Opções de pendrives disponíveis no mercado

Por: Julio Cesar Bessa Monqueiro

Hoje em dia, praticamente todos os usuários de PCs possuem pendrives. Alguns, são mais modestos, optando por pendrives baratos; enquanto outros optam por pendrives mais sofisticados, com bastante espaço e boa performance. Dada a existência de uma grande variedade de pendrives, a flexibilidade na escolha do modelo ideal acaba revelando aspectos que denotam a personalidade de seu dono…

Por apenas R$ 20,00, atualmente poderemos adquirir um pendrive de 1 GB. Mas apenas com uma condição: se conseguirem entrá-lo, já que será mais fácil achar modelos de 2 ou 4 GB! No entanto, por volta de 2003, um modesto pendrive de 128 MB custava algo em torno de R$ 300,00, embora na época tenha dado sorte de ter encontrado uma unidade de 256 MB por “apenas” R$ 280,00. Em geral, eram unidades com pouca capacidade de armazenamento e desempenho, já que ainda utilizavam o defasado barramento USB 1.1 e as suas taxas de leitura e gravação eram limitadas a 750 KB/seg. (leitura) e 450 KB/seg. (escrita). Lembro-me de um amigo ter brincado comigo, dizendo que “dá para copiar o conteúdo de um disquete inteiro em apenas 3 segundos…”

Meu primeiro (e inesquecível) pendrive, de apenas 256 MB.

Junto com os pendrives, também começaram a surgir os primeiros MP3-Players. Inicialmente, eram apenas meros rádios FM, com a baixa capacidade para armazenar músicas em apenas 32 ou 64 MB de memória flash. Entretanto, com a massificação deste tipo de memória e a evolução natural dos dispositivos eletrônicos, os MP3-Players começaram a ganhar recursos interessantes, como a capacidade de gravação (microfone) e interfaces mais interativas (tela LCD), além de muitos reproduzirem vídeos. Em geral, eles se popularizaram bastante, tornando-se uma grande febre tal como foram os Walkman nos inícios dos anos 80. Infelizmente, com a popularização dos celulares multimídia, parece que os MP3-Players e as câmeras digitais terão um futuro bastante sombrio.

Diferente versões do iPod Shuffle, o mais popular MP3-Player do mercado.

Então, o que esperar dos pendrives atuais?

Com o passar do tempo, começaram a surgir unidades mais sofisticadas. Em se tratando de um dispositivo feito para ser portável, muitas unidades começaram a ser fabricadas com uma camada externa de borracha, apropriada para protegê-lo das constantes quedas causadas por usuários descuidados. Ironicamente, tais modelos tinham uma “estranha” capacidade de aderir poeira, o que se tornava um risco considerável para as portas USBs! O Flash Voyager, fabricado pela Corsair, foi um dos mais populares na sua época, embora seja fácil encontrar outros fabricantes que dispõem de modelos emborrachados.

Pendrive da série Flash Voyager (Corsair): a tampa e o envolvotório emborrachado o protege de quedas e pancadas!

Em se tratando de resistência, há fabricantes que levaram a questão da resistência à sério, resolvendo trazer unidades super-resistentes: por exemplo, a LaCie desenvolveu o pendrive XtremKey, em que a sua carcaça utiliza uma liga composta de zinco, magnézio, cobre e alumínio, tornando-o praticamente indestrutível! Claro que o dispositivo também suportará altas variações de temperatura (de -50 a 200 graus Celsium) e é à prova d’água (até 100 metros). A questão é encontrar uma situação prática, onde tais dispositivos seriam aplicáveis…

Pendrive XtremKey (LaCie): este, o 007 (James Bond) certamente vai querer!

Hoje em dia, os pendrives modernos estão agregando recursos e funcionalidades diferenciadas, para se tornarem opções de compra mais interessantes.

Uma das características mais importantes, está a capacidade de suportar criptografia. Obviamente, perdas e roubos desdes dispositivos podem acarretar grandes prejuízos, se neles houverem informações confidenciais gravadas. Eis então o pendrive Ironkey (de mesmo nome do fabricante), com capacidade de criptografia via hardware através de um chip dedicado. Além de dispor de uma construção robusta o suficiente para dificultar o acesso interno aos seus componentes, o dispositivos auto-destrói as informações armazenadas, após uma determinada quantidade de tentativas de acesso sem a senha correta. Por fim, a resistência mecânica à pressão e impactos, bem como a capacidade de ser à prova d’agua, também são suportados.

Pendrive Ironkey (IronKey): oferece forte criptografia via hardware com possibilidade de auto-destruição, para a proteção completa dos dados armazenados.

Continuando com as nossas paranoias para a proteção de dados, outro modelo interessante que encontrei na Internet é o da série Cruzer Profile, da Sandisk. Embora também ofereça recursos de criptografia via hardware como muitos outros do mercado, o Cruzer Profile diferencia-se dos demais pela inclusão de um leitor biométrico, responsável pela geração das chaves criptográficas através do uso das nossas digitais. Em poucas palavras: nada de ter que ficar decorando senhas! O precinho não é dos mais em conta, graças especialmente à inclusão do leitor biométrico; para variar, a capacidade também não é lá muito grande (4 GB); no entanto, em atividades onde os prejuízos são mensurados pela perda da informação, o valor em questão pode se tornar “um mero detalhe”.

Pendrive Cruzer Profile (Sandisk): o uso de um leitor biométrico para a geração das chaves criptográficas revela-se muito útil, para evitar o esquecimento da senha.

Quantos GB de armazenamento precisamos? Depende exclusivamente das necessidades do usuário! Geralmente, unidades de 4, 8 e 16 GB, acabam sendo mais que suficientes para a grande maioria; porém, há sempre aqueles que necessitam de mais espaço. Para esta última classe de usuários, foi lançado pela Kingston o primeiro pendrive a alcançar a gigantesca capacidade de 256 GB em armazenamento. Para se ter uma ideia do que representa este volume, seria como armazenar 50 discos DVDs ou 10 discos Blu-Ray completos! Ou senão, colecionar uma biblioteca de músicas com mais de 51 mil MP3s com 5 MB cada música! E se cada música durasse em média 4 minutos, levaríamos 3.400 horas para escutar todas elas, o que representaria quase 2 meses durante 24 horas por dia…

Pendrive DataTraveler 300 (Kingston): com 256 GB de armazenamento, espaço não será problema, literalmente!

Se 256 GB de armazenamento for considerado uma capacidade grande demais para as necessidades habituais de um simples usuário, o que pensar de um pendrive de capacidade “infinita”? Pode parecer loucura, mas uma empresa até então desconhecida, resolveu lançar o IUM (Infinity USB Memory). A grande ironia é que, embora oferece tal solução de armazenamento, o IUM não é um pendrive “de fato”: ele é apenas um dispositivo Wi-Fi que possibilita montar uma rede-sem-fio, para compartilhar o espaço disponível das unidades de armazenamento de diferentes equipamentos, os quais possuem este dispositivo conectado. Em uma residência, com um PC (320 GB) e um notebook (250 GB), teríamos 570 GB de espaço disponível, se fossem conectados por dois pendrives IUM. Convenhamos: uma solução bastante engenhosa!

Pendrive IUM (Infinitec): o primeiro pendrive com capacidade de armazenamento ilimitada, mais precisamente “nas nuvens de sua casa”!

Muitas das vezes, o grande diferencial dos pendrives não está em seus recursos, mas nos softwares que acompanham o produto. Por exemplo, a Sandisk inovou com a criação do U3 Smart, um utilitário que permite a “instalação” de softwares para serem inicializados à partir do pendrive. Através do Launchpad U3, um inicializador similar ao menu Iniciar do Windows, poderemos não só carregar os aplicativos “instalados” no pendrive, como também gerenciá-los através de suas opções de configuração. Em destaque, a capacidade de criptografar os dados e sincronizá-los com o PC desktop, sendo esta última função executada pelo CruzeSync. Embora seja um software proprietário e suportado por apenas algumas unidades, existem equivalentes livres interessantes, como o Portable Apps.

Software U3 Launchpad (Sandisk): permite inicializar um menu especial, para gerenciar as aplicações e os recursos disponibilizados por ela.

Então, já escolheu os seus modelos favoritos? Se não, eis a minha surpresa: de tantos modelos disponíveis, o meu pendrive favorito é um simples e modesto Transcend JF V-30, com capacidade de armazenamento limitada a apena 1 GB (960,7 MB na prática). Custou-me míseros R$ 20,00, mas é extremamente útil e versátil, sendo suficiente para carregar os aplicativos que faço o uso no dia-a-dia, além de eventualmente comportar uma imagem convertida do Ubuntu para a instalação via pendrive. Dada a sua simplicidade, virou o meu xodó e um companheiro inseparável (pelo menos enquanto as unidades USB 3.0 não chegam… 🙂

Por Ednei Pacheco <ednei.pacheco [at]gmail.com>

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