Os gadgets de antigamente

Quantos gadgets usamos no dia-a-dia? Embora a grande maioria se resuma a um ou dois dispositivos, o conceito vai muito mais além de um mero eletrônico: por exemplo, o nosso querido relógio de pulso está conosco por mais de um século, embora uma série de evoluções tecnológicos o tenham mudado “sutilmente”. Antes, sequer era de pulso…

Se não fosse o nosso conhecido Santos Dumond, talvez ele ainda fosse um dispositivo preso a uma correntinha, para facilitar a retirada do bolso em um momento oportuno. Entretanto, o relógio continua mantendo as suas funções atuais (além de acrescentar outras), ao passo que muitos outros gadgets novos mal se assemelham aos seus equivalentes ancestrais. Querem um exemplo? Então, dêem uma olhada neste “parente” do relógio:

A bússola, um gadget que ajudou muito a desbravar novos mundos…

Nos dias atuais, é praticamente impossível dirigir um carro sem as devidas orientações em relação à nossa localização. A vida moderna nos trouxe o GPS, um dispositivo portátil que se tornou fundamental para aqueles que necessitam estar em diversos lugares – conhecidos ou não – em um curto espaço de tempo. Antes da sua existência, tínhamos os mapas impressos! Porém, quase ninguém mais faz o uso da bússola nos dias de hoje, embora ela ainda seja empregada para outros fins, como a caça e o acampamento. Exageros da minha parte? Nem tanto.

Uma câmera fotográfica “de antigamente”…

Embora o desenvolvimento tecnológico tenha moldado radicalmente os gadgets à nossa volta, alguns deles são derivados de invenções antigas, as quais nos acompanharam durante anos à fio. E mesmo que tenham recebido bastantes modificações, muitos destes gadgets da atualidade ainda apresentam as mesmas características básicas, se comparados aos modelos de antigamente (ainda que bastante evoluídos). O principal deles é a boa e velha câmera fotográfica, que mesmo na era dos smartphones, ainda continua teimando em sobreviver.

Curta, a calculadora dos tempos antigos…

Mas de todos os gadgets de antigamente, o que mais sonho em ter é uma calculadora científica criada nos anos 50: a CURTA. Concebida por Curt Herzstark em 1948, a calculadora mecânica possibilitava realizar as 4 operações matemáticas (soma, subtração, divisão e multiplicação), graças a um engenhoso mecanismo dotado de alguns cursores móveis que… esqueçam! Operá-la era uma tarefa de tal complexidade, que a CURTA simplesmente deixou de existir à partir do momento em que as primeiras calculadoras eletrônicas entraram em cena. Ainda assim, meus olhos brilham quando vejo as suas fotos (assim como muitos engenheiros de antigamente)! 😉

Eis a HP-35, a primeira calculadora eletrônica portátil (1972).

Nem é preciso dizer que, graças ao desenvolvimento tecnológico, muitos gadgets de antigamente tiveram que dar lugar aos novos gadgets eletrônicos da atualidade. Em alguns casos, tais inventos acabaram sofrendo profundas reformulações, assumindo novas formas e concepções ainda que os seus princípios de funcionamento mantenham-se fiéis às suas ideias originais. Entretanto, não se pode dizer o mesmo dos seus processos de concepção e desenvolvimento, graças aos recursos modernos disponíveis…

Gramophone, o percursor dos micro-systems…

Naqueles tempos (refiro-me aos séculos anteriores à nossa era moderna), os inventores normalmente eram dotados de um grau de inteligência acima da média, embora alguns não contassem com boa instrução. Não raro, as suas genialidades entravam em choque com os sistemas de ensino na época, os quais obrigavam a abandonar os estudos para iniciarem livremente as suas pesquisas. Para variar, nem sempre eram providos de recursos para montarem os seus laboratórios, embora houvessem contrastes: gênios como Thomas Edison viviam trancafiados em seus laboratórios improvisados (geralmente em porões e sótãos), enquanto que outros como Nikolas Tesla eram financiados por companhias interessadas em seus inventos.

Nikolas Tesla trabalhando no seu laboratório em Springfield, Colorado (EUA).

Mas nos dias atuais, a evolução da Tecnologia e a chegada da Internet deram novos contornos aos processos de inovação e desenvolvimento. Enquanto que a Tecnologia nos oferece recursos para dar asas à nossa imaginação, a Internet trouxe-nos a possibilidade de comunicar-se com os inventores do mundo inteiro. Inclusive, existem até inventos que auxiliam na criação de outros inventos!

Dentre os inventos que mais me impressionam, estão as impressoras 3D.

Objetos que antes exigiam processos de manufatura complexos e dispensiosos, podem ser fabricados mediantes a uma simples impressão física, na qual a impressora 3D deposita camadas de material para construir o modelo adequado. Até o presente momento, estamos limitados a criar apenas protótipos de inventos, já que estas impressoras usam polímeros e outros materiais do gênero para criar o invento. Entretanto, muitas etapas que vão do processo de concepção ao desenvolvimento de protótipo, foram bastante simplificados, permitindo reduzir os custos finais.

Pequenos objetos “impressos” por uma impressora 3D.

Então, o que esperar os próximos gadgets a serem inventados? Embora exista a tendência destes trazerem inúmeras inovações tecnológicas de última geração, tenho a certeza de que não iremos ficar impressionados, se muitas destas novas invenções se basearem em ideias e projetos já existentes, como elucidamos no início deste artigo. Vou mais além: diferente dos tempos antigos, a participação dos usuários – seja na condição de consumidores ou de avaliadores – será fundamental nesta nova era dos gadgets futuristas!