Intel: o Reinado Ameaçado

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Durante quase duas décadas, a Intel foi a líder absoluta no mercado de processadores domésticos. Durante este tempo, várias companhias tentaram competir de igual para igual, entre elas podemos citar a Texas Instruments, Nex-Gen, IBM, Cyrix e IDT. Lançando
chips de tecnologia e desempenho inferior, nenhuma destas companhias conseguiram mais do que competir com chips obsoletos da Intel no ramo de processadores de baixo custo. A própria AMD fez parte deste time durante vários anos. Porém, atualmente as coisas
estão mudando.

Examinando o mercado atual, podemos ver que a Intel não se encontra numa situação muito boa. Depois de lançar o Athlon com core Thunderbird (veja a análise completa no site) e o Duron (consulte a dica do dia 26 de junho) a AMD tem no mercado dois
processadores capazes de derrotar tanto o Pentium III quanto o Celeron tanto em termos de performance quanto em termos de preço.

No mercado de processadores para dispositivos móveis, a Intel novamente está em apuros, tendo como concorrentes o Crusoé da Transmeta (veja dica do dia 24 de Abril) e recentemente também o Cyrix Samuel, ambos processadores que consomem um mínimo de
energia, muito menos do que as versões mobile do Pentium III e Celeron. Interessante que ambos os processadores são mais baratos que os Intel.

No mercado de processadores de alto desempenho, novamente a situação anda feia, o Pentium III Xeon, que é basicamente um Pentium III com mais cache, destinado ao mercado de servidores, vai enfrentar uma concorrência acirrada por parte do AMD Mustang, que
deve ser lançado nos próximos meses. O Mustang é um Athlon Thunderbird com mais cache, a versão mais parruda virá com incríveis 8 MB de cache L2 e suporte a multiprocessamento, e deve superar com folga o desempenho de um Xeon do mesmo clock.

Atualmente a AMD não apenas tem os processadores mais rápidos do mercado, como tem possibilidades de lançar versões mais rápidas do Athlon em breve, pois já usa cooper ao invés de alumínio em seus chips. O cooper é um condutor muito superior ao alumínio,
pois permite que o sinal trafegue mais rapidamente dentro do processador, ao mesmo tempo em que é gerado menos calor. As versões mais rápidas do Athlon Thunderbird já usam cooper, enquanto todas as versões do Pentium III ainda usam o ultrapassado
alumínio.

Usando cooper, a AMD tem a possibilidade de lançar versões do Athlon Thunderbird de até 1.2 GHz em breve, enquanto o Pentium III não ultrapassará a merca de 1 GHz, pelo menos enquanto for usada a técnica de 0.18 mícron.

O próximo lançamento da Intel será o Willamette, que vem sendo apelidado de Pentium IV. O Willamette trará uma arquitetura nova, mas existem dúvidas sobre seu desempenho e principalmente sobre a possibilidade da Intel conseguir lançar versões acima de 1.2
GHz.

Ninguém pode prever o futuro, mas atualmente já é fácil prever que a Intel não tem mais o domínio do mercado de processadores. Pelo contrário, vai ter que suar a camisa para desenvolver novos projetos, cortar custos a fim de baixar o preço de venda de
seus processadores, e <se possível> melhorar aquelas propagandas ridículas que andam passando na televisão. O que naturalmente uma ótima notícia para nós consumidores, que devemos ter à nossa disposição processadores cada vez mais rápidos e baratos,
presente da livre concorrência.

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