O que é bitrate? Por que é tão importante na qualidade de conteúdo audiovisual?

O que é bitrate? Por que é tão importante na qualidade de conteúdo audiovisual?

Bitrate, que também pode ser chamado de “taxa de bits”, nada mais é do que uma medida para sabermos a quantidade de dados que foram transmitidos em um período de tempo específico. O bitrate é expresso em kb/s (quilobits por segundo). Portanto, o bitrate nos diz quantos pacotes de 1.000 bits foram transmitidos por segundo.

O bitrate é uma medida bem comum quando estamos falando de arquivos de áudio, de vídeo ou ambos, no caso de produções audiovisuais. Mas a taxa de bits é particularmente importante quando estamos falando de streamings, como YouTube, Netflix, Spotify e tantos outros. Via de regra, quanto maior o bitrate, melhor será a qualidade do áudio e do vídeo.

Portanto, se um determinado serviço de streaming fornecer conteúdo com alto bitrate, o tráfego de dados em seus servidores será gigantesco. E isso exige uma infraestrutura maior dos servidores. Prova disso é que durante a pandemia, onde o consumo de conteúdo por streaming aumentou substancialmente, as empresas diminuíram o bitrate de seus filmes e séries. Caso contrário eles não conseguiriam suportar a demanda.

Atenção: bitrate é diferente de taxa de download e upload

Estes termos estão relacionados entre si, mas significam coisas diferentes. Taxa de download é uma coisa. A taxa de upload é outra. E bitrate é outra coisa totalmente diferente. Para entender melhor o conceito de taxa de download/upload, leia o artigo abaixo:

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Mas, para explicar resumidamente, quando você está assistindo um filme ou série por streaming, a velocidade de sua conexão pode se manter sempre a mesma. Porém, a qualidade do conteúdo pode mudar se a plataforma de streaming aumentar ou diminuir o bitrate da mídia. Em outras palavras, se a plataforma de streaming aumentar ou diminuir a quantidade de pacotes de dados enviados por segundo.

Bitrate e a qualidade no streaming

Se você tem mais de 30 anos certamente deve se lembrar da época que a gente costumava baixar músicas em MP3 pelo eMule, Kazaa e outros programas do gênero. A gente dava preferência para baixar aqueles arquivos com um bitrate de 320 kb/s, ao invés dos tradicionais arquivos de 128 kb/s ou 192 kb/s.

O motivo era simples. Arquivos MP3 com bitrate maior, como 320 kb/s, trazem frequências e detalhes de instrumentos e até mesmo da voz que se perdem nos arquivos de 128 kb/s ou 192 kb/s. Dessa forma, visando uma “qualidade de CD”, a gente priorizava baixar os MP3 com bitrate maior.

O mesmo vale para as plataformas de streaming atuais. Com a diferença que nós não conseguimos escolher a taxa de bits. Imagine dois usuários : Fulano e Beltrano. Ambos possuem internet de fibra óptica de 400 Mbps e vão assistir a um mesmo filme transmitido em resolução 4K.

Porém, a qualidade de áudio e vídeo do filme visto pelo Fulano é melhor do que a qualidade do filme visto por Beltrano. Isso pode ocorrer mesmo com a mesma resolução e mesmo velocidade de conexão. Basta alterar o bitrate. Lembre-se: a quantidade de pacotes de dados transmitidos por segundo afeta diretamente a qualidade de produções audiovisuais.

Pandemia fez empresas reduzirem o bitrate

Em 2020 o mundo inteiro parou por causa da pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-v2). Com a maior parte da população em casa, o consumo de mídia por streaming aumentou consideravelmente.

E esse aumento fora do comum do uso da internet pode sobrecarregar a infraestrutura dos serviços de streaming. E não estou falando apenas das plataformas de vídeo, mas também as de música (Spotify e Deezer) e as de jogos, tais como PSN, Xbox Live e Nintendo Switch Online.

Com milhões de pessoas acessando os serviços ao mesmo tempo, os servidores podem não dar conta de todas as requisições e acabarem falhando. É como se fosse um ataque DDoS feito de forma não intencional.

Com o objetivo de evitar esses problemas, várias empresas que trabalham com streaming de conteúdo audiovisual diminuíram o bitrate de seus materiais. Dentre elas estão Netflix, Amazon, YouTube, Apple, Disney e Facebook. Ao reduzir a taxa de bits, a qualidade dos vídeos fica um pouco menor. Mas isso ajuda a preservar a integridade dos servidores.

Sobre o Autor

Cearense. 34 anos. Apaixonado por tecnologia e cultura. Trabalho como redator tech desde 2011. Já passei pelos maiores sites do país, como TechTudo e TudoCelular. E hoje cubro este fantástico mundo da tecnologia aqui para o HARDWARE.
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