Hoje em dia muitas pessoas que pensam em um upgrade para o computador e passa pela escolha do processador acaba dando preferência para os modelos quad-core, porém em muitos perfis de usuário o clássico dual-core se encaixa muito bem.
Embora com o avanço da tecnologia as CPUs alcançaram a casa dos 4, 6 e 8 núcleos quando falamos de modelos destinados ao consumidor final, os com 2 núcleos ainda continuam pelo menos na memóra afetiva de muitos, já que a transição de modelos single-core para dual-core foi tão grande e importante como a mudança da TV preto e branco para os modelos a cores. Para o progresso em termos de processamento que temos hoje tanto em computadores como em outros dispositivos como smartphones por exemplo essa questão de quebrar a barreira de um único núcleo de processamento foi imprescindível.
Processadores com mais de um núcleo com o passar do tempo acabou se fixando como sinônimo de uma boa escolha, independente do uso. Você com certeza já deve ter ouvido alguém questionando qual seria o modelo adequado de processador a ser comprado, mal e porcamente a resposta mais óbvia em muitos casos era: compre pelo menos um modelo que seja dual-core.
Esse estilo de resposta pronta (embora precisasse ser mais esmiuçada através de outras especificações), traduzia o que os processadores com mais de um núcleo representavam: sinônimo de usabilidade. Já que com mais de um núcleo e avanços de arquitetura os processadores conseguiam lidar melhor com tarefas simultâneas. Característica essencial de todos os dispositivos atualmente.
Embora não tenha sido o primeiro processador dual-core do mercado, o Intel Core 2 Duo é um dos mais lendários nesse segmento, e ontem, dia 27 de julho, completou exatos 10 anos do lançamento oficial. No Brasil o lançamento oficial aconteceu no dia 02 de agosto.
Os dois logotipos da série Intel Core 2 Duo, o da esquerda foi o primeiro a ser utilizado, o da direita começou a ser aplicado a partir de 2009. Esse segundo logo seria o estilo de design que a Intel adotaria também no logo da família Core i.
Em meados de 2005 e 2006, a briga entre a Intel e a AMD era bem mais acirrada e interessante. Os processadores multicore para consumidores desktop começaram a sua caminhada no mercado em 2005, a Intel com o Pentium D e a AMD com o Athlon 64 x2. E nesse confronto o Athlon levou a melhor.
Um ano depois a Intel veio com o Core 2 Duo, família que acabou sendo a grande resposta para a gigante de Sunnyvale (AMD), e foi responsável por desenhar a supremacia de mercado que a Intel ostenta hoje.
O próprio anúncio do Intel Core 2 Duo já criara uma grande hype no mercado, Paul Otellini, que na época era o CEO da Intel chegou a dizer que esses processadores não eram apenas uma mudança incremental, e sim um salto revolucionário.
A primeira leva contou com cinco modelos voltados para desktop: Intel Core 2 Duo E6300, Intel Core 2 Duo E6400, Intel Core 2 Duo E6600, Intel Core 2 Duo E6700 e Intel Core 2 Extreme X6800. O destaque era o Extreme X6800 com 4 MB de cache L2 e clock de 2,93 GHz.
O preço de lançamento dos cinco modelos para desktop (codinome Conroe) eram os seguintes:
- Intel Core 2 Extreme X6800 – clock de 2.93 GHz 4MB de cache L2: US$ 999
- Intel Core 2 Duo E6700 – clock de 2.66 GHz – 4MB de cache L2: US$ 530
- Intel Core 2 Duo E6600 – clock de 2.40 GHz 4MB de cache L2: US$ 316
- Intel Core 2 Duo E6400 – clock de 2.13 GHz 2MB de cache L2: US$ 224
- Intel Core 2 Duo E6300 – clock de 1.86 GHz 2MB de cache L2: US$ 183
O lançamento desses processadores foi um grande soco na boca do estômago da AMD, já que por exemplo o Athlon 64 X2 5000+ com 2.6 GHz foi lançado custando US$ 696, enquanto o Intel Core 2 Duo E6700 com 2.67 GHz chegou ao mercado por US$ 530. Além do preço mais em conta também houve vitória da Intel em relação ao desempenho.
Além desses cinco modelos para desktop também foram lançados cinco modelos voltados para notebooks (codinome Meron):
- Intel Core 2 Duo T7600 – clock de 2.33 GHz – 4MB de cache L2: US$ 999
- Intel Core 2 Duo T7400 – clock de 2.16 GHz- 4MB de cache L2: US$ 530
- Intel Core 2 Duo T7200 – clock de 2.00 GHz – 4MB de cache L2: US$ 316
- Intel Core 2 Duo T5600 – clock de 1.83 GHz – 2MB de cache L2: US$ 224
- Intel Core 2 Duo T5500 – clock de 1.66 GHz – 2MB de cache L2: US$ 183
Todos baseados na micro-arquitetura Core (substituta da NetBurst), sob o processo de fabricação de 65 nm (com essa mudaça o consumo energético ficou 40% menor em relação aos Pentium). Essa arquitetura mostrou a expertise que a Intel havia adquirido com produtos anteriores. Os processadores utilizavam o duradouro soquete LGA 775 e tinham TDP de 65W. Um avanço e tanto em relação ao Pentium D que tinha um TDP de 130W.
Com a chegada dos 65 nm, substituindo os 90 nm a Intel conseguiu alcançar mais desempenho, menos consumo de energia e jogou a responsabilidade novamente para a AMD para quebrar a barreira dos 90nm. Essa questão da litografia é outro ponto crucial dessa época, a chegada dos 65 nm e toda essa rivalidade da Intel e AMD tornava os processadores muito mais atrativos (em relação ao impacto causado) do que os anúncios mais recentes, como os Skylake por exemplo. Talvez em termos de atenção os processadores Zen da AMD que serão lançados no final de 2016 causem uma comoção similar ao que vimos no passado já que é uma grande virada nos produtos da AMD, adotando o processo de fabricação de FinFET de 14nm (abandonando os 32nm), e que promete 40% mais IPC (instruções por ciclo) em relação ao geração passada (Vishera).
Além dos modelos dual-core a linha Core 2 Duo também foi pautada pelos modelos Core 2 Quad, com quatro núcleos de processamento, Core Solo que é single-core, e o Extreme com seu multiplicador desbloqueado.
Embora a partir de 2008 a Intel enveredou para a tão (quanto) reverenciada família Core i, que deu origem a Core i3, i5 e i7, que segue até hoje, o Core 2 Duo continua na lembrança de muitos que vivenciaram essa grande época de transição do Pentium para o Core. Com certeza um grande capítulo na história dos computadores e do avanço de hardware 🙂
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