Gabinetes: quem é que olha para eles?

Antigamente, lá pelos anos 90, quando eu passava em frente a uma loja de eletrônicos me encantava com a beleza dos computadores daqueles tempos, como IBM Aptiva e o Compaq Presário. Na época, os gabinete eram meras torres padrão AT: grandes, brancas e sem graça, que ficavam amareladas com passar do tempo. Então, qualquer coisa diferente daquilo, era simplesmente o máximo!

Eis, o “belo” IBM Aptiva.

Hoje em dia, parece que pouca coisa mudou. Os gabinetes ATX atuais, maiores ainda que os seus antepassados, até chegaram a melhorar um pouco o visual, adotando padrões de pinturas na cor preta e detalhes estéticos simples. Ainda assim, não são aquilo que poderíamos chamar de “interessantes”. E os empresários, que são oportunistas por natureza, aproveitaram a chance de criarem mais uma nova linha de produtos: os gabinetes personalizados.

Gabinete tipo torre padrão: simplesmente, sem graça!/p>

Por onde começar? Quem pensou em gamers, acertou!

Gamers e entusiastas por jogos são usuários que optam por usar sistemas de altíssimo desempenho, que por sua vez requer componentes que são belos consumidores de energia, que por sua vez necessitam serem refrigerados, que por sua vez… enfim, já sabem onde isso vai dar! Para esta classe de usuários, gabinetes grandes e espaçosos, capazes de suprir todos os requerimentos térmicos e acústicos, são indispensáveis.

Gabinete Asus Vento 7700, feitos para gamers.

Para estes consumidores, o mercado está abastecido de interessantes produtos, fabricados por empresas de grande renome. Além do Asus Vento 7700, um dos mais belos e sóbrios gabinetes para gamers (na minha opinião), há produtos interessantes da Chieftec, Cooler Master, Dr. Hank, Thermaltake, Vcom, entre outros. Até a Leadership tem!

Embora os gamers sejam os principais representantes do mercado de gabinetes personalizados, eles não são os únicos, pois outros grupos interessantes também existem. Aliás, já repararam que, na mesinha do atendimento de telemarketing de uma empresa qualquer, só aparecem a atendente, um monitor LCD, mouse e teclado? Se sim, então sugiro observarem mais cuidadosamente, pois certamente notarão uma interessante caixa de aparência elegante, onde o monitor é interligado diretamente. Sim, aquele é o gabinete do PC!

Dell Hybrid Studio.

Diferente dos gabinetes grandes e espaçosos disponíveis para gamers, os gabinetes feitos para escritório são menores e mais simples, embora mantenham um bom padrão de elegância e sobriedade, contrastando com o design agressivo encontrado nos gabinetes para gamers. Para variar, um universo interessante de modelos se encontram à venda, pois estes micros geralmente são máquinas básicas, voltadas exclusivamente para tarefas leves. Portanto, há mais liberdade para inovar em produtos desta categoria, visto que não há grandes exigências em projetos térmicos elaborados. Além da Dell (e seu Hybrid Studio), praticamente todos os fabricantes tradicionais de PCs possuem linhas de produtos dedicadas à gabinetes elegantes e sóbrios para escritórios.

E falando em beleza, outro universo interessante à parte está nos HTCs, os micros dedicados para serem utilizados exclusivamente como PCs multimídias, que por sua vez são aptos para rodarem filmes e reproduzirem músicas. Seus gabinetes são bastante elaborados, com perfis e dimensões voltados para o formato horizontal, lembrando bastante os antigo video-cassetes dos anos 80. Uns são sóbrios e fininhos, enquanto que outros são belos e exuberantes.

HT-5000 Mstation: se não fosse o LCD, se passaria por um DVD-player…

Estes últimos, além da aparência impecável, também disponibilizam uma série de conexões e acessórios, como também sistemas de exaustão feitos para trabalharem com o mínimo de ruído possível. Alguns chegam a apresentar como diferencial, um LCD embutido, onde muitos atuam como painéis touchscreen. Não raro, há modelos que integram uma placa-mãe, dada a necessidade de se adequarem a determinadas dimensões.

Se você acha que acabou de ver tudo o que é possível em matéria de gabinetes só por conhecer as classes, então prepare-se: o que diria se soubesse que existem modelos tão minúsculos o quanto um drive de CD? Se acha que estou exagerando, então sugiro dar uma olhada nos projetos da Via, mais precisamente a série ARTiGO: cabendo na palma da mão, imaginem quantos projetinhos interessantes poderíamos fazer com ele!

Via ARTiGO: pequeno, compacto e muito bem delineado!

Particularmente, sou fã dos gabinetes compactos, pois uma vez bem dimensionados, são maravilhosos para se trabalhar. Não gosto de manusear gabinetes do tipo torre, pois geralmente são grandes e desengonçados (embora espaçosos). Para variar, o acabamento interno não é dos melhores (à salvo os modelos mais elaborados), pois existem arestas cortantes que se tornam um risco considerável para a minha saúde e integridade. Por isto, optei por comprar um modelo slim, como o Coupden CP-501LN, distribuído aqui no Brasil pela Casemall.

Coupden CP-501LN.

Tirando a necessidade de montar os componentes numa determinada ordem, o gabinete em si é um espetáculo em termos de qualidade e acabamento, com destaque para o duto lateral de ventilação, o painel LCD para o monitoramento da temperatura e o sistema de encaixe dos drives de CDs com o uso de aparatos mecânicos, sem o uso de parafusos para fixá-lo. Mas infelizmente, o seu grande inconveniente está no preço: além de custar aproximadamente R$ 300,00, terás que adquirir a fonte, separadamente.

Felizmente, existem modelos de baixo custo e bom desempenho, como o K-Mex CM-9387. Dotado de uma fonte de potência real com 230 Watts (cuidado, pois alguns vêm com apenas 200 Watts), é mais que suficiente para a montagem de PCs desktops simples, voltado para escritórios.

K-Mex CM-9387: simples, compacto, elegante e barato.

E se porventura você – um popular técnico de manutenção e suporte do bairro – for a um cliente solicitante e não encontrar o gabinete, não se assuste: você irá encontrá-lo atrás do monitor. Não achou? Então olhe direitinho, pois este gabinete não está bem “atrás” do monitor…

Eis o belo e estonteante HP TouchSmart!

É o próprio monitor! PCs desktops “All-in-one” estão fazendo bastante sucesso, devido especialmente ao impacto visual causado pela “ausência” do gabinete, onde na prática, a carcaça do monitor “está” o próprio gabinete. Embora sejam utilizados bons processadores de baixo consumo, foi graças ao Atom que este segmento realmente ganhou força no mercado.

Ufa, por hoje é só! Até poderíamos bater um papo sobre casemods, uma belíssima arte praticada há longos tempos, em que os usuários aficionados personalizam seus desktops com os mais variados recursos: pinturas, luzes, ventoinhas, painéis de controle, placas de acrílicos, coolers, etc; mas, dada a extensão do assunto, vai ficar para a próxima ocasião. À não ser que um certo editor renomado resolva fazer uma matéria maravilhosa sobre o assunto…

E aí pessoal, ainda estão com aquela caixa acinzentada levando chutes sob a mesa? &;-D

Por Ednei Pacheco <ednei.pacheco [at] gmail.com>
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