Olá, trabalho numa repartição pública e recentemente compramos um lote de máquinas de configuração absolutamente idêntica, incluindo claro os HDs. Por curiosidade testei algumas das máquinas com o Winbench. A minha surpresa é que mesmo apesar da
configuração de todas ser absolutamente idêntica, em todos os testes o desempenho dos HDs sempre foi ligeiramente diferente. A minha dúvida é o por que desta discrepância, já que os HDs são idênticos, inclusive do mesmo lote.
Realmente, existe uma pequena diferença de desempenho, mesmo entre HDs da mesma marca e modelo, mesmo que do mesmo lote. Estas pequenas variações ocorrem por dois motivos.
O primeiro é que todos os HDs saem de fábrica com alguns setores defeituosos. Estes setores são considerados normais, pois é praticamente impossível produzir discos magnéticos de uma densidade tão alta quanto os de um HD sem que hajam algumas pequenas,
mínimas imperfeições na superfície magnética dos discos.
Estes setores defeituosos que surgem durante a fabricação do disco são “mascarados” usando uma técnica especial, justamente por isso não aparecem quando é rodado um scandisk ou similar. A técnica consiste no seguinte: todo HD possui uma ou duas trilhas
reservadas que junto com uma tabela de endereços formam uma área chamada de “defect map”. Durante a fase de testes do HD, um programa especial se encarrega de marcar os setores defeituosos, remapeando-os para setores bons da área reservada.
Graças a isso o HD parece imaculado, porém, a variação do número e posição dos setores remapeados pode causar alguma variação de desempenho, já que ao ler dados armazenados em algum deles a cabeça de leitura do HD ter que se deslocar até a área reservada
e em seguida voltar para a área de dados, causando alguma perda de tempo.
Aliás, é justamente por isso que ao formatar o HD usando o disk manager do fabricante, os setores defeituosos marcados pelo scandisk (desde que em pequena quantidade) some. Ao contrário de outros programas, o disk manager tem a capacidade de remapear os
bad clusters para áreas do defect map.
O segundo motivo é que os HDs possuem vários componentes mecânicos, como o atuador, responsável por mover as cabeças de leitura, o mecanismo de rotação, etc. Como todo componente mecânico, estes componentes podem sofrer pequenas variações de desempenho de
uma unidade para a outra, mesmo que produzidas na mesma linha de produção. Este é mais um fator que pode exercer alguma influência sobre o desempenho do HD.
Um terceiro fator que poderia ser acrescentado são os códigos de correção de erro. Num HD para cada setor, que armazena 512 bytes de dados, temos mais algumas dezenas de bytes destinados a armazenar códigos de verificação e correção de erros. Normalmente
é lida apenas uma pequena parte destes códigos, que destina-se a apenas verificar a integridade dos dados. Porém, caso seja detectado um erro em um único bit, é preciso ler novamente o mesmo setor para obter o restante dos códigos ECC, que serão usados
para corrigir os dados.
Pode ser que um setor tenha apenas alguns bits defeituosos e possa ser lido normalmente usando os códigos de correção de erro, sem ser marcado com bad cluster. A existência destes setores “semi avariados” também causa uma pequena perda de
performance.
Existem vários outros pequenos fatores que poderiam ser citados, mas a moral da história é que dois HDs, mesmo que da mesma marca, modelo e lote jamais serão idênticos. Sempre existirão pequenas variações que influenciarão o desempenho. De qualquer forma,
são variações imperceptíveis, coisa de 0,2 ou 0,3%, que serão detectadas apenas por programas de bachmark.
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