“Sou leitor de um de seus livros e gostaria de lhe fazer uma pergunta que surgiu na minha cabeça em conseqüência de um artigo de André Gurgel no jornal “O Globo”,segunda-feira,12 de Junho de 2000, caderno “informática etc.”, pag.4, artigo” A faceta
popular do Windows 2000″.
“…..Se você se impressionava com a perspectiva de ter 256 Mb(mesmo porque a lentidão do Windows 9x é proporcional à memória instalada)”
Pergunta: o que o autor quis dizer?…Que quanto mais memória instalar num PC rodando Windows 9x a performance fica menor? O Windows fica mais lento? Ou entendi tudo errado.
Enfim: eu tenho um PC com Windows 98, Pentium III 700 e 128 Mb. O que acontece se fizer upgrade da memória até 256 Mb?… Confesso que fiquei confuso. Grato pela atenção.”
Olá. Eu não cheguei a ler esta matéria, mas pela frase que me passou tenho impressão que o autor se referia ao limite de cacheamento de 64 MB das placas soquete 7 antigas. De qualquer maneira, este é uma limitação dos chipsets e consequentemente das
placas mãe da época e não um problema do Windows 9x.
O problema era o seguinte: o cache serve para armazenar os dados mais requisitados pelo processador, agilizando o acesso aos dados armazenados na memória RAM. Para coordenar a ação do cache, usamos um pequeno processador, chamado de controlador de cache.
Em placas antigas este controlador fazia parte do chipset da placa mãe.
O problema é que a maioria das placas soquete 7 fabricadas até 97 trazem controladores de cache capazes de enxergar apenas 64 MB de memória RAM. Isto significa que você pode instalar mais memória se quiser, mas o controlador de cache só enxergará os
primeiros 64 MB.
O Windows 9x por sua vez utiliza a memória apartir do final, isto significa que se você estiver utilizando uma placa mãe com esta limitação, e instalar 128 MB de memória, primeiro o Windows utilizará os 64 MB que NãO estão cobertos pelo cache, para apenas
depois destes estarem ocupados passara utilizar os 64 MB que estão sendo cacheados.
Não é preciso dizer que este arranjo tornaria o sistema extremamente lento, pois na maior parte do tempo seria como se você não tivesse memória cache instalada.
Este problema foi resolvido a partir do lançamento do Pentium II e de outros processadores que trazem cache L2 integrado, como o Athlon e o Celeron. Estes processadores não dependem da placa mãe para cachear a memória RAM, já que trazem embutidos tanto o
cache L2 quanto o controlador de cache.
As versões antigas do Pentium II e do Celeron, o que inclui a maioria das versões de até 350 e 366 MHz (no caso do Celeron) são capazes de cachear até 512 MB de memória RAM, enquanto as versões mais recentes do Pentium II, do Celeron, assim como todas as
versões do Pentium III e do Athlon são capazes de cachear até 4 GB (Gigabytes) de memória RAM, muito mais do que poderíamos vir a usar num futuro próximo.
O problema também já foi resolvido nas placas soquete 7 mais modernas, destinadas ao K6-2 e K6-3. Os modelos à venda atualmente são capazes de cachear entre 256 MB e 512 MB de memória, dependendo do chipset utilizado.
Ou seja, desde que você esteja usando um equipamento razoavelmente atualizado, fabricado da segunda metade de 98 pra cá, não precisa se preocupar com este problema, pode usar 256 MB de memória sem ter queda alguma de desempenho, muito pelo contrário. Este
problema se aplica apenas a quem tem micros mais antigos.
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