Kaspersky Lab e seus 20 anos no combate às pragas virtuais

Kaspersky Lab e seus 20 anos no combate às pragas virtuais

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Atualmente quando falamos de ameaças virtuais e seus respectivos líderes, a imagem que aparece é completamente diferente dos anos 80 e 90. O conceito de um malware, um software malicioso, evoluiu de uma simples traquitana organizada por algum jovem em seu quarto, para uma verdadeira indústria que causa ano a ano um enorme prejuízo. Só em 2016 o cibercrime custou a economia global US$ 450 bilhões, de acordo com dados da Hiscox. A previsão para os próximos anos é ainda mais caótica. A Juniper Research prevê que o cibercrime cause um prejuízo de US$ 2,1 trilhões em 2019.

A lista de motivos para esse crescimento assustador é bem extensa, aumento no número de dispositivos conectados à rede, o baixo interesse de consumidores e de alguns fabricantes com esse tema, entre outras coisas. A quantidade de passos que os usuários devem tomar para terem o mínimo de segurança possível aumentou consideravelmente. Se no passado utilizávamos um mísero antivírus para impedir que algum vírus causasse lentidão no computador, hoje em dia nos deparamos com ameaças desenvolvidas para obter um alto ganho financeiro e com a capacidade de se proliferar por todo o mundo.

Essa mudança de forma de ataque, hoje em dia encabeçado pelos ransomware, o malware que criptografa dados e pede um resgate (normalmente pago em Bitcoins), para que (talvez) essas informações sejam devolvidas, colocou em cheque se os antivírus ainda são úteis. Em tempos que os malwares são feitos por uma reunião de mentes brilhantes do cibercrime que sabem como “enganar” e passar despercebido pelo antivírus instalado em seu dispositivo.

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Por outro lado, há outras mentes tão brilhantes que atuam no combate as pragas virtuais e a essa grande fonte de renda que virou o cibercrime.

A tropa que combate o cibercrime

Um polo em que são encontradas muitas dessas mentes brilhantes a favor da segurança da informação é a Kaspersky Lab, empresa russa, fundada em 1997 por Eugene Kaspersky juntamente com a ex-mulher, Natalya, e que agora completa 20 anos.

A ligação de Eugene com os tais vírus, e que acendeu a ideia desse russo formado pelo Instituto de Criptografia, Telecomunicações e Ciência da Computação, da KBG, em pesquisar e coletar ameaças, teve início em agosto de 1989, quando o próprio Eugene, foi vítima de um vírus, o Cascade, que fazia com que as letras caíssem da tela em formato cascata. Logo em seguida o russo desenvolveu a sua primeira ferramenta para a eliminação desse vírus.

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Eugene Kaspersky

 

Na época, Eugene trabalhava no Ministério da Defesa do governo soviético. Para poder continuar progredindo com essa “brincadeira” do antivírus que se tornou um enorme negócio, Kaspersky foi parar no Centro de Tecnologia de uma empresa chamada KAMI, lá, passou a trabalhar pesado no seu software de segurança, chamado de Antiviral Toolkit Pro (ATP), lançado em 1992 (5 anos antes de formar oficialmente a Kaspersky Lab). Esse software por muito tempo foi o único capaz de combater o Chernobly, primeiro vírus a afetar o hardware do computador, destruindo a BIOS.

Nos anos 2000 a Kaspersky entrou em um ciclo veloz de crescimento. Atualmente a companhia emprega mais de 3500 pessoas, opera em mais de 200 países e territórios, com 37 escritórios em 32 países. O antivírus desenvolvido pela gigante russa é utilizado por mais de 400 milhões de usuários ao redor do mundo.

Com a expansão, e mais “poder” nesse mercado, a companhia está cada vez mais na linha de frente na descoberta de ameaças que se tornaram lendárias, como, por exemplo, o Stuxnet, primeira grande ameaça vista com potencial para uma ciberguerra mundial, o Backdoor.Win32.Skimer, voltado para o ataque de ATMs (caixas eletrônicos). Além de sempre revelar as múltiplas formas de como a famosa agência NSA, utiliza para rastrear cidadãos do mundo inteiro.

“TEMOS QUE PROTEGER TUDO, ESTE É O MOMENTO DE DEIXAR DE OLHAR AS COISAS DE FORMA LEVIANA”- EUGENE KASPERSKY

O mérito gigantesco que a Kaspersky acumulou nesses 20 anos, não impediu que alguns “desvios de rota” acontecessem. Em 2015 eles foram acusados por dois ex-funcionários de desenvolver um malware falso para prejudicar seus concorrentes. Eugene foi a público e desmentiu a acusação.

A relação estremecida entre EUA e Rússia nos últimos anos também está batendo diretamente em Eugene e sua companhia. Este ano o governo americano simplesmente removeu a Kaspersky da lista de fornecedores de Ti da administração de Donald Trump. Há uma suspeita de que a empresa com sede em Moscou estaria ajudando o governo russo com questões relacionadas à ciberespionagem.

Eugene mais uma vez deu a cara pra bater, dizendo que a Kaspersky foi arrastada para luta geopolítica, e se prontificou inclusive a mostrar o código-fonte para as autoridades americanas. Isso é uma medida que sim, pode provar a idoneidade, mas ao mesmo tempo acaba entrando no jogo dos governantes que sempre querem estar no controle.

Em junho, em entrevista à VejaEugene disse que no geral o público ainda está começando a entender o quanto somos dependentes de sistemas e equipamentos computadorizados e quão vulneráveis eles são.

Com essa onda cada vez maior de novos dispositivos conectados à rede será obrigação de cada um se inteirar sobre o quão perigoso um ataque pode ser. A linha entre crimes do mundo físico com o mundo virtual está ainda mais tênue.

Fonte(s): WRPTECH

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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