Uma olhada nos eventos Linux do primeiro semestre de 2008

Uma olhada nos eventos Linux do primeiro semestre de 2008

A quick look at Linux events of the first half of 2008
Autor original: Ladislav Bodnar
Publicado originalmente no:
http://distrowatch.com/
Tradução: Roberto Bechtlufft

Agora que chegamos à segunda metade de 2008, vamos dar uma olhada nos eventos mais interessantes dos primeiros seis meses do ano.

O assunto Linux mais importante do ano foi, provavelmente, o sucesso do Linux nos subnotebooks. Estes dispositivos simples com foco na internet, inaugurados pela ASUS com o Eee PC e “copiados” por quase todos os grandes fabricantes de hardware, são em grande parte responsáveis pela crescente percepção por parte do grande público de que o Linux é um sistema operacional tão eficiente quanto as alternativas mais famosas, e sem os custos extras e as limitações dos produtos proprietários. Na verdade, o sucesso do Linux no Eee PC foi tão grande que a Microsoft foi forçada a gastar um bocado de dinheiro para promover o Windows e a baixar o preço do seu Windows XP especial para apenas 26 dólares. E ainda assim a Microsoft pode acabar perdendo essa batalha.

Asus Eee PC

O segundo evento mais empolgante do ano, embora não tenha correspondido às expectativas, foi a chegada do KDE 4.0, a nova geração do popular ambiente desktop de código aberto. Ao contrário do Eee PC, que foi aclamado universalmente pelos usuários e fãs do Linux, o novo KDE só conseguiu decepcionar muitos dos entusiastas do Linux. Não há como negar: o KDE 4.0 foi a versão mais incompleta e bugada já produzida pela outrora competente equipe do KDE. Embora o projeto tenha advertido ao público que a primeira versão seria voltada a desenvolvedores e beta testers, numerar o produto com um número de versão “estável” fez com que muitas distribuições o incluíssem em seus lançamentos. O resultado foi um desastre, como se pôde ver nas listas de discussão e fóruns em que muitos usuários insatisfeitos expressaram sua frustração. Com o lançamento do KDE 4.0, o projeto manchou sua reputação ao ponto de muitos usuários Linux terem sérias dúvidas quanto à qualidade do KDE 4.1, que está por vir. Será que a equipe de desenvolvimento do KDE vai conseguir recuperar a confiança de seus usuários? Veremos.

KDE 4.0

No front das distribuições, tivemos o prazer de receber novas versões de todas as grandes distribuições Linux. Mais uma vez, a Mandriva parece ser a vencedora, sendo muito bem avaliada pelos críticos e pelos usuários em vários fóruns com sua versão 2008.1. O Fedora, por outro lado, foi o oposto: sua primeira versão sob nova gerência foi mal avaliada por muitos críticos, além de ter desagrado bastante aos usuários KDE da distro. O Ubuntu 8.04 e o openSUSE 11.0 foram lançamentos interessantes, elogiados por boa parte da crítica, embora alguns usuários tenham sido mais críticos quanto à estabilidade e a bugs. Apesar disso, está claro que o openSUSE teve grandes avanços em alguns aspectos muito criticados em versões anteriores, principalmente no que concerne à velocidade do YaST e ao tempo de boot do sistema, sem falar na transformação do Zypper em uma útil e poderosa ferramenta integrante da estrutura de gerenciamento de pacotes da distribuição. Ainda assim, parece que o Mandriva foi a distribuição que obteve o melhor equilíbrio entre recursos e estabilidade. Apesar disso, a empresa continua a batalhar para que seu principal produto conquiste a popularidade e o destaque das outras distribuições.

Mandriva 2008 Spring

E o que podemos esperar dos próximos meses? Além das ocasionais versões alpha e lançamentos menores dessas distros, não deve acontecer muita coisa nos meses de julho e agosto, dois meses tradicionalmente associados às férias de verão no hemisfério norte. Mas em setembro as coisas mudam abruptamente. O Debian GNU/Linux 5.0 deve chegar mais ou menos nessa época, e embora esse enorme projeto da comunidade nunca cumpra a data de lançamento prometida, o estado atual da árvore de desenvolvimento dá a entender que, se houver algum atraso, será pequeno. Depois chega o novíssimo Mandriva 2009, no início de Outubro, com a primeira tentativa séria de integrar o KDE 4 ao produto. No fim de outubro teremos dois lançamentos, um atrás do outro: Fedora 10 e Ubuntu 8.10. No meio de dezembro é hora de empolgar-se com o openSUSE 11.1. Será que o Fedora vai aprender com seus recentes erros de julgamento? E o Ubuntu? Vai apresentar grandes novidades agora que não há o compromisso de manter o produto por um período de três a cinco anos? Quanto ao Mandriva, será que ele vai conseguir manter-se mais estável que as outras distribuições em seu próximo lançamento? Teremos as respostas no segundo semestre.

Créditos a Ladislav Bodnarhttp://distrowatch.com/
Tradução por Roberto Bechtlufft <robertobech at gmail.com>

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