É possível montar um PC desktop para durar por +7 anos?

É possível montar um PC desktop para durar por +7 anos?

Em 2008, quando fiz o meu estágio no Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico (em Botafogo, RJ), me surpreendi ao encontrar antigos PCs desktops equipados com CPUs Pentium III de 1.2 GHz (core Tualatin), 128 MB de RAM (DIMM PC 133 Mhz) e 10 GB de disco rígido. Embora fossem máquinas antigas e obsoletas, a adição de mais memória as tornavam satisfatórias para as necessidades de seus usuários.

Claro que eram equipamentos muito bons para a sua época (2002); mas, depois de todo este tempo, não acreditava que eles poderiam durar tanto, pois simplesmente não foram concebidos para isto (o uso de um gabinete de 3 baias com uma fonte genérica e uma placa-mãe mediana me jogam isso na cara)! Não demora muito e eis que surge mais uma daquelas ideias “mirabolantes” que costumo ter…

Se é possível conceber um PC desktop para durar por tanto tempo, porque não planejar um novo equipamento para durar por mais de 7 anos, em meu próximo upgrade? Não precisa ser um daqueles PCs parrudos e devoradores de RAM (inclusive, o Pentium III mencionado até tem um consumo modesto para os padrões atuais), mas suficientes para as tarefas básicas como suíte de escritório, acesso a Internet e editoração gráfica. E porquê não, aumentar esta vida útil para até 10 anos?

O mais interessante é saber que, na atualidade, existe uma série de fatores que torna bem mais propício montar uma máquina super-durável. Por exemplo, poderemos adquirir um bom console de vídeo-game à parte e liberar o uso do PC desktop destas atividades. Como sabemos, os jogos são as aplicações mais pesadas que “exigem” dos usuários, o upgrade compulsório! Além disso, dispensando o uso de jogos, não precisaremos adquirir uma VGA à parte, contentando-se exclusivamente com um bom IGP. Ao menos, resta torcer por isto!

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Se o PS2, com a sua grande longevidade ainda é largamente vendido, porquê seria diferente com o PS3 ou até mesmo o XBox 360?

Outra atividade que, em tempos antigos requeria uma boa capacidade de processamento, era a editoração gráfica, mais especificamente a fotografia digital. Mas com o amadurecimento das câmeras digitais e a chegada de seu limite natural de 12 MP, não vejo o porquê nos preocupar em manipular imagens maiores e mais pesadas que isto. Ao menos, não à médio e longo prazo. Por fim, há a questão da consciência ambiental: com a crescente necessidade de se preservar o meio-ambiente, produtos duráveis, reaproveitáveis, recicláveis e ecológicos estão começando a dar as cartas no mercado. E falando nisso, vamos ver o que os fabricantes nos oferecem?

Diferente dos demais fabricantes, a Gigabyte lançou uma série de placas-mãe com o selo Ultra Durable 3. Como o próprio nome diz, tais placas são equipadas com tecnologias que torna possível uma longa durabilidade de seus componentes, como a aplicação de 2 onças de cobre e o uso de capacitores em estado sólido. Além disso, deveremos estar atento às especificações técnicas de seus componentes, de forma a optar pelas tecnologias mais atuais possíveis. Já imaginou ter que aturar as lentas taxas de transferência das implementações atuais USB e SATA? Conexões DVI e HDMI (ou até mesmo a DisplayPort) então, indispensáveis!

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Gigabyte Ultra Durable 3: haveria outra escolha melhor?

Gabinete e fonte de alimentação, eis outros dois importantes fatores a serem considerados! Uma vez que o gabinete possua um bom projeto de ventilação, certamente não trará maiores dores de cabeça; por isto, eu acredito que o meu atual Kemex CM-9287 venha a dar conta do recado. Mas a sua fonte de alimentação, com seus meros 230 Watts (potência real) e qualidade mediana, me preocupam! Felizmente, com a tendência de miniaturização, certamente poderei trocá-la por outra fonte micro-ATX como as 250 Watts fabricadas pela Seventeam. Se gabinetes cinzas de 3 baias e fontes genéricas deram conta dos equipamentos de onde eu fiz estágio, porquê seria diferente com o meu atual gabinete?

Agora, vamos definir a linha de processadores: sem pestanejar, uma CPU quad-core com TDP entre 45 e 65 Watts e maior velocidade possível! Como sabem, quatro cabeças “pensam” melhor que duas (embora apenas uma é que estará pensando na maior parte do tempo); além disso, consumirão tanto quanto os seus equivalentes dual-core. E quanto mais núcleos, melhor…

Quanto aos módulos de memórias, não há muito o que dizer: em se tratando de componentes sem partes móveis, não será preciso se preocupar com a sua durabilidade, uma vez que as ideais condições do ambiente (ventilação e alimentação elétrica) e a boa manuseabilidade sejam bem monitoradas. 3 ou 4 GB com certeza deverão dar conta do recado. No entanto, estes terão que ser obrigatóriamente módulos DDR3, visto que daqui a 7 anos não será tão difícil de encontrá-los, se comparados com os atuais módulos DDR2.

Por fim, vem os discos rígidos. Como os SSDs ainda não estão popularizados (além de contarem com pouco espaço de armazenamento), terei que optar pelo HD. 250 GB está de bom tamanho? Acredito que sim! Além do mais, estamos lidando com tarefas básicas e de cunho geral, onde o espaço não é o fator determinante (no máximo, algumas centenas de fotografias serão armazenadas). Além do mais, vai ser interessante chegar em um futuro não muito distante, onde todos estarão utilizando SSDs e eu ainda estarei com o bom e velho HD (se ele resistir por mais de 5 anos)!

Bem, vou parando por aqui. Como podem ver, os componentes acima listados são o que considero “a espinha dorsal” de um PC desktop. Outros elementos, como placas de expansão, monitores e acessórios diversos (até mesmo o HD), serão perfeitamente substituíveis sem mesmo requerer o upgrade compulsório. Até mesmo os próprios componentes podem ser trocados sem comprometer o conjunto. Um gravador de DVD certamente será trocado por um gravador de blu-ray; uma nova placa de recepção de TV digital poderá ser inclusa; e assim por diante.

Confesso que no início, vai ser “esquisito”: ter um PC desktop com CPU quad-core, 3 ou 4 GB de RAM e 250 GB de disco rígido só para executar tarefas básicas onde simples máquinas dariam conta do recado, vão me dar uma profunda sensação de “desperdício de recursos”. Mas pelo menos, com o passar dos anos, tão cedo irei precisar me preocupar com novos upgrades… &;-D

Por Ednei Pacheco <ednei.pacheco [at] gmail.com>
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