Hoje em dia quase todo mundo usa modems de 56 k, sejam hard ou softmodems. Porém, poucos conseguem conexões a velocidades próximas de 56 k, muito pelo contrário, a maioria acaba conectando a apenas 44 ou 48 Kbps, enquanto muitos tem que se contentar com
conexões a 26 ou 28 k.
Para entender o que causa estas baixas velocidades de conexão, é preciso entender como os modems de 56 k funcionam. Em primeiro lugar, o sistema telefônico atual trabalha com comunicação digital entre as centrais telefônicas, a 64 k, banda suficiente para
transmitir um sinal de voz a 8 Hz e 8 bits de resolução.
Os únicos trechos analógicos neste sistema são os trechos entre as centrais e os usuários. Numa ligação de voz, o sinal de voz é analógico até a central, convertido num sinal digital na central, transmitido de forma digital até a central destino e em
seguida novamente convertido em analógico, forma em que chega ao telefone destino.
Vendo assim o limite teórico de velocidade para os modems seria de 64 k, que é a velocidade de comunicação entre as centrais. O problema é que sempre que existe uma conversão analógica > digital existe um fenômeno chamado ruído de quantização, que
causa degradação do sinal. O ruído de quantização diminui a velocidade possível de 64 k para apenas 35 k, que é pouco mais do que a velocidade que os modems de 33.6 atingem.
Os modems de 56 k surgiram apartir da idéia de eliminar a conversão analógico > digital no sentido provedor usuário, estabelecendo comunicação digital entre os modems do provedor e a central telefônica. Porém, só existe ganho de velocidade para
download, já que o modem do usuário continua ligado de forma analógica à central. O limite passa então a ser de 56 k no sentido provedor > usuário, e 33.6 no sentido usuário provedor.
Não existe perda de sinal do provedor até a central e da central do provedor até a central do usuário, pois neste trecho a comunicação é feita de forma digital, mas pode existir perda no trecho entre a central telefônica e o modem do usuário, onde a
comunicação é feita de forma analógica. Isso faz com que as conexões fiquem em 52 k, 48 k, etc.
Porém, existe problemas que podem diminuir ainda mais a velocidade da conexão. Em primeiro lugar existe a possibilidade de no caminho o sinal passar por alguma central telefônica analógica. Estas centrais eram as utilizadas até o final a década de 70. A
grande maioria já foi substituída por centrais digitais, mais eficientes e de manutenção mais barata. Porém, ainda existem algumas centrais analógicas em funcionamento, complicando a vida de quem usa modem.
Uma central analógica não entende sinais digitais, por isso quando o sinal precisa passar por uma delas é antes convertido em analógico. Veja que caso exista uma única central analógica entre você e seu provedor, passará a existir conversão analógico >
digital também neste sentido, fazendo com que suas conexões jamais passem de 33.6, e o pior, como estas centrais analógicas são muito ruidosas, provavelmente você acabará conectando a 28.8 k ou é menos, mesmo tendo um modem 56 k. Isso sem falar nas quedas
de linha que serão rotina.
Mesmo que a linha telefônica esteja em boas condições, pode existir interferência em alguma parte da fiação interna da casa, causada por cabos oxidados, fios elétricos instalados muito próximos dos cabos telefônicos, etc.
Outra causa possível é o próprio modem. A maioria dos modems baratos que existem no mercado, como os Motorola, PC-Tel e os famosos onboard, usam relays e outros componentes de baixa qualidade, que também acabam causando um certo ruído, que prejudica a
velocidade de conexão.
Uma solução possível para estes problemas, caso ainda não existe nenhum serviço de acesso rápido disponível na sua cidade, seria usar uma linha ISDN (ou RDSI). Este serviço está disponível na maioria das cidades. Em São Paulo por exemplo o serviço
chama-se Multilink.
O ISDN consiste em eliminar o trecho analógico entre a casa do usuário e a central telefônica, fazendo com que o sinal seja digital em todo o percurso. Com isto é possível conectar sempre a 64 k bidirecionais, ou seja. tanto no sentido provedor >
usuário quanto no sentido usuário > provedor.
O problema é que ao contrário do acesso via cabo e ADSL, no ISDN continua-se pagando os pulsos telefônicos normalmente, o ganho é só em termos de velocidade.
Voltando para o serviço oferecido pela telefônica em São Paulo, a instalação custa 79 reais, com uma taxa mensal de mais 19 reais, que já incluem o aluguel do modem ISDN fornecido pela Telefônica. Para usar o serviço é necessário um provedor compatível.
Terra, UOL e outros provedores disponibilizam planos especiais para linhas ISDN, outra opção é o IG3, que custa 19 reais.
Uma das vantagens do Multilink e outros serviços semelhantes disponíveis em outras cidades é que mesmo conectado o telefone continua livre para receber e realizar chamadas de voz normalmente, pois na verdade você passará a dispor duas linhas, uma para
acesso e outra para chamadas telefônicas. Existe também a possibilidade de conectar usando simultaneamente as duas linhas, obtendo uma conexão de 128 k.
O maior problema com a segunda alternativa é que usando as duas linhas simultaneamente você pagará dois pulsos, mas existe a possibilidade de deixar para fazer isso nos horários de tarifa reduzida (madrugadas, sábado à tarde, domingos e feriados), onde só
se paga um pulso por ligação.
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