Ícones: meia dúzia de palavras em apenas uma imagem!

Ícones: meia dúzia de palavras em apenas uma imagem!

Se tem um ícone que sou simplesmente apaixonado é o do Tux, estilo Crystal. Engraçado, rechonchudo e gracioso, com cores lindas e vibrantes, não só se tornou popular, como também transformou o mascote do Linux em um astro em uma série de ícones personalizados. E foi justamente, por admirar as diferentes “versões” do Tux, que me trouxe a inspiração para tratar do assunto que será a sobre ícones…

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Eis, o Tux!

A história dos ícones na computação pessoal começa lá pelo final dos anos 70, quando o centro de pesquisas da Xerox em Palo Alto desenvolvia a interface gráfica para prover aos seus (futuros) computadores, uma forma mais fácil e prática de operá-los. E o resto da história, todos já sabem: devido aos altíssimos custos iniciais, todo o projeto foi precipidamente considerado um fracasso; mas, veio o “tal” do Steve Jobs…

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Ícones do atual MAC OS X.

De fato, os primeiros computadores a utilizar massivamente os ícones como ferramentas de acesso aos aplicativos e recursos do sistema, foram os Macintosh através de seu sistema operacional Mac OS. A Apple revolucionou o mercado numa época em que os computadores populares da plataforma x86 ainda tinham o seu principal sistema operacional baseado em modo texto: o MS-DOS (O Windows ainda estava engatinhando). Além dos ícones, outros conceitos, como uso do desktop e da área de trabalho análogos a um ambiente de escritório, também fizeram bastante sucesso.

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Prompt do MS-DOS: convenhamos, nada intuitivo!

No entanto, apesar dos esforços revolucionários da Apple, ironicamente foi a Microsoft a popularizar as interfaces gráficas e seus ícones. Nos anos seguintes, o Windows 3.11 cresceu devido ao barateamento dos PCs desktops dotados de CPUs 486, além da constante modernização dos escritórios. Seus belos ícones – em substituição aos complicados comandos e atalhos do teclado – chamavam tanta a atenção quanto a bela secretária…

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Ícones do grupo Main (Windows 3.11).

E depois do Windows 3.11, veio o Windows 95, o Windows 98, o Windows ME, o Windows XP, o Windows Vista e, atualmente, temos o Windows 7. E à cada nova versão, novas melhorias e aperfeiçoamentos são feitos, tornando os ícones mais belos e agradáveis. Acaso, já tiveram a oportunidade de apreciar os novos ícones do Windows 7?

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Ícone “Meu Computador”: como evoluiu!

E o Tux? Dispondo não só de uma, mas de várias interfaces gráficas, não é de admirar que seus principais ambientes gráficos – o KDE e o GNOME – encantem os seus usuários com temáticas de ícones interessantes…

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Icones da primeira versão do KDE.

O KDE é um ambiente gráfico o qual gostaria de destacar, em virtude dos diferentes perfis de ícones utilizados. Nas suas primeiras versões, seus ícones não eram dos mais bonitos, porém bastavam por serem funcionais e em conformidade com a proposta do ambiente gráfico integrado. A seguir, quando surgiram as séries 2.x e 3.x, muitas melhorias foram proporcionadas ao seu visual, embora faltassem algumas “coisinhas”…

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Icones padrão do KDE 3.

Mas foi a partir da versão 3.1 que o KDE deslanchou: com o uso dos ícones Crystal, criados pelo brasileiro Everaldo, e a partir da versão 3.4, aliados à temática Plastik (que posteriormente foi substituído por outra temática mais sóbria), este maravilhoso ambiente desktop se tornou um dos mais belos existentes para sistemas Unix, rivalizando até mesmo com o MAC OS X.

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Screenshot do KDE 3.4, com o tema de ícones Crystal (by Everaldo), e temática Plastik

No entanto, por mais belos que fossem, os ícones Crystal não agradaram muitos usuários, especialmente em virtude de sua temática infantil. Então, como parte do projeto de restruturação geral de sua interface, uma nova temática de ícones foi adotada, sendo desenvolvido o Oxygen.

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Ícones Oxygen: uma aparência mais sóbria e clean, eis a proposta do KDE!

Após a evolução do projeto Crystal, de Everaldo, e a criação de um tema de ícones para a distribuição Linspire, o Crystal Clear, houve um trabalho de redefinição dos ícones Crystal, originando o novo tema Crystal Project. Embora não seja o padrão no KDE ou outro ambiente, é usado por inúmeras distribuições e usuários:

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Screenshot do KDE, exibindo os ícones Crystal Project (by Everaldo).

Já o GNOME, por sua vez não teve tantas customizações especiais. Para variar, seus ícones eram apenas discretos e simples, que por sua vez acabou trazendo a popularidade de temáticas alternativas, como o Tango. Ainda assim, os modestos ícones do GNOME também não poderiam ser ignorados.

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Ícones Tango: Crystal e Oxygen não estão sozinhos…

Enfim, com a evolução destes maravilhosos ambientes gráficos, também vieram as inovações para os seus ícones. Se porventura os leitores do GdH pensaram em melhorias voltadas apenas na beleza e acabamento, se enganaram: entre outros destaques, o KDE foi um dos primeiros a trazer a proposta de uso das imagens vetoriais ao invés de imagens bitmaps para compor os ícones, em um formato aberto chamado SVG. Estes, por sua vez, poderiam ser redimensionados de acordo com as necessidades, sem causar os terríveis efeitos “pixelados” tal como os conhecemos.

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Ícones SVG: podemos “editá-lo” com um simples editor de textos, além de esticá-lo sem medo dos tão odiado “efeito pixelado”!
<http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c7/SVG.svg>.

Mas não é só em computadores que os ícones são utilizado (óbvio). Uma série de dispositivos – que variam dos simples gadgets multimídia aos mais sofisticados smartphones – fazem o uso massivo deste valioso recurso de interatividade. E com a adoção das interfaces touchscreen, suas dimensões facilitaram a usabilidade das telas. Ao menos, para os dedinhos mais “cheinhos”…

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Ícones do iPhone: reparem que suas dimensões são apropriadas para o toque.

Então, o que mais esperar dos ícones? À meu ver, com a proliferação dos desktops 3D (Aero, Compiz e Acqua), os ícones deveriam seguir a tendência, através do uso de imagens vetoriais elaboradas para se adequarem aos efeitos gráficos visuais ou até mesmo modelos de objetos em 3D. Lembram-se do FPS Quake, onde os itens a serem recolhidos (health, arms, pellets) eram objetos que “giravam em si mesmo”?

Hoje em dia, o ícone se tornou o recurso fundamental para o desenvolvimento de qualquer tipo de interface para a interação humana. Em ambientes desktops para PCs, em sistemas para celulares, em telas touchscreen, ele estará lá… sempre! &;-D

Por Ednei Pacheco <ednei.pacheco [at] gmail.com>
http://by-darkstar.blogspot.com/

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