais difícil do Linux é configurar o sistema e adaptar-se aos aplicativos, num sistema já pré instalado, com interface gráfica e tudo mais funcionando, a transição é muito mais rápida, sem citar que a interface do KDE é muito parecida com a do Windows 98.
A foto a seguir foi publicada no terra.com.br a algum tempo atrás, mostra um protótipo do PC Brazuca. O gabinete é um modelo translúcido, que parece bastante frágil, mas deve servir para tornar o PC mais leve e mais parecido com um eletrodoméstico.
Não dá para ver o encaixe da fonte, mas parece ser um modelo AT. Espetados na placa mãe estão o modem (onboard como em toda boa PC-Chips :-), o cabo do vídeo (novamente onboard), a placa PCI onde estão as memórias flash e ROM, um slot PCI livre, os cabos das portas seriais e paralelas e a placa de rede (estranhamente uma placa ISA muito antiga).
Como disse, o fabricante da placa mãe que equipará o modelo definitivo ainda não foi divulgado, mas a placa desta foto é com certeza uma PC-Chips M598LMR, sem som onboard. Compare com a foto do site da PC-Chips: http://203.161.230.38/598lmr.html
A seguir está uma foto do PC popular publicada no terra.com.br a alguns dias atrás, note que o modelo de foto ainda é um protótipo:
Apesar do PC vir sem HD ou drive de disquetes, estão presentes as portas IDE e FDD na placa mãe, o que permite que o usuário adicione posteriormente o que desejar. Segundo o que vem sendo divulgado também existirá a opção de comprar o PC popular com drive de CD-ROM.
A placa de rede é importante no projeto, primeiro por que os serviços de acesso rápido via DSL, cabo, etc. exigem uma placa de rede, que serve como interface de comunicação, segundo por que o PC deve ser bastante usado (se não sumirem com o dinheiro reservado pra isso…) em escolas, bibliotecas, etc. onde os PCs precisariam ser ligados a um servidor que disponibilizasse acesso à Net, filtrasse conteúdo e permitisse aos usuários armazenar dados em pastas protegidas, localizadas no HD do servidor, já que os 16 MB da configuração original mal dão pro cache do browser.
Deixe seu comentário