Uma visão geral sobre as lan-houses e suas variantes

Uma visão geral sobre as lan-houses e suas variantes

Existem inúmeros empreendimentos voltados para o uso da grande rede de computadores, que vão desde a concessão de uma simples linha telefônica a sofisticados serviços hospedados nas nuvens. Mas de todos eles, por mais interessantes que sejam as suas particularidades, não há nenhum outro tão vislumbrantes como as lan-houses, que são casas especializadas em oferecer acesso à Internet e toda a gama serviços relacionados…

Em São Paulo (1998), nascia a Monkey Paulista…

Inagurada em 1998 e primeiro espaço no Brasil a utilizar o nome Lan House, a Monkey Paulista foi projeto piloto da Franquia Monkey LAn4Fun, que alcançou mais de 60 lojas em 2003 e serviu de inspiração para milhares de pequenos empreededores de todo o Brasil para um seguimento que, hoje, é responsável por 48% dos acessos a internet da classe D e E.”

Embora as suas operações tenham sido encerradas recentemente, a Monkey deu o passo inicial para a proliferação destes estabelecimentos no país, crescendo de tal maneira, que as lan-houses chegaram a ser as responsáveis por quase a metade dos acessos à Internet, no Brasil. Para se ter uma idéia do que isto representa, lembrem-se de que estamos em um país onde as conexões de banda-larga possuem custos proibitivos, para uma população considerada de baixa renda, além de contar com serviço que em geral possuem níveis baixos de qualidade. Parece pouco? Nem tanto: como consequência, vemos as lan-houses se tornaram o meio preferido de muitos usuários para o uso da Internet. Inclusive, aqueles que possuem acesso discado ou banda “larga” 3G sabem perfeitamente do que estou falando…

Uma lan-house típica é um estabelecimento comercial simples, com uma área que normalmente varia de 25 a 60 metros quadrados. Tal empreendimento possui cerca de 10 a 25 computadores, que por sua vez compartilham uma conexão de acesso a banda larga, em que os planos variam de 2 a 8 Megabits. Geralmente, a infraestrutura da rede local é simples e sem maiores sofisticações: todos os PCs são interligados através de um cabeamento estruturado (muitas vezes, sem as instalações adequadas para este propósito), onde um roteador atua como o concentrador da rede e o modem ADSL conectado a ele, provê acesso a Internet. Por fim, a rede ponto-a-ponto formada é gerenciada por um software administrativo, customizado especialmente para as suas necessidades (o qual veremos mais adiante).

Graças à sua simplicidade, a criação de uma lan-house é algo relativamente fácil de planejar e executar; no entanto, sua vantagem acaba por se tornar sua grande deficiência, visto que a maioria dos estabelecimentos existentes não apresentam grandes diferenciais, para se tornarem interessantes sob o ponto de vista da clientela. Eis a previsibilidade do seu resultado: cedo ou tarde, muitos destes estabelecimentos encerrarão as suas atividades por falta de planejamento mais adequados no que tange à oferta de serviços interessantes e inovadores. Mesmo assim, algumas variações interessantes surgem, cativando uma clientela com gostos e preferências diferenciadas.

A principal delas é o cyber-café. Basicamente, eles diferem-se das lan-houses por oferecerem um ambiente mais tranquilo e aconchegante, especialmente devido à inexistência de jogos multiplayers. Como sabem, os jogos são os principais responsáveis pela “desordem” generalizada entre os seus competidores, devido às acirradas disputas em que os jovens e adolescentes promovem entre si (e a garotada não gosta de sair perdendo). Menos adrenalina, menos agressividade; então, a retirada dos jogos de ação contribuem para a manutenção deste ambiente mais convidativo e agradável. De uma forma geral, os cyber-cafés também oferecem outras vantagens interessantes:

Uma vez que não existem jogos para serem rodados, o equipamento a ser utilizado poderá ser um computador bem mais simples e econômico, dispensando configurações avançadas (pois estas seriam sub-utilizadas). E a economia vai além da aquisição de componentes mais baratos: dada a ausência de CPUs potentes e de placas gráficas 3D dedicadas, o consumo de energia elétrica é consideravelmente reduzido. Para variar, o computador econômico produzirá bem menos calor que o sistema dedicado a jogos, possibilitando o uso de sistemas de refrigeração (ar-condicionados) bem mais modestos. Embora não seja muito comum, podem ser utilizados terminais client para a função, bastando apenas equipar um servidor de boa capacidade para servi-los (economizando mais energia ainda). No geral, o resultado final reflete diretamente no serviço de fornecimento da energia elétrica, onde a conta virá bem mais… em conta! 😉

Enquanto que uma lan-house é voltada para jovens e adolescentes com o perfil masculino e gostos por jogos multiplayer, um cyber-café é mais direcionado à uma classe de usuários mais adultos, com o perfil típicamente feminino e interesses em outras atividades. Porém, existem outras diferenças importantes a serem observadas: o público de lan-houses não é tão exigente quanto às condições do ambiente, ao passo que o público de cyber-cafés geralmente são mais “sensíveis” à pequenos incômodos, como a iluminação inadequada, o mal funcionamento dos dispositivos, a eventual necessidade de auxílio técnico, entre outros pequenos detalhes desta natureza. Portanto, não pensem que montar um cyber-café é um empreendimento mais fácil e barato que uma lan-house. Se fosse, elas seriam a maioria! 😉

Manter o alto nível de qualidade na prestação do serviço e compreender as necessidades do cliente, além contratar mão-de-obra mais qualificada, acabam por trazer um certo equilíbrio para ambos os empreendimentos, no que se refere ao custo final. Para variar, muitas vezes os clientes de cyber-cafés vão ao estabelecimento para resolverem problemas pessoais (fazer cadastros e inscrições, obter informações, realizar atividades remotamente), o que os tornam potencialmente problemáticos quando eles não obtêm sucesso. Para variar, a agregação de serviços extras se tornam indispensáveis, como a impressão de documentos (com boa qualidade), além de auxílio do já consagrado suporte técnico, que não pode se limitar a apenas resolver as clássicas dificuldades dos usuários no uso de computadores. Enfim: sensibilidade e tato são indispensáveis para os atendentes bem capacitados, que por sua vez, não podem ser equiparados a jovens e adolescentes que “tomam conta” do estabelecimento!

Na administração, são empregados softwares administrativos especialmente desenvolvidos para lan-houses, feitos para exercer uma série de controles necessários ao plano de negócio do empreendimento. Geralmente, são desenvolvidos nas versões cliente e servidor: enquanto que a versão cliente é instalada nos computadores disponibilizados para o uso da clientela, a versão servidor fica à disponibilidade do administrador da lan-house, dando-lhe o total controle de todas as máquinas do estabelecimento. Através de políticas de acesso com regras restritivas ajustadas pelo administrador, os computadores poderão ser usados pela clientela somente após realizarem a autenticação, ficando travados durante o tempo em que ninguém estiver utilizando (com as credenciais). E o tempo de uso é cronometrado, de acordo com o valor pago pelo cliente (geralmente por horas).

Página WEB “Por que usar o VSCyber”.

O VSCyber, bem como qualquer outro software da categoria, é uma das aplicações administrativas mais empregados pelas lan-houses. A edição atual (3.0) provê um arquivo executável apto para a instalação automatizada, contendo ambas as versões servidor e cliente. Enquanto que versão servidor é o módulo responsável pelo gerenciamento por parte do administrador, a versão cliente é o módulo que faz a conexão dos equipamentos da rede ao servidor central. No módulo servidor, definimos as propriedades de autenticação, onde inclusive poderemos inserir regras (políticas de acesso), impedindo os usuários de realizarem outras tarefas enquanto não estiverem autenticados. Os módulos clientes conectam-se ao servidor, aplica, as regras pré-definidas e travam a máquina, aguardando a conexão para liberar os recursos já programados.

Finalizando, as lan-houses e os cyber-cafés são apenas os perfis de estabelecimentos mais comuns encontrados. Inovações poderão ser feitas, como existem algumas que optam pelo uso de consoles (lan-houses) ou terminais clients (cyber-cafés) ao invés de computadores; outras, diferenciam-se ao optar por pacotes de softwares diferenciados, onde as distribuições Linux acabam sendo partes do processo. Enfim, mudam-se pequenos detalhes, mas fundamentalmente continuam sendo as boas e velhas lan-houses! &;-D

Por Ednei Pacheco <ednei.pacheco [at] gmail.com>

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