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“Morimoto, tenho um notebook 233 MMX com 64 MB de RAM mas sem CD-ROM. Gostaria de instalar o Linux nele, já ouvi que é possível instalar apartir do HD ou mesmo via rede (tenho uma placa PCMCIA) gostaria de mais informações.”

Oi Marcos. Apesar do modo de instalação mais rápido ser dar boot pelo CD-ROM, o Linux também pode ser instalado de várias outras maneiras. Para isso você precisará ter em mãos o disco de boot adequado. Acho que este é um tema que interessa a mais gente, por isso vou aproveitar para escrever um artigo detalhando estas formas alternativas de instalação.

Você encontrará as imagens de vários discos de boot no diretório Images da sua distribuição Linux. Em alguns CDs de revista este diretório é excluído para economizar espaço, mas geralmente você ainda poderá conseguir os arquivos no site da distribuição.

Abrindo o diretório você encontrará vários arquivos IMG que precisam ser gravados nos disquetes usando um programa chamado Rawwrite. Este é um programa para DOS que fica no diretório Dosutils do CD. Você pode baixar uma versão Windows do programa, que é mais prática de usar através do link abaixo: http://www.downloads-guiadohardware.net/download/rawwritewin.exe

Basta apontar o arquivo da imagem a ser gravada e clicar em Write

Para instalar o Linux apartir do CD, num micro que não suporte boot via CD-ROM você deve usar o arquivo CDROM.IMG, que é o disquete de boot que costuma ser incluído nas caixas completas das distribuições.

Se o micro não tiver CD-ROM, como no caso deste notebook que tem em mãos você pode instalar o Linux apartir do HD. Basta copiar todo o conteúdo do CD para um diretório do HD (pode ser inclusive para uma partição Windows FAT 16 ou 32) e usar o disco de boot HD.IMG. O disquete inicializará o micro e perguntará o diretório onde estão os arquivos, basta dar as informações necessárias.

Você também pode instalar via rede, através de um servidor HTTP, FTP ou através de um servidor NFS.

Neste caso você deverá usar os disquetes NETWORK.IMG, PCMCIA.IMG ou USBNET.IMG. O primeiro serve para micros de mesa, com placas de rede PCI (o disquete terá dificuldades com placas ISA, apesar de também ser possível instalar através de uma), o segundo deve ser usado em notebooks com placas de rede PCMCIA (como no seu caso) enquanto o terceiro serve para quem utiliza uma placa de rede USB.

Existe ainda o disquete OTHERS.IMG, que permite instalar o Linux através de outras mídias suportadas, como por exemplo através de discos ZIP.

As opções de instalar apartir de uma partição Windows, via FTP e HTTP geralmente só funcionarão num micro com 64 MB de RAM ou mais, pois como nesta fase da instalação você ainda não particionou o disco e ainda não é possível utilizar memória virtual, o disquete cria um Ramdisk com os arquivos necessários e carrega vários módulos na memória. Os disquetes do TechLinux por exemplo exigem 56 MB de RAM para instalar via HTTP. No seu caso não há problemas, pois o notebook tem 64 MB, mas se for o caso de instalar num PC antigo, que não tenha tudo isso de RAM, o melhor seria instalar provisoriamente mais RAM ou então instalar um segundo HD ou CD-ROM com os arquivos de instalação.

Resolvido o problema da memória e com o disquete escolhido, vamos à instalação. Não repare na qualidade das imagens, juro que fiz o melhor possível usando a câmera que tinha em mãos 🙂

Ao inicializar usando qualquer um dos três disquetes de instalação via rede a primeira pergunta será sobre o endereço IP da estação. Estes disquetes só funcionam em redes TCP/IP, mais um motivo para preferir o uso do TCP/IP sobre o NetBEUI, mesmo em redes pequenas.

As opções aqui são Static, DHCP e ADSL. A opção DHCP pode ser usado se na rede houver um micro compartilhando a conexão através do ICS do Windows ou outro programa que inclua um servidor DHCP. Apesar disso, eu recomendo que você utilize a opção de usar um endereço IP estático, que vai funcionar sempre. A opção ADSL não está disponível nos disquetes de todas as distribuições e tem uma funcionalidade um tanto quanto limitada, pois você poderá utiliza-la apenas nos serviços ADSL onde não é necessário autenticar utilizando nenhum programa de terceiros. Funciona por exemplo no Speedy ATM (as instalações antigas, onde basta configurar o endereço IP e o endereço do Gateway para ativar o acesso), mas não funciona nas instalações mais recentes do Speedy, onde é preciso instalar um programa que faz a autenticação.

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Escolhendo a opção de usar endereços IP estáticos, chegamos à tradicional configuração do TCP/IP, onde é necessário especificar o IP da máquina na rede, o IP do DNS (caso exista algum na rede), o default Gateway e a máscara de sub-rede. Caso você tenha dúvidas sobre a configuração da rede, pode consultar o tutorial sobre configuração de redes que publiquei a alguns dias: https://www.hardware.com.br/tutoriais/sharing/index.asp

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Em seguida você precisa especificar um nome para o computador e o domínio, caso a rede faça parte de algum. O nome da máquina é importante caso você tenha configurado o servidor de onde serão baixados os arquivos para dar acesso apenas a algumas máquinas.

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Finalmente, você precisará especificar o endereço do servidor HTTP, FTP ou NFS e o diretório do servidor onde estão os arquivos de instalação. Apartir daí as opções da instalação são as mesmas que seriam ao instalar apartir do CD. Na verdade, para o sistema não existe muita diferença, pois os arquivos no servidor serão justamente uma cópia do conteúdo do CD.

Apesar de já ser algo fora de moda, ainda existem alguns servidores FTP públicos que disponibilizam arquivos de instalação de várias distribuições. Caso você conheça algum você poderia colocar o micro numa rede com acesso compartilhado à Internet, configurar corretamente os endereços IP e acessar o servidor. Claro que esta opção seria viável apenas caso o FTP fosse rápido e a sua conexão fosse no mínimo de 256k. Baixar os arquivos de instalação de uma distro atual via modem demoraria dias 🙂

Mas, o mais prático seria instalar apartir de algum micro da rede. Com uma rede de 100 megabits por exemplo a instalação não demorará mais do que demoraria via CD-ROM.

Se as demais estações da rede rodarem Windows você pode usar um servidor HTTP ou de preferência FTP qualquer para disponibilizar os arquivos. Você pode encontrar vários servidores gratuítos no Tucows ou outro site de downloads. Outra opção seria usar o IIS da Microsoft que é fácil de configurar, mas não deixe de desinstalá-lo depois de terminada a instalação, já que é muito perigoso mantê-lo ativo sem necessidade devido às varias brechas de segurança.

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No Linux você também poderá utilizar estes recursos, através do Apache ou do servidor FTP que acompanha a sua distribuição preferida. Mas, neste caso, seria bem mais prático usar o NFS, que é o protocolo de rede nativo do Linux.

Presumindo que você tenha marcado a opção de instalar o NFS durante a instalação do Linux (no servidor) e que o serviço esteja ativo, você precisará apenas editar o arquivo /etc/exports, adicionando os diretórios que serão compartilhados com a rede. Para verificar se o NFS está ativo, basta dar um:

/etc/rc.d/init.d/nfs status

Caso não esteja, você precisará ativa-lo através do LinuxConf, Mandrake Control Center, ou outro utilitário de configuração disponível na sua distribuição.

Por padrão o arquivo estará em branco. Adicione um diretório a ser exportado por linha, gerando um arquivo como o abaixo:

# Isto é só um comentário

/home/marcos/mandrake8.1

/mnt/cdrom

Neste caso estamos disponibilizando tanto o diretório /home/marcos/mandrake81 quanto o CD-ROM, que naturalmente deverá estar montado no momento em que o cliente for acessá-lo. É possível definir vários parâmetros, especificando quais usuários terão acesso a cada diretório, dar permissões de apenas leitura, etc. Mas creio que seria um tema um pouco extenso para abordar aqui. Compartilhando os diretórios sem parâmetros, como no exemplo, qualquer usuário da rede poderá acessá-los.

Para alterar o arquivo você precisará estar logado como root. Após terminar, basta reiniciar o serviço usando os comandos abaixo para que alterações surtam efeito:

/etc/rc.d/init.d/nfs stop

/etc/rc.d/init.d/nfs start

Na foto que havia colocado acima por exemplo havia habilitado o NFS no micro 192.168.0.2 e estava fazendo a instalação apartir do Cd-ROM (/mnt/cdrom) que havia compartilhado.

Se depois de tudo resolvido a instalação for abortada com uma mensagem como:

gdh5

“Install exited abnormally 🙁
You may safely reboot your system”

Provavelmente o PC não tem memória RAM suficiente para carregar o instalador. Como disse, o mais recomendável é utilizar a instalação via rede em PCs com 64 MB ou mais. Você pode verificar as mensagens do Kernel para ver exatamente o que houve pressionando Alt + F3.

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