O mobile avisa: a web é minha!

O mobile avisa: a web é minha!

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Assim como o computador nas residências mundo afora deu força para que a internet ganhasse forma, e foi o responsável por apresentar a toda uma geração o que é “surfar na web”, os dispositivos mobile há algum tempo são os grandes responsáveis pela contínua democratização da web, dando oportunidade principalmente para mercados emergentes.

Dentre esses dispositivos móveis o smartphone figura como o queridinho e indispensável nas mais variadas situações do dia a dia, e embora algumas companhias tenham enfrentado dificuldades nesse mercado nos últimos anos (já que muitos consumidores desconsideram o upgrade para um novo modelo devido alguns fatores, como a falta de inovação), as previsões acerca dos smartphones ainda continuam bastante otimistas. Dados da Statista mostram que em 2017 serão 2,6 bilhões de usuários com smartphones. Em 2020, com o boom da internet de todas as coisas, esse número pode chegar a 2.87 bilhões.

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Com a possibilidade de lidar com mil tarefas ao mesmo tempo (similar ao impacto que o BlackBerry teve pelo mercado empresarial alguns anos atrás), não é de se espantar que a forma como acessamos à web está mudando. Desde os primórdios da internet, a questão da interação social esteve presente, em 1978, por exemplo, havia o The Source, um serviço que ligava os computadores domésticos através de linhas telefónicas, numa rede que oferecia além troca de mensagens, notícias, horóscopo e previsão do tempo, a possibilidade de criar comunidades, fóruns, salas de bate-papo, em que os usuários podiam postar certas coisas para que outros pudessem ter acesso.

Essa fórmula do compartilhamento de informação jamais se encerrou, e o que fazemos hoje em dia é nos manter cada vez mais conectado em serviços que envolvam a interação direta com outras pessoas, e claro que os dispositivos móveis são parte importante do crescimento de redes sociais como Facebook, ou aplicativos como o WhatsApp, e claro a mudança no acesso web, marcado pela instantaneidade que o device que nos acompanha oferece.

Com esse foco no mobile, os sites se tornaram cada vez mais amigáveis aos usuários e a quantidade de maneiras de nos prender nesse ecossistema aumentou. E o destino não poderia ser outro: o acesso à web está cada vez mais no controle dos dispositivos móveis, ao invés dos desktops. Há exceções, mas a média global já traduz claramente essa transição.

Viva o Mobile!

Os dados mais recentes sobre essa vitória do mobile vem da Stat Counter, que diz que em outubro, pela primeira vez, o acesso à internet via dispositivos móveis superou a quantidade de acesso através dos desktops: 51,3% via mobiles e 48,7% via desktop.

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Embora seja a primeira vez que a Stat Counter registra essa virada de mesa, essa liderança dos acessos via mobile já havia sido comentada em outras ocasiões. A comScore afirmou em março desse ano que 65% dos usuários realizam o acesso através dos dispositivos móveis, e o Google revelou no ano passado que as pesquisas via celular superaram as que são feitas via computador. Então é difícil precisar quando que realmente a liderança dos acessos por dispositivos mobile começou, o que sabemos é que na média global isso já é uma realidade.

Outra confusão que também acontece é quando dividimos os dados por regiões. No Brasil, por exemplo, dados da própria Stat Counter mostram que o percentual de acesso via desktop em outubro de 2016 foi de 68,67%, enquanto o mobile foi de apenas 29,63%. Porém se formos levar em conta um levantamento que o IBGE mostrou esse ano com dados de 2014, o mobile leva a melhor. Já que de acordo com o Instituto 80,4% dos brasileiros dá preferência ao acesso via celular, o computador aparece logo em seguida com 76,6%.

Conversamos com o William Hah, analista do Gartner, e ele nos disse que o Brasil ocupa uma área de meio-zona, com acesso as capacidades dos cabos submarinos, população grande, porém ao mesmo tempo emergente em relação a capacidade de comunicações.

Hah também destaca que a vitória dos dispositivos móveis, mais especificamente pelos smartphones, na questão de conexão com a internet é inevitável, e que isso vem acontecendo há alguns anos em mercado emergentes, principalmente devido à escassez relativa de desktops e os custos de banda larga.

Os smartphones continuarão nessa liderança devido aos novos moldes de acesso à internet que hoje em dia é cada vez mais baseada no consumo de vídeos.

Já a permanência do desktop ainda em alguns mercados também pode ser associada com a sua velocidade de conexão e baixa latência quando comparada com as redes móveis como o 4G, por exemplo. As telas maiores dos PCs também são mais amigáveis, então tudo é uma questão de preferência. Pessoas mais velhas acabam preferindo uma forma mais tradicional de consumo de conteúdo, oferecida pelos PCs

Então a dúvida sempre paira, já que as metodologias são diferentes, porém não precisa ser nenhum guru ou analista para ter certeza que em um período de 5 anos o acesso à internet através dos smartphones será cada vez mais esmagador. Quer isso traduzido em dados? Tudo bem, vamos lá. De acordo com um relatório divulgado pela Zenith, 75% do uso da internet em 2017 será feito por smartphones e tablets. Comparando com previsões anteriores da companhia é notório o salto a favor do mobile: em 2012 esse percentual de acessos era de 40%, em 2016 atingirá 68%, e em 2017, 75%.

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O relatório também aponta que os países em que os níveis de acesso mobile são mais perceptíveis estão dispersos em toda a Europa Ocidental, Ásia e América do Norte. O expoente dessa supremacia mobile é a Espanha, com 85% do uso da internet por esse segmento, seguido por Hong Kong (79%), China (76%), Estados Unidos (74%), Itália e índia (ambas com 73%).

Além do crescimento de acessos, obviamente há também uma maior taxa de smartphones circulando por aí. A Zenith diz que em 2012 apenas 23% das pessoas dos 60 mercados que ela cobre tinham um smartphone, já em 2016 esse percentual subiu para 56% e deve alcançar 63% até 2018. Já com os tablets as coisas são bem mais modestas, atualmente está nas mãos de 15% das pessoas e pode chegar a 18% até 2018. 

Caso você esteja de saco cheio de constantemente durante as horas de jogatina aparecer uma propaganda na tela do seu smartphone, acostume-se, já que a companhia também prevê que até 2018, 60% da publicidade global será focada no mobile. Em valores a expectativa é que o montante chegue em US$ 134 bilhões, superando tudo que é alocado para revistas, jornais, salas de cinema e outdoors.

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“OK, Google…”

Outro quesito que vem favorecendo os smartphones nos últimos anos são as facilidades oferecidas pelos assistentes virtuais, que permitem entre outras coisas realizar pesquisas por voz. O Google revelou em maio, durante o Google I/O 2016, que 20% das buscas em smartphones Android são feitas através dos comandos de voz. A comScore prevê que em 2020 esse percentual chegará a 50%.

O acesso móvel não apenas mudou nossa forma de lidar com os dispositivos, está criando toda uma nova cultura baseada cada vez mais na instantaneidade e praticidade. Se hoje em dia a regra básica no mobile é ter um site adaptado as telas dos mais variados devices num futuro próximo essa adaptação será em torno da voz. O exemplo mais claro é a busca incessante do Google por melhorar a inteligência artificial do seu assistente pessoal (que está fazendo a transição do Google Now para o Google Assistant, que melhora (e muito) a comunicação homem-máquina).

Além do Brasil, a Stat Counter mostra que nos EUA, Austrália, Irlanda e Reino Unido, o acesso por desktop ainda é superior, mas repare no gráfico que faz um comparativo do percentual de acessos entre 2009 e 2016 e perceba como tudo converge a favor do mobile. 

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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