Apesar da maioria elogiar a estabilidade do Linux, muita gente acaba tendo problemas de estabilidade com o sistema. Este artigo explica o por quê desta discrepância e aponta as soluções.
“É uma grande mentira que o Linux é mais estável que o Windows. Posso falar de cadeira pois uso muito mais o Mandrake do que o Windows. Se abro três janelas duma vez ele trava.” (postado no fórum)
O meu MDK 8.2 estava travando algumas vezes na semana passada, estava até desconfiando do KDE 3.0, mas acabei descobrindo que o problema era mesmo de hardware. O meu Celeron 366 não estava mais dando conta de trabalhar a 550 como antes. Troquei por um Celeron 700 @ 851 e tudo voltou á normalidade.
Muitos problemas de hardware que não são notados no Windows surgem em várias tarefas intensivas executadas no Linux, como por exemplo na compilação de programas e execução de programas otimizados para uma determinada arquitetura (586, 686, etc.) que utilizam instruções encontradas nos processadores de quinta (Pentium, K5…) e sexta geração (Pentium, II, III, 4, Athlon…) que não são utilizadas pela maior parte dos programas, que ainda são compilados para rodarem em processadores 486.
A instabilidade do primeiro Pentium III de 1.13 GHz, que foi retirado do mercado pela Intel, pouco depois do lançamento, só aparecia na compilação do Kernel do Linux e de alguns outros programas. Em tarefas típicas o processador parecia perfeitamente estável.
Infelizmente nós costumamos usar equipamentos de péssima qualidade no Brasil, já que na maioria dos casos não podemos investir tanto dinheiro num PC. Enquanto nos EUA dizem que uma placa é ruim por que é 2% mais lenta que a concorrente, aqui dizemos que uma placa é “boa” só por que o micro deu boot. Sem falar nas memórias genéricas, nos CD-ROMs de segunda linha que desembarcam por aqui, nos processadores embrulhados em papel jornal…
Mesmo os travamentos do Windows 95/98, são muito mais raros em PCs montados com componentes comprovadamente estáveis do que a média nacional. Antes de utilizar um PC recém montado, passe sempre algum programa de teste de hardware, como o PC-Check, ou outro que tenha à mão. Quase todas as distribuições linux trazem no CD de instalação uma imagem de um disquete de boot que faz um teste de memória, que já diagnostica muitos problemas. É melhor fazer isso e já trocar qualquer componente defeituoso antes mesmo de instalar o sistema operacional do que ficar xingando a mãe dos outros depois 😉
Outro problema grave, desta vez com a as próprias distribuições Linux, com destaque para o Red Hat, Conectiva e também para o Mandrake é o uso de programas e drivers beta, incluídos na distribuição para melhorar o suporte a hardware ou adicionar recursos mas que ainda não são considerados estáveis pelos desenvolvedores e justamente por isso podem trazer problemas para os usuários em alguns casos.
É um preço a pagar se você quer levar para casa um sistema o mais atualizado possível. A equipe do Linux Debian por exemplo tem uma política muito mais rigorosa com relação aos pacotes. Só entram nas versões estáveis pacotes exaustivamente testados, dando aos usuários a garantia de um sistema completamente estável. É por isso que o Debian é uma das distribuições preferidas dos administradores de sistemas.
Mas, isto tem um preço: as versões estáveis do Debian são lançadas com um déficit de 6 meses ou até mais em relação a muitas distribuições.
Um problema como o seu, em que o sistema trava com frequência só pode estar relacionado a algum problema grave com o seu hardware, ou a algum driver de dispositivo (provavelmente o driver de vídeo, ou o driver do modem) instável, incluído na distribuição ou instalado posteriormente.
É muito comum o sistema travar com frequência caso seja usado um driver instável para um softmodem por exemplo. Os drivers de dispositivos são praticamente os únicos componentes que podem realmente travar todo o sistema.
Se você tivesse incluído a configuração do seu PC na mensagem ficaria mais fácil de ajudar, mas você pode ir eliminando as possibilidades. Experimente retirar ou desativar o modem e a placa de som e ver se o problema persiste. Se não for com eles, tente usar outra placa de vídeo, ou verificar se existem outros drivers para ela numa versão mais atual (ou mais antiga) do XFree, que no Linux é o programa responsável pela parte gráfica do sistema, incluindo o acesso à placa de vídeo. No Mandrake você pode escolher entre usar o Xfree 3.xx ou o 4.xx, além de ativar ou desativar a aceleração 3D na configuração de vídeo, dentro Mandrake Control Center. Muitas placas que não funcionam adequadamente no XFree 4.x funcionam perfeitamente no 3.x e vice-versa.
Experimente também usar outra interface gráfica, pode ser que o problema seja algum pacote corrompido ou não instalado no KDE ou Gnome que você está utilizando. Se quando o sistema travar você conseguir abrir uma outra interface gráfica teclando Ctrl + Alt + F2 e em seguida “xinit — :2” então seguramente o problema é mesmo ou com o driver de vídeo ou com a interface gráfica que está usando. Pode ser que você tenha perdido arquivos importantes ao desligar o sistema incorretamente por exemplo.
Eu já tive um problema semelhante com uma Trident Blade 3D e o Red Hat 7.1. A interface gráfica sempre trancava poucos segundos depois do boot, por causa do driver Alpha que incluíram no pacote. Tive que trocar a placa de vídeo por uma outra que estava encostada.
Fica o conselho, se você tiver problemas com uma certa distribuição do Linux, experimente outra. Existem várias e com certeza uma vai atender às suas necessidades. Você também pode corrigir os problemas que tiver com a atual. Se um certo programa trava com frequência por exemplo, nada impede que você desinstale o pacote e baixe a versão mais atual (ou uma mais antiga, considerada estável). No Linux você tem a possibilidade de alterar todos os componentes do sistema conforme suas necessidades, como num castelo de Lego.
Se você estiver interessado em aprender sobre a função de cada pacote do sistema, eu recomendo a leitura dos livros do Linux:
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