Nosso entrevistado da vez é o grande Alexandre Ziebert, responsável pela gerência de technical marketing da NVIDIA na América Latina, e neste bate-papo Zierbet nos conta detalhes importantes sobre alguns tecnologias da NVIDIA, o panorama atual do mercado de computadores, entre outras coisas, confira abaixo:
Hardware.com.br: Ziebert primeiramente obrigado por aceitar este bate-papo conosco, e para início de conversa, se apresente para o pessoal e conte um pouco da sua caminhada até chegar a NVIDIA, a sua passagem pela ASUS ,etc.
Alexandre Ziebert: Olá William, olá a todos. Bom, meu nome é Alexandre Ziebert, tenho 31 anos, sou gerente de technical marketing da NVIDIA para a América Latina. Eu trabalho com informática desde os 14 anos; já consertei muito computador, trabalhei com vendas, fazia reviews de produtos na época do forumpcs, depois fui chamado para trabalhar na Asus já como technical marketing e agora estou na NVIDIA, onde cuido principalmente do suporte aos reviewers.
Hardware.com.br: Com a arquitetura Maxwell a NVIDIA quebrou alguns paradigmas que sempre eram enfatizados na escolha de uma placa de vídeo, como por exemplo, a questão dos bits. Como você enxerga esse reflexo atual da arquitetura sendo soberana na visão do consumidor em relação a anos atrás?
Alexandre Ziebert: Durante muito anos buscava-se a maior performance a qualquer custo, não só em placas de vídeo, mas na indústria de PCs como um todo. Porém uma vez atingidos os limites práticos de consumo de energia e dissipação de calor, tornou-se extremamente importante criar soluções mais eficientes para continuar avançando em desempenho sem ultrapassar esses limites. A arquitetura Maxwell é um exemplo máximo dessa filosofia, pois obtém o dobro de eficiência energética (performance/watt) em relação a arquitetura Kepler, que já era a arquitetura mais eficiente do mercado e faz isso utilizando o mesmo processo de fabricação de 28nm.
Isso é mérito de uma engenharia brilhante, que busca realizar mais trabalho utilizando menos recursos, seja com um menor número de unidades de processamento com gerenciamento aprimorado; um barramento de memória, que não precisa ser muito largo graças pois conta com um excelente sistema de compressão sem perdas dos dados, entre outros detalhes de funcionamento como o GPU Boost.
Hardware.com.br: Em sua opinião como poderíamos definir o futuro dos computadores? As vendas dos “pcs de lojas de varejo” está decaindo, mas em compensação o setor gamer e alto desempenho continua crescendo. Como você avalia essa mudança ao decorrer dos anos?
Alexandre Ziebert: Há anos a NVIDIA decidiu focar no segmento gamer entusiasta, que busca a melhor experiência de jogo possível. Um público que cresce cada vez mais e por isso não somos afetados pela retração no mercado de PCs. Pois a consolidação dos notebooks, tablets e smartphones realmente diminuiu a venda de PCs básicos, que durante muito tempo eram o único meio de acesso à Internet, por exemplo. Enquanto que para tarefas pesadas, como jogos e aplicações profissionais houve um fortalecimento do mercado.
Hardware.com.br: A realidade virtual realmente é o que irá segmentar o mercado de games entre o que temos agora e o que veremos daqui em diante? Medidas como o kit de desenvolvimento GameWorks VR é o grande pilar da NVIDIA para essa caminhada?
Alexandre Ziebert: Já se tentou fazer realidade virtual muitas vezes no passado, mas a tecnologia ainda era precária e não havia experiências que dessem o apoi necessário para sua comercialização. Dessa vez não só temos tecnologia avançada o suficiente para fazer a realidade virtual funcionar como um grande interesse também por parte dos criadores de conteúdo, seja para jogos ou as chamadas “experiências interativas” que não são jogos no estilo tradicional, mas oferecem interatividade ao usuário e graças à realidade virtual também umaimersão incrível. Por sua vez, a NVIDIA trabalha para que GeForce seja a plataforma preferida para usuários e desenvolvedores de VR, oferecendo não só o desempenho necessário, mas também ferramentas para garantir seu correto funcionamento, como um menor tempo de resposta para evitar enjôo, recursos avançados para melhorar a qualidade da imagem sem perda de desempenho, entre outros.
Hardware.com.br: Como você avalia os problemas que alguns jogos tem enfrentando em relação a uma enxurrada de atrasos de lançamentos e em alguns casos problemas graves como o que está acontecendo com o Batman: Arkham Knight? A NVIDIA está trabalhando em conjunto com a Rocksteady para o ajuste do jogo, certo? Poderia nos dizer como está o andamento dessas correções.
Alexandre Ziebert: Ao contrário do que muitos pensam, o fato de cada PC ter uma configuração única, enquanto em um console todos os usuários tem exatamente o mesmo hardware; não é o maior desafio. Para contornar isso temos ajustes nos jogos para otimizar a qualidade gráfica de acordo com o nosso hardware, por exemplo. Ao meu ver o maior desafio é reproduzir fielmente o jogo em plataformas diferentes, com prazos apertados e sem contar com as ferramentas adequadas.
Pois por mais que os consoles da nova geração sejam baseados na mesma arquitetura que os PCs, eles ainda contam com sistemas operacionais “de tempo real” e APIs de baixo nível, algo que finalmente está chegando ao PC com o DirectX12. No caso do Arkham Knight, a NVIDIA enviou uma equipe de engenheiros para a Rocksteady e disponibilizou seu time de testes para ajudar a consertar o jogo. E isso não é só para lidar com a implementação de recursos GAMEWORKS, mas para afinar todo o funcionamento do jogo, como reduzir o uso de memória e melhorar o sistema de streaming de texturas para evitar que o jogo engasgue se estiver instalado em um HD lento. Faz poucos dias que saiu um patch que corrige a maior parte dos problemas e já permite jogá-lo de forma satisfatória.
Hardware.com.br: A NVIDIA vem investindo forte no Youtube, principalmente em seu canal brasileiro, com quadros bem legais como o NVIDIA Gaming, que conta com a sua contribuição no “cantinho do especialista”. Quais são as próximas novidades para o canal?
Alexandre Ziebert: Estamos bastante felizes com os resultados do NVIDIA Gaming, procuramos trazer um conteúdo interessante e o público tem gostado. Vamos seguir aprimorando o programa e queremos desenvolver outras ideias que ainda não posso comentar. 😀
Hardware.com.br: Qual a configuração atual do seu PC?
Alexandre Ziebert: Eu só comprei um PC inteiro uma vez, desde então ele vive em metamorfose ambulante. Atualmente é um Core i5 3450 com 16GB de RAM e uma GTX TITAN (da primeira), tenho 2 SSDs (um pro SO e outro para jogos), 2 HDs de 2TB e minha última aquisição foi um monitor ultra-wide (21:9) de 29 polegadas.
Hardware.com.br: Atualmente os consumidores de hardware são mais criteriosos no ato da escolha de um novo componente? Como a NVIDIA interpreta o perfil do gamer atual?
Alexandre Ziebert: O público entusiasta lê sites especializados, discute, gosta de entender detalhes de funcionamento, recursos, etc. Para esses nós só precisamos oferecer as melhores soluções, as vendas são consequência. Para quem é gamer mas não tem paciência para conhecer cada detalhe, nós buscamos simplificar as coisas, com iniciativas como o GeForce Experience, assim basta o usuário dar um click para aproveitar seu jogo da melhor forma possível. Nosso desafio agora está em atingir um público maior, que ainda não conhece o que é a NVIDIA ou os benefícios de jogar no PC. Gente que até estaria disposta a montar seu próprio PC mas ainda não sabe como, seja escolher a configuração ou encaixar os componentes; é algo em que estamos trabalhando.
Hardware.com.br: Em relação a tecnologia G-Sync da NVIDIA, muitos usuários ainda estão em dúvida em relação aos ganhos reais dessa tecnologia, poderia apresentar uma explicação rápida e direta sobre o recurso?
Alexandre Ziebert: O objetivo do G-Sync é fazer com os jogos sempre rodem lisos, independente da quantidade de quadros por segundo. Os monitores trabalham tipicamente a 60Hz, então se o jogo roda a 60 quadro por segundo, tudo funciona perfeitamente. Porém o desempenho em jogos varia, não só de jogo para jogo, mas dentro do mesmo jogo conforme a complexidade de cada cena. E com isso surgem problemas, de travadinhas ou cortes na tela. O G-Sync corrigi ambos e ainda melhora o tempo de resposta. É algo realmente mágico, se tiver a oportunidade de testar um você nunca mais vai querer usar um monitor “normal”.
Hardware.com.br: Pra encerrar gostaria que deixasse uma mensagem para nossos leitores e comentasse sobre o que eles poderão esperar da NVIDIA daqui pra frente.
Alexandre Ziebert: Gostaria de agradecer muito a todo mundo que gosta de tecnologia, que ajuda os outros a fazer suas escolhas não só com informações mas também com suas opiniões sobre os prós e contras. Nós estamos trabalhando para trazer sempre o melhor pra vocês, seja com informações interessantes, recursos exclusivos, produtos de qualidade, fáceis de encontrar e a preços competitivos. Mesmo com todas as dificuldades, o mercado brasileiro tem crescido e conquistado cada vez mais atenção por parte dos fabricantes. É muito gratificante trabalhar em um meio que não só está em constante evolução, mas também com e para gente que ama tecnologia e jogos. E tem muita coisa legal vindo por ai, vai ser divertido!
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