OPINIÃO: longe de ser perfeito, Windows 7 marcou época e deixou uma base de fãs gigantesca

OPINIÃO: longe de ser perfeito, Windows 7 marcou época e deixou uma base de fãs gigantesca

Desde que seguiu o caminho inevitável do uso da interface gráfica em sistemas operacionais, a Microsoft acertou muito e errou também de forma categórica. A mudança do DOS para o Windows foi um salto necessário para sobreviver no mercado dos computadores, que aliado a contratos bons demais, como o lendário acordo com a IBM, fizeram com que a empresa fundada por Bill Gates e Paul Allen dominasse o segmento de sistemas operacionais, criando uma verdadeira dinastia no mundo do software.

Nesses mais de 30 anos de Windows, é possível cravar que o Windows 7 é um dos sistemas operacionais mais importantes para a história da companhia. Ele está entre dois produtos que foram encarados como fracassos, o pavoroso Window Vista e o moderno, mas rejeitado com louvor, Windows 8.

Um situação parecida aconteceu numa fase anterior, com outro sistema tão importante quanto o Windows 7, o XP. Antes dele vimos o bugado Windows Me, o Millenium, e, (olha o pavoroso ai de novo), em seguida o Windows Vista.

Tanto o Windows Vista quanto o Windows 8 promoveram alterações, principalmente em termos de interface, que foram encaradas como ousadas demais.

No caso do Windows Vista podemos até considerar um salto visual que até fazia sentido, mas o preço a se pagar em termos de hardware para desfrutar foi um dos principais algozes para o sistema em sua curta e melancólica passagem, relegada aos piores produtos já lançados pela empresa, ao lado de Zune, Internet Explorer 6, Microsoft UMPC, entre outras tranqueiras.

No caso do Windows 7 a identificação com público não demorou a aparecer. Essa versão não promoveu nenhuma alteração tão brusca quanto seu antecessor, na verdade, ele vinha como um apaziguador da má fama que o Windows Vista deixou. Foi bem fácil esquecer completamente o Vista e se agarrar ao 7, ou Seven!

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Internamente, na Microsoft, o Windows 7 tinha o codinome Blackcomb, e ele seguia o desenvolvimento do Windows XP, mas um outro projeto, o Longhorn, depois renomeado para Windows Vista, acabou o precedendo.

No lançamento do Windows Vista, que aconteceu em 2007, o projeto do que viria a se tornar o Windows 7 foi renomeado para Windows Vienna, e a previsão era que o lançamento acontecesse em no máximo três anos após o Vista. E assim foi cumprido. O Windows 7 chegou ao mercado em 2009, mais precisamente no dia 22 de outubro. 

O nome foi confirmado no ano anterior. A explicação do porquê dessa escolha foi dada na época por Mike Nash, que era vice-presidente do setor de Windows: “essa é a sétima versão do Windows, ou seja, isso faz sentido”.

No Brasil, lançado numa época em que ainda era moda adquirir softwares em mídias físicas, era possível adquiri-lo por valores entre R$ 329 a R$ 669 (para a versão Ultimate com a bela caixa preta!).

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Naquela altura do campeonato nada poderia ser um fiasco tão grande quanto o Vista. Enquanto Steve Ballmer, que era CEO da Microsoft na época, dizia que o Windows 7 era o melhor Windows já lançado, a Apple, concorrente história da gigante de Redmond (em grande parte pelos inúmeros embates maravilhos entre Bill Gates e Steve Jobs),  fez questão de dizer que o Windows 7 era uma tecnologia antiquada, além de complexo e caro.

Mesmo com certas críticas, o Windows 7 emplacou de cara e realmente foi encarado como um upgrade inevitável para quem tinha o Windows Vista e que não estava disposto e fazer um downgrade e retornar para o Windows XP – situação que foi muito comum durante o período do Vista.

A trajetória do Windows é permeada por falhas homéricas, e com o Windows 7 não foi direrente. Logo no seu primeiro ano de mercado, mais precisamente 2 meses após o lançamento, aconteceu a famosa falha que foi apelidada de “tela preta da morte”.

O caso foi que uma empresa britânica de segurança do software, a Prevx, declarou que após aplicar algumas atualizações do sistema a inicialização não seguia normalmente, ficava apenas uma tela preta.

A Microsoft fez questão de desmentir que os problemas estavam relacionados com as atualizações. 4 anos depois, outro problema icônico, novamente ligado a incapacidade de inicialização. Dessa vez não teve como negar, a Microsoft veio a público e reconheceu que o erro aconteceu após as atualizações e pediu desculpas pelo inconveniente.

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Nem só de computadores o Windows 7 foi base. Em 2010 a Microsoft tentou emplacar o sistema tambem em dispositivos móveis. Durante a CES daquele ano, Ballmer subiu ao palco para mostrar um tablet da HP que rodava com o Windows 7. ASUS e Samsung também apostaram. Como bem sabemos, foi um fracaso, a transição meterórica que a empresa de Bill Gates tentou por diversas vezes no universos dos computadores ficou mesmo com a Apple, com o iPad.

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Samsung Slate 7

Enquanto no mundo dos dispositivos móveis o Windows 7 nunca encontrou seu verdadeiro espaço, no mercado em que a Microsoft começou a construir seu império, o de computadores, ele deslanchou. Em 2010 já era o sistema operacional mais vendido da história. Em 2011 conseguira finalmente desbancar o Windows XP. Após 10 anos desde seu lançamento, o mítico XP era destronado por um sistema que marcaria ainda presença massiva nos anos seguintes após a Microsoft errar com seu sucessor, o Windows 8, anunciado em outubro de 2011 como o “Windows que reimaginaria tudo”.

A “morte” do Windows 7, isto é, o encerramento do seu ciclo de vida no mercado, começou em 2015, com o fim do lançamento de atualizações regulares. No ano seguinte a Microsoft parou de vender as licenças para fabricantes de computadores. O que restou foi o período do suporte extendido de atualizações referentes à segurança, que será encerrado na próxima terça-feira (14).

O legado do Windows 7 é tão impressionante que está rolandos alguns boatos na internet que foi desenvolvido por hackers uma ferramenta que faz com que o sistema continue recebendo updates mesmo após a limite do suporte, já que tecnicamene a Microsoft irá se comprometer a fornecer pacotes de serviços de atualização estendidos aos clientes por pelo menos mais três anos por meio do programa Extended Security Updates. O preço mais baixo para um pacote de serviços é de US$ 50 e o mais alto pode chegar a US$ 200.

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Independente se tais ferramentas alternativas funcionem ou não, chegou a hora de deixar o Windows 7 se juntar a outros tantos softwares emblemáticos que marcaram época. Ele seguirá brilhando assim como a sua bandeira na tela de inicialização na mente de todos que o utilizaram.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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