Hardware.com.br entrevista: Marcello Miguel, Diretor Executivo de Marketing e Negócios da Embratel

Hardware.com.br entrevista: Marcello Miguel, Diretor Executivo de Marketing e Negócios da Embratel

Batemos um papo sobre Internet das Coisas e o impacto na sociedade com Marcello Miguel, Diretor Executivo de Marketing e Negócios da Embratel.

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Hardware.com.br: Muitas pessoas associam a Internet das Coisas com a inclusão de uma nova gama de dispositivos conectados à rede, porém, essa é apenas uma vertente de IoT. Em sua opinião, qual seria a definição mais completa para IoT, em termos de funcionalidades e novas possibilidades? 

Marcello Miguel: A Internet das Coisas é uma revolução tecnológica que está mudando a produtividade das empresas e a vida em sociedade justamente por suas funcionalidades e possibilidades de aplicação. As operações – desde as mais rotineiras até as mais complexas – são facilitadas e automatizadas, assegurando produtividade e competitividade das empresas, por exemplo.

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A Internet das Coisas será responsável pela formação de uma grande rede de conexão entre dispositivos, sistemas, sensores e máquinas que controlarão o modo de produção e, consequentemente, trarão impacto nas relações sociais, econômicas, de trabalho e com os usuários finais. Soluções de Internet das Coisas podem ser aplicadas nos mais variados tipos de negócios, seja para realizar pagamentos por meios eletrônicos, automatizar uma fábrica ou monitorar e controlar uma cidade. 

Além de uma ampla rede de conexão, soluções de Internet das Coisas coletam um grande volume de dados que, quando analisados corretamente, fornecem subsídios para a tomada de decisões estratégicas para o funcionamento de uma empresa ou de uma cidade inteira. É importante ressaltar, no entanto, que não é possível a utilização de soluções de Internet das Coisas sem uma moderna infraestrutura de telecomunicações, TI e mobilidade de excelência e capaz de suprir esta grande demanda de conectividade. Neste cenário, a Embratel se destaca ao fornecer soluções que unem esses universos – Telecom, TI e Mobilidade – tornando possível que as empresas se transformem digitalmente e ofereçam esta transformação também a seus clientes finais.

Hardware.com.brAssim como a Web evoluiu de somente conteúdo em texto para imagens e, agora, o conteúdo em vídeo em larga escala, a sociedade passou a conviver com uma evolução frenética de dispositivos cada vez mais inteligentes e de forma cada vez mais rápida. Que pontos você destaca para esse investimento em aparelhos cada vez mais diferenciados com conexão à internet, painéis touch e outras coisas?

Marcello MIguel: É impossível pensar no mundo atual sem conectividade. As estruturas de telecomunicações são a base para permitir a troca de informações entre os dispositivos, especialmente no mercado corporativo. Além disso, a forma e a qualidade como as informações são apresentadas ao usuário são cruciais para o entendimento e engajamento do que é transmitido. 

Os colaboradores precisam estar cada vez mais conectados e ter acesso veloz para conseguir garantir a produtividade do seu trabalho. Reuniões por meio de Telepresença, por exemplo, já são costumeiras nas empresas. Por meio da tecnologia, reuniões virtuais permitem que a tomada de decisão seja realiza a partir de qualquer lugar no mundo, por meio de dispositivos móveis, inclusive, e a qualquer hora. O mercado precisa estar preparado para atender essa demanda conectividade, investindo constantemente em tecnologias, infraestrutura e aparelhos alinhado com as tendências de mobilidade corporativa.

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Hardware.com.br: Conceitos como o do Amazon Go, o supermercado que não tem fila e nem caixas, e que se baseia justamente nesse ecossistema de IoT, são vistos por muitos como um grande ameaçador de postos de trabalho humanos. Você concorda com esse ponto de vista? 

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Marcello Miguel: Não. A Internet das Coisas endereça uma necessidade da sociedade, como um todo, de se preparar e se adaptar para as novas formas de interação trazidas pelo avanço da transformação digital, sejam elas como empregador ou empregado. A tecnologia não ameaça os empregos, mas os transforma. Essa transformação gera empregos de melhor qualidade, culminando na melhoria dos serviços ofertados. O crescimento de novas tecnologias amplia a demanda por profissionais capacitados e diferenciados, além de contribuir para o surgimento de novas profissões. 

Hardware.com.br: No seu artigo sobre Internet das Coisas e a transformação nas empresas, você cita o conceito de Indústrias 4.0. Poderia detalhá-lo mais?

Marcello Miguel: Tecnologias como Internet das Coisas e a Computação em Nuvem estão revolucionando o modo de produção industrial, no processo que chamamos de Indústria 4.0 ou quarta Revolução Industrial. Neste novo modelo de indústria, as linhas de produção passam a ser cada vez automatizadas, com dispositivos conectados que se tornam responsáveis por processos como controle da produção, por meio de comandos programados a partir da coleta e troca de dados entre as máquinas. Montadoras de carros, por exemplo, utilizam dispositivos conectados para a comunicação entre sistemas e máquinas, sem interação humana, agilizando a produção dos carros e agregando mais valor ao produto final. A Indústria 4.0 prevê o uso das tecnologias para prevenção de falhas, mudança de processos e autonomia do controle de produção. O aumento da produtividade e a redução de custos são consequência da adoção da nova tecnologia ao processo fabril.

Hardware.com.br: Como você vê a Internet das Coisas sob a ótica da segurança desses dispositivos conectados? Você acredita que carros autônomos, por exemplo, possam ter uma grande rejeição por parte do público por causa de um receio que cibercriminosos possam manipular o sistema desses veículos?

Marcello Miguel: O Brasil é um dos países do mundo com maior nível de ataques cibernéticos. Assim como as tecnologias evoluíram, as soluções de segurança estão acompanhando os novos movimentos do mercado, que cada vez conta com mais dispositivos e sistemas conectados. Hoje, é possível criar com segurança redes com dispositivos conectados e disponíveis para gerar dados e controlar/monitorar equipamentos. A segurança dos dispositivos conectados passa, por exemplo, pela adoção de soluções de prevenção contra possíveis ameaças, que atuam na detecção prévia de movimentos suspeitos em dispositivos de Internet das Coisas, tornando o uso dessa tecnologia seguro. Neste sentido, a Embratel fornece o Cyber Intelligence, solução para proteger empresas de ataques cibernéticos e invasões que podem colocar em risco suas estruturas de TI e de Telecom, inclusive os dispositivos de IoT.

De forma preditiva, a solução protege os elementos da infraestrutura das empresas antes mesmo da concretização de eventuais ameaças. A partir da coleta de dados nos clientes, a Embratel cria um perfil com as caraterísticas técnicas de cada estrutura. Diante de qualquer alteração, as empresas são avisadas imediatamente sobre movimentos indevidos e sobre as melhores estratégias de defesa para se protegerem das ameaças e para prevenirem novos ataques de negação de serviço (DDoS).

Hardware.com.br: No Brasil, você acha que estamos realmente preparados para essa grande revolução, que necessita em grande parte de uma grande infraestrutura móvel?

Marcello Miguel: O Brasil possui uma grande infraestrutura de telecomunicações e evoluiu muito com novas soluções de TI e mobilidade que atendem a grande e crescente demanda por conectividade. No caso da Embratel, somos a única fornecedora do mercado brasileiro capaz de entregar infraestrutura de altíssimo nível com tecnologia totalmente integrada à maior e melhor rede de telecomunicações da América Latina. Oferecemos um portfólio integrado e convergente de soluções digitais e atuamos como parceiros de nossos clientes, adequando nossos produtos a real necessidade de cada um. Em um País de dimensões continentais, dispositivos móveis são uma ferramenta importante de comunicação. Já registramos um número maior de celulares do que habitantes, por exemplo, e grande parte dos usuários de smartphones utilizam, com sucesso, os dispositivos para compras e pagamento de contas. Os avanços são significativos, colocando o Brasil entre os países mais avançados na oferta de soluções de mobilidade.

Hardware.com.br: Uma das missões da tecnologia e todo esse progresso gerado é encontrar o tal produto ou conceito disruptivo que causa uma grande revolução sobre o que foi criado até então. A Internet das Coisas é realmente esse ponto disruptivo?

Marcello Miguel: A Internet das Coisas é uma tecnologia disruptiva. A grande rede de conectividade trazida pela Internet das Coisas oferece uma variedade de possibilidades e aplicações. Dispositivos, sistemas, sensores e máquinas conectados revolucionarão a forma como a sociedade produz, trabalha, se comunica. Nesse sentido, acredito que soluções de Internet das Coisas trazem uma realidade completamente diferente do que vivemos até hoje e que demanda inovação constante, principalmente por parte das empresas.

Hardware.com.br: Steve Wozniak, cofundador da Apple, disse que acredita que os desertos são os lugares ideais para a criação de cidades do futuro, regidas pela inteligência artificial, controlando as operações de transporte público, trânsito, entre outros elementos essenciais. Você concorda? 

Marcello Miguel: Não precisamos ir até o deserto adotarmos soluções de Internet das Coisas voltadas para a gestão de uma cidade. Há vários exemplos de cidades que já utilizam a IoT para o gerenciamento de suas estruturas, como no monitoramento da frota do transporte público, com informações detalhadas e precisas sobre trajeto, condição do trânsito e comportamento do motorista. Sistemas conectados também são utilizados para controle de recursos, como água e luz, além do monitoramento da segurança da cidade.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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