Entrevista sobre o Kurumin

Por:
Entrevista sobre o Kurumin
Entrevista sobre o Kurumin para o Jornal “O Globo” (20/04/2004)



gdh1

1. Você acha que o esquema seguido pelo Kurumin pode ser um caminho para o Linux finalmente se firmar no desktop? Por quê?

Existem várias distribuições atingindo um bom nível de facilidade de uso, como o Mandrake e o Lycoris, ambos Europeus. O Linux pode ser mais amigável que o Windows em vários pontos, como por exemplo na instalação de programas.

A principal diferença é que a maioria dos programas no Linux são abertos, você pode baixar e instalar o software legalmente, sem custo. No Windows existe uma oferta muito grande de programas, mas os bons títulos são caros, o que faz com que a única solução para a maioria seja piratear. Para complicar, a maioria dos programas gratuítos vêm com spywares, propagandas, etc. o que não acontece no Linux.

Outro ponto é a instalação. Muitas distribuições Linux são difíceis de instalar, mas isto não é uma regra. O sistema inclui drivers para mais dispositivos, isso permite que quase tudo seja detectado automaticamente durante a instalação. No Windows você precisa ir no site do fabricante de cada placa em busca de um driver atualizado.

O Kurumin simplesmente aproveita estes pontos fortes, ao mesmo tempo em que tenta minimizar os pontos fracos, criando uma interface familiar, facilitando a instalação do sistema e de novos programas, incluindo assistentes para as tarefas mais comuns, sem falar da possibilidade de rodar o sistema diretamente do CD-ROM, sem alterar o que já está instalado no micro.

Você pode rodar o Windows (e qualquer programa para ele) dentro de uma janela, através do VMware e estou trabalhando em facilitar a instalação de programas através do Wine, que é um programa que permite rodar programas do Windows diretamente no Linux.

2. Nunca pensou em botar o Kurumin numa caixinha, para atingir também a galera fora da rede? O suporte comunitário via rede é mesmo a melhor saída, como você aponta, ou há casos em que você interfere pessoalmente?

As caixinhas não são um bom sistema de distribuição, pois demora muito para chegarem até os canais de distribuição e mais vários meses até serem vendidas.

A melhor forma de distribuição no caso do Kurumin é a própria Intenret, já que você pode baixar sempre a versão mais recente e tirar cópias para os amigos, já que o sistema é livre. Outro canla importante são as revistas, vira e mexe sai alguma edição especial com a última versão do Kurumin. Ao contrário das caixinhas as revistas têm uma distribuição mais dinâmica, são feitas para esgotarem antes do final do mês.

3. Quanto tempo levou para criar a primeira versão? Fale um pouco do que passou por sua cabeça ao criá-lo. Você diz no site que inicialmente era para resolver um problema pessoal numa entrevista… Que problema era esse? Hoje, quanto tempo leva entre uma versão e outra, em média?

Desde a versão 2.0 eu tenho mantido uma média de uma nova versão a cada mês. A idéia é manter um sistema dinâmico, onde você reporta um problema ou sugere um novo recurso no fórum e logo sai uma nova versão com tudo corrigido. Um dos motivos do Kurumin ser pequeno, sempre menos de 200 MB é justamente permitir que as pessoas realmente baixem as novas versões sempre que precisarem de alguma correção ou novo recurso incluído.

A primeira versão saiu em 14/01/2003, foi mais um esboço que fiz aproveitando a última semana do ano. Usei esta versão no CD-ROM do Guia do Hardware, que vendemos no site. Ele é uma espécie de biblioteca digital, com as matérias do site e vários livros. O Kurumin server (até hoje) como um sistema de boot para este CD, permitindo que você use o próprio CD para visualizar o conteúdo do CD quando o Windows “der pau” e você precisar pesquisar uma solução.

4. Vale mais a pena instalar o Kurumin primeiro ou é melhor partir para o Kacique?

O Kacique é uma personalização do Kurumin com mais programas pré-instalados. É feito pensando em quem precisa de suporte a Java ou do OpenOffice funcionando diretamente a partir do CD por exemplo.

Os mesmos programas podem ser instalados através dos ícones mágicos depois de instalar o Kurumin no micro, no final o resultado vai ser o mesmo. O Kacique é apenas uma comodidade.

5. Para que casos o Kokar (os pacotes de atualização) é mais indicado?

O Kokar é um CD que contém os arquivos de instalação dos programas instaláveis através dos ícones mágicos. Ele permite que você instale estes programas adicionais sem precisar baixar tudo da Internet. É uma opção útil para quem não tem banda larga por exemplo.

O Kurumin tem uma função para gerar um CD do Kokar usando os programas que você já instalou. Isso permite que você mesmo faça um CD do Kokar com os arquivos de instalação dos programas que use.

Imagine que por exemplo você não tenha internet em casa, mas tenha acesso rápido na empresa (onde eles te deixam gravar um CD se você levar a mídia). Você pode baixar os programas na hora do almoço, gravar o CD e depois instalar em casa.

6. No site há pacotes de outros sabores de Linux, como Mandrake, Slackware, Debian e mesmo do Knoppix. Você tem preferência por algum além do Kurumin? Por quê?

O Mandrake é uma distribuição madura, não é tão fácil de usar quanto o Kurumin mas oferece muitos recursos e pode ser usado tanto em micros domésticos quanto em servidores. Ele é desenvolvido por uma comunidade muito grande.

O Slackware é bom como uma distribuição de aprendizado. Ele não faz quase nada automáticamente, o que te obriga a estudar e conhecer o sistema mais a fundo. Não serve para todo mundo, mas é uma boa opção para quem tem tempo para estudar.

O Debian e o Knoppix são os “pais” do Kurumin. Até hoje eu uso os pacotes (arquivos de instalação dos programas) do Debian e o sistema de configuração automática do Knoppix. Você pode pensar no Kurumin como uma versão extremamente personalizada e facilitada do Debian, que combina a robustez do sistema original com facilidade de uso.

7. Quais os aplicativos open-source você considera top de linha hoje, em áreas como office, música, vídeo, jogos e outras?

Todos estes programas que vou citar podem ser instalados no Kurumin através dos íscones mágicos, é só clicar no ícone correspondente que um assistente irá baixar, instalar e configurar o programa. Depois que o download é concluído ele simplesmente “aparece” feliz e contente na tela, daí o nome “ícones mágicos”.

Office: O OpenOffice é a melhor opção, concorre diretamente com o Office da Microsoft. Como ele é atualizado mais frequentemente, recebe correções e melhorias num ritmo muito acelerado. Ele já está à frente em várias áreas, oferece por exemplo um recurso de salvar qualquer documento como um arquivo PDF, um formato ideal para mandar por e-mail ou publicar na Web por exemplo.

Ele tem uma compatibilidade muito boa com os arquivos do Office, tanto para abrir quanto para salvar e não tem problemas com vírus de macro.

Para imagens o Gimp é o carro chefe. Ele concorre com o Photoshop em várias áreas, mas não é uma opção imediata pois tem uma interface bem diferente. Ele não permite que alguém saia do Photoshop e comece de imediato a fazer as mesmas coisas (como no caso do OpenOffice), é preciso um certo período de aprendizado. Mas, você pode rodar o próprio Photoshop através do VMware ou Wine em casos de real necessidade.

Para audio eu gosto muito do Audacity, ele tem alguns recursos interessantes e uma interface muito fácil de usar. Ideal para quem não é músico mas mesmo assim quer brincar um pouco 🙂 Se for só para ouvir MP3 temos o XMMS e o Rhythinbox, ambos muito bons, enquanto para vídeo temos o Mplayer, Xine e Kaffeine, todos com seus usuários fiéis.

Existem muitos jogos que rodam nativamente no Linux, como o Unreal (2003 e 2004) e toda a série Quake e muitos que rodam através do WineX, como o Counter Strike, Diablo II entre muitos outros. Existe uma sala no fórum do Kurumin destinada a dicas para quem quer jogar no Kurumin: https://www.hardware.com.br/forum/

8. Que novidades você considera mais importantes na atual versão (2.22) e o que mais vem por aí nas próximas?

O Kurumin é um trabalho incremental, cada nova versão vem com um certo conjunto de atualizações e novos recursos. Algumas pessoas reclamam que o menu iniciar tem muitas opções, mas a idéia é justamente que o sistema possa ser útil para o maior número possível de pessoas e para isso é necessário incluir muitos recursos.

O Kurumin vem com os programas mais usados pré instalados e você pode instalar outros simplesmente clicando nos ícones mágicos.

Algumas funções adicionadas recentemente que eu acho interessantes são por exemplo o Clica-aki, que é um painel de controle que facilita acesso às (mais de 500, fui contando quando estava fazendo) funções do sistema, uma melhor compatibilidade com programas do Windows através do Wine, melhor suporte a placas 3D, incluindo drivers para placas da nVidia, Ati, Intel e Voodoo, compatibilidade com vários jogos do Windows (além dos que rodam nativamente) através do WineX, a grande quantidade de programas disponíveis através dos ícones mágicos e a forma como o sistema está se tornando mais robusto, com menos problemas a cada versão.

A próxima grande atualização será o Kurumin 3.0, ele virá com suporte a mais dispositivos graças à uma atualização do Kernel e muitas melhorias espalhadas pelo sistema graças à atualização do KDE. Ele já tem até um corretor ortográfico em Português do Brasil incluído no Navegador (Konqueror), para quando você posta uma mensagem num blog ou fórum por exemplo. E, claro, as várias correções de sempre, novos ícones mágicos e muito mais.

Atualização:

Esta entrevista teve uma certa repercussão e recebeu uma resposta “oficial” do Eduardo Campos, um dos “altos macaquinhos” (expressão inventada pelo Eric Raymond 😉 da Microsoft no Brasil. Isto me lembrou uma frase famosa de Gandhi: “Primeiro eles te ignoram, depois riem e você, depois resolvem lutar e então você vence”.

Já passou o tempo em que o Steve Balmer dizia publicamente “O que é Linux? Nunca ouvi falar…” ou que tentavam ridicularizar o uso do sistema dizendo que ele era um brinquedo ou que era baseado em tecnologias ultrapassadas. O fato de resolverem encarar o problema de frente só mostra o quanto já estão se sentindo incomodados.

Notícia no O Globo 10/05/2004

Windows versus Linux: o debate que não terminou

André Machado

O debate Linux versus Windows continua. Em resposta à reportagem de semana passada sobre o Kurumin Linux, Eduardo Campos, gerente de estratégia de mercado da Microsoft, ligou para o Info Etc e contestou algumas afirmações do desenvolvedor Carlos Morimoto comparando pingüins e janelas.

” Minha intenção não é criticar o Kurumin, uma solução interessante, nem seu mantenedor, diz. Mas ele afirma que o Linux teria mais vantagens que Windows em drivers de dispositivos. Não vejo evidência disso. Nós certificamos o Windows para mais de 12 mil dispositivos diferentes, incluindo mouses, teclados, monitores… Há um certificado digital associado ao driver, mostrando que ele foi testado e aprovado para o sistema. Na prática, observo que acontece exatamente o contrário: no Linux é que as pessoas têm de ir atrás do driver, na web ou nos fabricantes.”

Campos frisa que a atualização do Windows hoje pode ser feita automaticamente pela internet e é bem mais fácil que a do Linux, não necessitando de recompilações de kernel. E aponta que o Windows também conta com softwares gratuitos, enquanto que, especialmente no lado corporativo, há soluções Linux que saem caras.

“Por fim, vejo recursos como Wine e VMware como grandes tentativas de tornar o Linux mais compatível com Windows. Onde está a inovação aí? SERVIÇO: Para quem quiser comparar: o Kurumin é baixável gratuitamente em . O Windows XP full custa R$ 680 e está disponível em várias revendas. Veja .

Vamos então aos contra-argumentos.

Sobre o suporte a dispositivos: Os drivers de dispositivos não são desenvolvidos pela Microsoft mas sim pelos fabricantes de hardware. A Microsoft apenas testa os drivers, o “certificado” neste caso é simplesmente um reconhecimento de que o driver funciona. Isto não garante que ele seja completamente estável ou que não tenha bugs, isso é responsabilidade do fabricante.

A maioria dos drivers incluídos no Kernel do Linux são desenvolvidos pela própria comunidade, na maioria dos casos sem suporte ou apoio direto do fabricante. Isto mostra uma grande capacidade de adaptação, pois mesmo dispositivos incomuns ou cujo fabricante não exista mais acabam sendo suportados por algum indivíduo ou empresa interessado em usá-los.

Podemos classificar os fabricantes em três categorias neste caso: Verde (que inclui fabricantes como a nVidia e a Ati, que divulgam as especificações necessárias para o desenvolvimento de drivers por parte da comunidade ou desenvolvem drivers próprios de boa qualidade), Cinza (fabricantes que apenas divulgam especificações ou desenvolvem drivers proprietários de qualidade não tão boa, como no caso da maioria dos softmodems) e Negra (fabricantes “hostis” como a SiS e a US Robotics (no caso dos Winmodems), que não desenvolvem drivers nem divulgam detalhes técnicos sobre seus produtos).

Dar suporte para a sua plataforma preferida é uma questão de respeito por parte do fabricante. Se você tem interesse em utilizar o Linux e ele literalmente “mostra o dedo”, negando suporte à plataforma, o melhor a fazer é “mostrar o dedo” pra ele também na hora de fazer sua próxima compra.

Existe um grande interesse, não apenas meu, mas por parte da counidade em dar suporte à maior quantidade de periféricos possível no Kurumin, incluindo ou oferecendo scripts automatizados de instalação não apenas para os dispositivos incluídos no Kernel, mas também para softmodems e outros onde exista algum tipo de driver disponível.

Mesmo assim (voltando ao tema inicial), existem vários problemas com relação a dispositivos que deixam de ser suportados em novas versões do Windows. Quase todo mundo que acompanhou a evulução da informática nos últimos anos e passou por várias versões do Windows tem algum scanner, impressora, modem ou outro periférico qualquer que funcionava no Windows 3.11 ou 95 mas não funciona nas versões atuais do sistema por falta de drivers. O conselho geral é fazer uma pesquisa rápida antes de comprar qualquer componente, para ter certeza que ele é suportado. Isso não vale apenas para o Linux, mas também para as versões recentes do Windows que são incompatíveis com vários componentes

Sobre as atualizaçoes: As atualizações do Windows disponíveis via Windows update se limitam a oferecer correções de segurança e atualizações gerais. Não é possível atualizar do Windows 98 para o XP por exemplo. Para atualizar de uma versão do Windows para outra é necessário comprar a nova versão e passar pelo procedimento normal de instalação ou atualização.

No caso do Windows não existe separação dos dados usados pelos aplicativos num diretório centralizado (como o /home no Linux), cada programa guarda suas configurações e arquivos em uma localização própria, o que dificulta as reinstalações do sistema, onde o usuário acaba tendo que passar várias horas caçando e copiando os arquivos e configuração de cada programa de forma a não perder seus dados. Não existe a possibilidade de manter o /home numa partição separada e reinstalar o sistema com a certeza de que seus arquivos pessoais estarão lá e serão utilizados automaticamente.

A expressão “não é necessário recompilar o Kernel” mostra que o representante não entende do procedimento de atualização das distribuições atuais. Não existe praticamente nenhuma situação onde o usuário final precisa recompilar o Kernel, quem faz isso são os geeks, que gostam de fuçar no sistema e entender como as coisas funcionam. Esta é mais uma possibilidade oferecidada pelo sistema: se tiver curiosidade você pode ver o código, entender como as coisas funcionam por baixo dos panos. Por outro lado, não tenho nitícias de alguém que tenha recompilado o Kernel no Windows XP.

O Kernel é algo mais ou menos invisível no sistema, ele faz parte das distribuições e está lá fazendo o trabalho dele, mas você não precisa se preocupar com isso, pois o que você vê são os programas rodando. Ao atualizar para uma versão mais recente da distribuição você atualiza junto o Kernel. Se por acaso for disponibilidado um pacote com alguma atualização importante, será um pacote já compilado, que instalará os arquivos necessários e configurará o gerenciador de boot para oferecer a opção de usar o novo Kernel na hora do boot.

Coloquei um ícone mágico no Kurumin 3.0 preview 3 para quem quer experimentar o Kernel 2.6, que funciona desta forma, um procedimento automatizado.

“Por fim, vejo recursos como Wine e VMware como grandes tentativas de tornar o Linux mais compatível com Windows. Onde está a inovação aí?”

Nesta parte eu concordo. Não existe nenhuma inovação em dar suporte a aplicativos do Windows, pois toda a inovação já foi feita pelos programadores que escreveram os aplicativos. Dar suporte a estes aplicativos apenas mostra preocupação em aproveitar a grande quantidade de programas que já existem, permitindo juntar “o melhor dos dois mundos”, executando aplicativos for Linux lado a lado com os aplicativos for Windows que não possuam bons substitutos, juntando os pontos fortes das duas plataformas. Por outro lado, não tenho informações sobre nenhum projeto da Microsoft para permitir o uso de aplicativos for Linux no Windows.

Assim como no caso dos drivers de dispositivos, o desenvolvimento dos aplicativos for Windows é feito por várias empresas, não pela Microsoft. Empresas como a Adobe, Corel, etc. lançam seus aplicativos em versão Windows simplesmente por que ele é a plataforma usada pela maioria dos usuários. Poderiam escrever aplicativos para Linux ou qualquer outro sistema que estivesse na posição ocupada pelo Windows atualmente.

O Windows em sí é apenas uma base para o uso destes programas. O usuário final não está preocupado com o Windows, está preocupado em rodar seus programas favoritos. Isto é tão evidente que a maior parte dos usuários ainda usa o Windows 98 ou ME e não o XP que é a versão mais recente e possui muitas melhorias. O Windows 98 é suficiente para rodar os programas então eles estão satisfeitos. A versão do sistema operacional não é importante.

Por outro lado, quando o micro pega vírus, um worm consegue infectar o sistema apenas por este estar conectado à internet, um travamento do sistema coloca a perder o trabalho de várias horas, etc. o usuário nota, range os dentes e ofende mentalmente as mães e avós dos responsáveis por ele… 😉


Entrevista sobre o Kurumin para o Jornal “O Estado de Minas” (02/02/2004)

Quando e por que você começou a desenvolver o Kurumin?

Eu comecei a trabalhar no final de Dezembro de 2002 e lancei a primeira versão de testes dia 14/01/2003, já faz um pouco mais de um ano :-). O objetivo inicial era criar um sistema operacional pequeno e fácil de usar, que pudesse ser incluído no CD-ROM do Guia do Hardware.

Este é um CD com os meus livros em formato digital e uma cópia off-line de todo o site. A idéia era incluir o Kurumin no CD, de forma que você pudesse pesquisar no conteúdo do CD mesmo quando o Windows desse pau e o PC não inicializasse mais.

Apesar do objetivo inicial ser modesto, apenas resolver um problema pessoal, logo o Kurumin começou a incorporar mais e mais recursos e a chamar a atenção de cada vez mais pessoas.

Por que ele se baseia numa distribuição Alemã e não numa Brasileira?

Uma das coisas interessantes do Linux é que o sistema é desenvolvido por uma comunidade mundial. Todo mundo tem acesso ao código fonte e às mesmas ferramentas, é algo bem democratizado. Não faz muito sentido se limitar apenas aos projetos Brasileiros, boas idéias surgem em todo lugar e no open-source você é livre para aproveitá-las.

Além disso, se já existisse uma distribuição Brasileira com o mesmo foco, não faria sentido reinventar a roda desenvolvendo o Kurumin. Ele surgiu justamente para preencher esta lacuna.

Como ele funciona? Eu posso instalar num computador com sistema operacional Windows, numa partição?

Você pode ler a página de apresentação e o manual mesmo a partir do Windows, basta abrir o arquivo index.html que está dentro do CD. Alí você vai encontrar instruções de como configurar o PC para inicializar através do CD-ROM (caso necessário) ou criar um disquete de boot, além de conhecer mais sobre o Sistema.

Depois é só deixar o CD no drive, ele vai começar detectando os componentes da máquina e depois inicializar direto no KDE, a interface padrão do sistema. Os menus estão organizados de forma a facilitar ao máximo o uso do sistema. Se você se conecta na Internet via ADSL por exemplo, clique no K > Internet > Conectar na Internet > ADSL/PPPoE. Aproveite para brincar um pouco e conhecer os programas incluídos.

O Kurumin roda diretamente a partir do CD, então você não precisa ter medo de quebrar nada. Qualquer coisa, basta reiniciar o micro e ele vai voltar exatamente do jeito que estava. Se resolver voltar pro Windows, é so tirar o CD do drive.

Se você gostar e resolver instalar o Kurumin no HD, clique no K > Configuração do Sistema > Instalar Kurumin no HD. Durante a instalação você terá a opção de usar o Qtparted para redimensionar a partição do Windows e criar uma nova partição para o Kurumin. Você pode também usar outro particionador com que tenha mais familiaridade, como o Partition Magic. Mais adiante, responda “sim” quando o instalador perguntar se você deseja revisar as configurações do gerenciador de boot: ele vai abrir uma janela de instruções, onde você só precisa apontar o drive onde o Windows está instalado.

Fazendo isso os dois sistemas vão ficar instalados em dual boot e você poderá escolher qual usar cada vez que ligar o micro.

Onde é encontrado (em CD ou por download)?

O Kurumin é distribuído sob a licença GPL, isto significa que além de ser gratuito, você pode modificar o sistema e usá-lo como base para a criação de novas soluções. Você pode baixar o ISO (o arquivo que pode ser gravado no CD) no http://kurumin.org/

Se você preferir, você pode comprar um mini-CD já gravado por R$ 10 no: https://www.hardware.com.br/

Existem outras pessoas que vendem CDs gravados do Kurumin, pode até ser que o seu vizinho tenha o CD e possa lhe dar uma cópia 🙂 Outras pessoas fornecem suporte e outros serviços, o que ajuda a gerar empregos. Você também é bem vindo para postar suas dúvidas e contribuições no https://www.hardware.com.br/forum


Entrevista sobre o Kurumin com perguntas postadas no fórum (09/06/2003)

O que te levou a criar o kurumim? Suas motivações pessoais. (FrecoRulez)

No início eu queria desenvolver um sistema de boot para o CD-ROM do Guia do Hardware, para que fosse possível visualizar o conteúdo do CD mesmo numa máquina sem sistema operacional. O CD tem basicamente um monte de páginas em html com as matérias do site e arquivos em PDF com os meus e-books, pensei que não seria difícil fazer uma personalização do Knoppix com menos de 200 MB para caber no CD-ROM. O sistema deveria ser capaz de detectar o Hardware da máquina, configurar o X automaticamente e ser fácil de usar, para que mesmo uma pessoa que nunca tivesse ouvido falar em Linux conseguisse navegar pelo conteúdo do CD sem dificuldades.

Resolvi chamar esse projeto de Kurumin, escrevendo “Curumim” com o K do KDE. O nome não tinha nenhum motivo em especial, só achei que ficaria legal por dar a entender que é algo pequeno.

Mas, fiz a “besteira” de colocar uma noticia no site, em poucos dias comecei a receber um monte de e-mails e outras pessoas começaram a distribuir o arquivo. Não dava mais pra voltar atrás.

Qual o público usuário alvo no início da criação do Kurumin? Os objetivos continuam sendo os mesmos do início do projeto?
(py3vhq)

De certa forma sim. Desde o início o objetivo era fazer um sistema fácil de usar. O que aconteceu foi um grande aumento do número de recursos. De início o objetivo era só dar boot e abrir algumas páginas em html, depois as metas passaram a ser dar um bom suporte a plug-ins, audio e vídeo. Em seguida veio a preocupação com o suporte a softmodems, tão negligenciado em outras distribuições, o suporte a aplicativos como o VMware, games 3D, um melhor suporte a impressão, mais aplicativos instaláveis através de ícones mágicos, servidores… Isso tudo sem abandonar a idéia de manter o pacote básico com menos de 200 MB.

Não se trata de apenas testar para ver se os programas funcionam ou não no Kurumin mas de desenvolver scripts de instalação que cuidem das tarefas mecânicas como baixar o arquivo, alterar arquivos de configuração, etc. exigindo a intervenção do usuário só quando realmente é necessário; desenvolver documentação e assim por diante.

Coisas como instalar programas, ou mesmo configurar pequenos servidores não precisam ser necessariamente complicadas. Veja o caso do script para instalar o Kazaa dentro do Wine. A receita original é bem extensa inclui procurar vários arquivos, editar o arquivo de configuração do Wine, etc. Mas, a tarefa é basicamente mecânica, você simplesmente precisa ir encaixando as coisas nos lugares certos, o que pode ser feito quase que automaticamente pelo programa.

Ultimamente os objetivos andam ficando mais ambiciosos, se você atualizar os scripts de instalação (com o Kurumin instalado no HD) vai notar um ícone “Instalar Kurumin Terminal Server”, que é um script que tenta automatizar e facilitar a instalação do LTSP, algo que é tido como “difícil”, “avançado”. Mas, assim como no caso do Kazaa, é só ir encaixando as coisas nos lugares certos, a maior parte do trabalho pode ser feita pelo script de instalação. A idéia é que mesmo uma pessoa que clique no ícone por acaso, sem ter a mínima ideia do que se trata seja capaz de colocar o servidor de terminais para funcionar só por ir acompanhando as instruções.

O que levou você a divulgar o Kurumin sendo ele de imediato seu projeto pessoal? Passou pela sua cabeca que um dia o Kurumin teria tanta repercussao nacionalmente?

Quando você cria alguma coisa nova o primeiro impulso é sair mostrando pra todo mundo, afinal isso faz com que você receba comentários sobre o projeto, conheça as dificuldades dos outros em utilizá-lo num ambiente real e comece a receber contribuições (principalmente do Flavio Moreira… :). Claro, não imaginava que muitas pessoas iriam se interessar pelo korninho, só queria algum lugar para colocar em prática algumas idéias que tinha na cabeça.

Alguns softwares possuem restrições legais que proíbem a distribuição em CD, a exemplo o DVDCSS e o Flash Player, como o Kurumin trabalha estes casos de forma a tornar a vida do usuario inicante mais facil? (cabelo)

Na verdade nenhum destes dois programas possuem “restrições legais”, o DVDCSS é considerado ilegal nos Estados Unidos como uma consequencia do DMCA (que não tem validade no Brasil ou em qualquer lugar fora dos Estados Unidos), mas isso não significa muita coisa, pois esta é uma leia tão obscura que muita coisa que é utilizada hoje em dia pode ser incluído na mesma categoria. A decisão favorável no julgamento do Jon Johansen corobora isso, o juri chegou a conclusão de que não existe nada de ilegal em quebrar a proteção de um DVD que você comprou legalmente e ponto final. Você tem direito de assistí-lo aonde bem entender.

No caso do Flash é fácil, eles está disponível para download, basta que o próprio usuário baixe e instale o arquivo. Naturalmente isso não precisa ser feito manualmente, ele pode ser ajudado por um script que faça isso automaticamente, mas de qualquer forma é ele quem dá a partida. Outros softwares podem ser incluídos da mesma forma: eu não hospedo o arquivo, eu não faço download do arquivo. Mas, se você quiser instalá-lo, quem sou eu para impedir… 🙂

Como você acha que os usuários que gostarem do linux (mesmo os iniciantes) podem ajudar com o desenvolvimento de distribuições como o Kurumin por exemplo? Algumas distribuições, como o proprio kurumin e o Mandrake chegaram em um nível de facilidade muito parecido com o do Windows, o que você acha que falta, se é que pra você falta alguma coisa, para que o Linux venha a se consolidar como um SO para desktops tambem? (Rodrigo)

Acho que o primeiro passo é ir dando dicas nos fóruns e ir incentivando e ajudando os amigos. Você pode começar a escrever algumas dicas com os problemas que você enfrentou mas conseguiu resolver ou simplesmente ir reunindo material que for encontrando pela Net.

Isso é na minha opinião o que falta para que o Linux chegue a mais usuários. O Windows 98 é facil em alguns pontos, mas em outros é extremamente complicado: trava muito, precisa ser reinstalado com frequência, existem muitos vírus, a maioria dos programas são comerciais o que obriga os usuáros a ir atrás de cracks e outras coisas obscuras e assim por diante. Mas, apesar de tudo isso, a maioria ainda o usa, simplesmente por que é fácil encontrar alguém que possa ajudar com os seus problemas, o camelô da Santa Efigênia tem um CD pirata com aquele programa que você queria, o seu primo pode dar uma ajuda quando você precisa reinstalar o sistema, etc.

Como menos gente utiliza o Linux é mais difícil obter esse tipo de suporte informal, o que dificulta muito as coisas. É por isso que os iniciantes acabam quebrando tanto a cabeça com coisas simples. Se existisse alguém por perto que já conhecesse as soluções para os problemas seria muito mais fácil.

Isso vai melhorar com o tempo sem dúvida, mais gente vai começar a usar o sistema e com isso essa rede de suporte informal vai ser formar naturalmente. Mas, você não precisa esperar, pode fazer acontecer agora.

Quais as consequencias do lançamento de PC’s com o Kurumin+Kokar pré instalados? Como se efetua acordos desse tipo entre mantenedores de distribuições e distribuidores?
(Rodrigo)

Não existe necessidade de fazer nenhum tipo de acordo, basta baixar o ISO e começar a instalar nos micros, não existem restrições. Você pode incluir mais programas, colocar um papel de parede com o logo da empresa, etc.

Existe uma tendência natual de colaboração entre algumas empresas e os mantenedores dos projetos e distribuições de uma forma que pode ser benéfica para os dois lados. Se você faz um conjunto de modificações para melhorar a usabilidade da distribuição por exemplo, é mais interessante que elas já venham incluídas nas próximas versões, de modo que você não tenha o trabalho de ficar readaptando cada nova versão que sair. Para isso você faz contato com o mantenedor e envia um pacote com as suas alterações.

Uma dúvida que não quer calar: Em caso de duvidas ou problemas como obter suporte?

Depende do tipo de suporte que você deseja 🙂 Se você quer alguém no local e está disposto a pagar por isso, pode falar diretamente comigo… hehe. Se você quer algum lugar para tirar suas dúvidas, pode utilizar o fórum onde existe muita gente disposta a ajudar. Mesmo em outras listas e fóruns já existe bastante gente que conhece o Kurumin e pode ajudar.

Este tipo de suporte comunitário é o que funciona melhor na minha opinião, pois pouca gente pode pagar por algum tipo de suporte comercial. Veja quanto custam os planos de suporte da IBM ou da Sun por exemplo. Não a Microsoft não dá suporte para o Windows, experimente ligar pra lá e dizer que está usando uma cópia OEM que veio pré-instalada no seu computador.

Uma das maiores vantagens do Linux em relação aos outros sistemas operacionais é a segurança, em todos os sentidos. A idéia principal do Knoppix e do Kurumim é facilitar a vida do usuário, mesmo que para isso tenha que abrir mão de certos aspectos de segurança. Com o crescimento do Kurumim será necessária uma maior atenção com a segurança ou você acredita que torná-lo mais seguro significa complicar a vida do simples usuário? (segurança vs. facilidade de uso) (LZwill)

Você pode melhorar a segurança sem complicar a vida de quem vai usar só até um certo ponto. O elo mais fraco da cadeia sempre é o próprio usuário, que executa qualquer coisa que chega por e-mail, usa senhas fáceis, etc.

Atualmente ainda não existem vírus perigosos para Linux, então você pode ter uma segurança satisfatória (para um desktop) simplesmente usando um firewall de bloqueio simples que feche todas as portas do seu micro. Assim ninguém conseguirá se logar na sua máquina via SSH (mesmo que a sua senha de root seja 12345) nem explorar uma brecha de segurança em algum servidor que esquecer rodando. No menu de Configuração do Sistema já existe um ícone para atiavar o firewall.

Naturalmente alguém poderia mandar algum programinha por e-mail e tentar convencê-lo a executá-lo, sempre voltamos ao mesmo ponto. Segurança passa por educação, por habitos seguros. Não adianta tentar complicar o sistema tentando torná-lo “seguro” se o usuário vai achar tudo muito complicado a ponto de preferir continuar usando o Windows 98.

As configurações default do NetBSD são extremamente seguras, tão seguras que por default você não abre o X nem como root. Mas, quantas pessoas você conhece que utilizam o NetBSD? Quantas destas usam num desktop?

Você acredita que, a curto ou médio prazo, os programas GPL teriam condições de competir em pé de igualdade com os comerciais na área de edição gráfica, editoração eletrônica e edição de audio e vídeo?
(mapinguarí)

Já existem programas muito bons nessas áreas. Filmes como o Final Fantasy não são maos feitos em estações Sun, mas em clusters rodando Linux e, na grande maioria dos casos, ferramentas opensource. Mas, é importante entender que o desenvolvimento de programas open source funciona de uma forma diferente dos programas comerciais.

Programas comercais podem sobreviver com uma base relativamente pequena de usuários, desde que estes estejam dispositos a pagar bem pelo trabalho. Se você desenvolveu um programa que custou US$ 2.000.000, não faz muita diferença vender 100.000 cópias a US$ 50 ou vender 1000 cópias a US$ 5.000.

Os programas open source são geralmente desenvolvidos de forma cooperativa, de modo que eles podem sobreviver se existir uma grande comunidade e uma grande base de usuários (como no OpenOffice ou no Mozilla) ou existir uma pequena base de usuários especializados, que possuem um grande interesse no programa e por isso contribuem muito (como no caso do FilmGimp).

Quanto mais especializado e complexo é o programa (AutoCAD por exemplo) menor é a possibilidade de surgir um concorrente opensource bem sucedido. Em muitos casos o bom e velho capitalismo funciona melhor.

O que pode acontecer nesses casos é as empresas passarem a desenvolver utilizando ferramentas que permitem gerar executáveis para várias plataformas sem muitas alterações no código fonte como o Qt, por exemplo. A Adobe por exemplo está trabalhando com ele o que abre a possibilidade deles virem a lançar versões Linux de alguns de seus produtos no futuro. É tudo uma questão de existir ou não demanda.

Qual foi a principal mudança entre a primeira versão do Kurumin e o atual? O que mais se destaca durante este período?

Acho que não existe uma única grande melhoria, mas um conjunto de pequenas melhoras, principalmente na inclusão de mais e mais ícones mágicos e mais documentação sobre estes programas. Lembre-se que eu não sou um programador, mas sim um escritor e professor. Meu principal interesse é criar formas de facilitar a instalação e configuração dos programas e explicar como eles podem ser usados. Você pode notar que quase sempre junto com um novo ícone mágico eu escrevo um artigo ou tutorial sobre o programa para colocar no site.

Mas, no geral, a idéia continua sendo fazer um sistema de 200 MB ou menos com os aplicativos mais usados para rodar direto do CD e a opção de instalar mais coisas posteriormente através dos ícones mágicos.

Se o windows tivesse o código aberto e fosse distribuido sob licença GPL, você acredita que o linux continuaria crescendo no mercado como nos últimos anos? (mapinguarí)

Olha, esta sua pergunta não passa de uma forma de masturbação mental, pois não existe possibilidade disto ocorrer. No máximo o Windows poderia passar a ser distribuído a um curso mais baixo, ou quem sabe gratuitamente, caso a Microsoft percebesse que isso seria necessário para manter as vendas de produtos mais caros como o Office.

Mas, ok, exerceitando nossa imaginação a ponto de considerar que isso realmente poderia ocorrer, poderíamos imaginar algumas coisas interessantes. Em primeiro lugar, ao ter acesso ao código fonte do sistema (sem ter que assinar um NDA), projetos como o Wine e o Samba evoluíriam muito mais rapidamente. Em pouco tempo você poderia rodar todo tipo de aplicativos Windows no Linux.

Do outro lado, muita gente passaria a trabalhar sobre o código do Windows, corrigindo os problemas de segurança e adicinando novas funções à API, projetos como o Cygwin também poderia florecer, a ponto de você também poder rodar os aplicativos do Linux no Windows. Sem dúvida seria interessante para os usuários, mas não para a Microsoft que perderia o controle sobre seu próprio sistema.

Um usuário leigo (que usa o PC em um ambiente doméstico) geralmente usa um único (mais famoso) programa para suas atividades diárias (navegar, ler e-mails, ouvir música, ver filmes e abrir/criar documentos .doc e .ppt). neste terreno o Kurumin já teria condições de disputar o mercado Brasileiro, ampliando o domínio abitual do linux (servidores e em menor escala programação). Mas, os profissionais da área gráfica sentem falta de bons programas, além do Gimp, para fazer frente ao Flash da Macromedia, After Effects da Adobe, Quarkexpress e tantos outros que reinam atualmente.

Você já deve ter ouvido que 90% dos usuários usam 10% dos recursos dos programas. O número de pessoas que realmente utiliza programas especializados como os que você citou é muito pequeno, em muitos casos usuários avançados que também encontram muitas vantagens no Linux e muitas vezes usam os dois sistemas em dual boot ou usam dois micros.

Honestamente, eu penso que a idéia de simplesmente “abandonar o Windows” é estúpida, existem muitos programas para a plataforma. Se você já tem uma licença do Windows ou é apenas um usuário doméstico não existe nenhum motivo para não mantê-lo em dual boot ou dentro de uma máquina virtual do VMware por exemplo. Quando você precisar de algum programa que não roda através do Wine ele estará lá disponível.

Muita tem tendência a ver times de futebol, sistemas operacionais, ou qualquer outra coisa como uma espécie de religião, mas os sistemas operacionais não são Deuses, são apenas ferramentas. Você deve escolher a ferramenta mais adequada para cada tarefa, usá-las conforme necessário e não ser usado por elas.

A principal vantagem no uso do Linux que eu vejo para usuários domésticos é a disponibilidade de programas. Não estou falando em número, mas sim na facilidade em baixar e instalar um programa no Linux, sem precisar comprar, piratear, crackear, etc.

Uma instalação do Office, feita legalmente pode demorar mais de três meses! É incrivelmente complicado, você precisa aguentar o chefe durante um tempão para conseguir juntar os 1500 reais para comprar o programa e depois ainda tem o trabalho de registrar o software, ficar brincando com chaves de ativação, etc. Muita gente reclama dos 70 MB de download para instalar o OpenOffice no Kurumin, mas duvido que ele demore três meses para baixar, por mais lenta que seja a sua conexão… 🙂

Para os integradores é interessante oferecer a opção de fornecer o Linux pré-instalado nos PCs pois é uma forma honesta de fornecer um PC já configurado, com vários programas instalados sem ter que repassar o custo dos softwares para o cliente nem focar sob ameaça da fiscalização.

Claro, existem integradores e Integradores. Alguns mal sabem montar os micros que vendem, este tipo de gente se dá melhor vendendo micros sem garantia e com um monte de softwares piratas. Mas existe muita gente inovadora por aí, disposta a realmente trabalhar e desenvolver novas soluções.

Gostaria de saber se haverá mudanças em seu mecanismo de detecção de hardware (que eu acho o mais eficaz de todas as distros que testei), mas, ainda falha em alguns micros de nível mais baixo de qualidade, falo isso porque já uso o kurumin como ferramenta de trabalho de manutenção de hardware e ficaria feliz se detectasse as temidas pcchips e periféricos de 2 ou três anos atrás
(pc_faria)

Eu não tenho feito muita coisa com relação a isso, o sistema de detecção de hardware é exatamente o mesmo usado no Knoppix (que em breve deve passar a ser usado também no Debian) que descende do Hard-drake desenvolvido pela Mandrake que por sua vez veio do Kudzu desenvolvido pela Had Hat. Ou seja, essa parte já está em mãos muito compententes.

O que falta é só a “ultima milha”, cuidar do suporte aos softmodems, facilitar a instalação dos drivers 3D dos fabricantes, etc.

Oque você acha do sistema “Click N Run” da distro “Lindows”? Não seria interessante implementar no Kurumin? Afinal você tem o site, a distro, e os scripts….faltaria somente colocar isso em HTML….o que acha? (Dake)

Os ícones mágicos sempre foram inspirados na idéia do click-and-run, mas vou fazendo conforme vai sobrando tempo 🙂 Já estou colocando páginas explicando os programas no meio dos instaladores, talvez possa aparecer mais gente interessada em trabalhar nisso, o que faria o trabalho andar mais rápido.

Você disse num topico anterior (no fórum) que dedica duas horas por dia em media ao Kurumin. Dependendo da utilização em grande escala no Brasil você poderia se dedicar talvez integralmente a um Projeto Kurumin por exemplo?

Não, isso está fora de questão. Tenho outros trabalhos que vem sendo desenvolvidos bem antes do Kurumin e eles continuam tendo prioridade, talvez possa começar a dedicar um pouco mais de tempo mas o Kurumin continua sendo fundamentalmente um hobby, uma forma de colocar em prática algumas idéias. O que pode fazer o sistema começar a crescer seriam mais contribuições, ou algum tipo de divisão de tarefas, onde outras pessoas podem ficar responsáveis por implantar melhorias vindas do Knoppix, ir atualizando a base de pacotes .deb, ir atualizando os drivers para softmodems, etc.

Você escreveu em algum lugar dentro do há para se ler sobre o Kurumin que havia imposto um limite de 200MB, que é a capacidade do mini CD-R, para o tamanho de todo o pacote da distribuição do Kurumin. Bem, observando o sucesso que o mesmo tem alcançado, não seria hora de pensar numa versão PLUS, ou GG ou XG do Kurumin, ocupando um CD-R de 650 ou 700 MB com mais programas (os mais importantes e conhecidos) já inclusos de forma que aqueles que ainda tem dificuldade para baixar pacotes possam ter mais facilidade e tambêm para haver mais espaço para outros programas à medida que o seu projeto vá crescendo e seu público comece a pedir por cada vez mais programas. Uma coisa é certa: Nenhuma distribuição até hoje conseguiu o milagre de diminuir o seu tamanho a cada nova versão.
(WellBSB)

Tenho feito algo parecido como o Kokar, que é basicamente uma coleção de programas que ao ser instalado permite que você instale os programas dos ícones mágicos sem precisar estar conectado na Internet. Acho que o melhor caminho é manter o sistema básico com 200 MB ou menos, de forma que ele possa ser baixado e instalado rapidamente e oferecer a instalação de mais programas através dos ícones mágicos e do Kokar.

Mesmo que algum dia os ícones mágicos somem 3 ou 4 CDs como a maioria das distribuições atualmente, eles continuarão a ser pacotes separados, que você pode ir instalando conforme a necessidade. Na minha opinião é bem melhor baixar uma imagem de 200 MB e depois ir baixando outros programas conforme for sentindo necessidade de instalá-los do que ter que baixar 4 CDs com um monte de programas que você não vai nunca usar.

Na verdade não é que o “público comece a pedir por cada vez mais programas” mas sim que facções deste público comecem a perdir os programas de sua preferência. É a velha história do KDE x Gnome. O KDE é atualmente muito mais completo, de modo que resolvi desenvolver o Kurumin aproveitando as ferramentas de configuração incluídas nele. Algumas pessoas preferem o Gnome, em algumas aplicações ele é melhor sem dúvidas, mas não seria justo obrigar todo mundo a baixar 100 MB a mais só por causa de uma minoria que pode baixar e instalar o Gnome posteriormente.

A idéia é incluir os 10% de programas que são usados por 90% dos usuários e não o contrário 🙂

Quando é que vou poder usar os programas da Macromedia no Kurumin, para eu poder abandonar de vez o Windows? (CyberClay)

Na verdade você já pode rodar os programas que quiser instalando o Windows dentro do VMware. Mas, se o seu problema é implicância pura e simples com a janelinha, tem receitas para instalar o FlashMX, Dreanweaver e outros programas via Wine aqui: http://www.frankscorner.org/. Afinal, “eu tenho um Host, não um My Computer”. :-p

É possível comparar custo de uma rede de 10 estações de trabalho Windows x Linux, para quem quer abrir um pequeno negocio. (Peixe-RJ)

Depende. Os softwares que você pretende utilizar rodam sobre o Linux? Você está disposto a gastar algum tempo pesquisando alternativas?

Se a resposta a uma das questões foi sim então acredito que é possível economizar um bom dinheiro. Quase todos os programas em clipper que utilizam para controle de caixa e outras coisas podem ser executados dentro do DosEMU. Para instala-lo no Kurumin você pode usar os comandos:

apt-get install dosemu
apt-get install dosemu-freedos

Muitos dos aplicativos de adiministração e controle de caixa gráficos podem ser executados através do Wine, em alguns casos funciona até direto, simplesmente dando um “wine programa.exe” no programa de instalação. Mas, claro, existem muitos casos em que simplesmente será impossível ou trabalhoso demais fazer o programa funcionar, por isso que é importante que você procure se informar sobre os programas for Linux dentro da parea em que pretende trabalhar, ou se valeria à pena contratar alguém para desenvolver algo com base num programa já existente.

Veja que em muitos casos uma planilha no Calc do OpenOffice já pode resolver o problema.

Voltando à questão da economia, basta dizer que comprar 10 licenças do Windows XP e Office custam quase 20.000 reais. Se você precisar de mais algum programa especializado, como o Photoshop ou Corel a conta vai subir às alturas.

Existe também o custo de manutenção dos micros a longo prazo. Por ser menos estável, ser mais vulnerável a virus e brechas diversas de segurança, etc. o Windows exige mais suporte e reinstalações ao longo da vida útil dos micros. Usando um bom Hardware a maioria das distirbuições se comportará de maneira bastante estável.

Em mais de um ano, desde o Mandrake 8.2 o meu micro só precisou ser reiniciado quatro vezes. Duas para atualizar para o Mandrake 9.0 e depois para o 9.1, outra quando fui instalar mais um pente de memória e a quarta por que acabou a luz. Como o micro não trava, eu não perco arquivos de trabalho, não preciso ficar reinstalando por causa das gracinhas do vírus da moda, etc.

Existe um custo inicial ao migrar, pois você precisa pesquisar substitutos para os aplicativos que utiliza, aprender a utilizar novos programas, etc. mas a longo prazo também existem muitas vantagens.

Verdade que o Kurumin cura dor de barriga?
(Clovis Sena)

Existem alguns casos comprovados de melhora em casos de úlcera nervosa e hipertensão arterial… 🙂

Como faco para contribuir para o projeto?

O primeiro passo é dar uma olhada no Fórum do Kurumin para se interar das novidades: http://www.guiadohardware.info/forum/

Instale o Kurumin, teste, veja o que pode ser melhorado e comece a postar suas idéias. A melhor forma de contribuir é escrevendo scripts ou postando alguma receita de bolo que ensine a resolver algum problema ou a adicionar algum novo recurso. Num nível mais avançado você pode começar a desenvolver pacotes .deb com estas alterações ou passar a desenvolver uma versão modificada do Kurumin e ir me repassando as melhorias que você fizer.


Entrevista para o SuperDownloads (23/09/2003)

Como surgiu o seu interesse em criar uma distribuição Linux?

Originalmente eu só queria criar um sistema pequeno para adicionar ao CD do Guia do Hardware para que você pudesse ler as matérias e pesquisar soluções mesmo que o micro tivesse “dado pau” e não inicializasse mais. Vi uma oportunidade de fazer isso usando o Knoppix como base e de quebra aproveitar para me aprofundar no funcionamento do sistema.

Existe uma facilidade muito grande em desenvolver novas soluções Linux, pois você precisa apenas ir juntando softwares que já existem. O desafio está em “colar” as peças transformando em algo que funcione e seja fácil de usar. Neste caso aparece mais uma vantagem que é a fartura de linguagens disponíveis e a facilidade em desenvolver scripts para automatizar tarefas.

Por exemplo, a Microsoft diz ter investido mais de US$ 10 milhões no firewall embutido no Windows XP. No Linux você pode criar um script que configure um firewall mais eficiente, usando regras do iptables em meia hora. O trabalho necessário para desenvolver qualquer coisa é muito menor, só é preciso ter um pouco de criatividade.

O Kurumin está tendo uma excelente aceitação, é uma das distro mais puxadas no Superdownloads e está presente em vários sites, você planejava que ele chegaria tão longe, competindo com o Conectiva?

Na verdade não existe bem uma “competição” entre as distribuições Linux pois os novos recursos adicionados por um podem ser usados também pelos demais, fazendo com que no final todo mundo acabe evoluindo de uma forma ou de outra.

Como o Kurumin roda direto do CD é normal que tenha mais usuários, afinal o trabalho necessário para ter o sistema rodando é muito menor. Um vizinho te dá uma cópia do CD, você coloca no drive pra ver como é esse tal de Linux de que todo mundo fala, gosta e pronto, mais um “convertido”. Concorrente mesmo é a janelinha, mas ultimamente ela tem sido uma presa fácil… :-p

Como versão para desktop o kurumin está indo muito bem, você planeja fazer versões especiais para estações de trabalho ou servidores?

Versões separadas só serviriam para fragmentar o projeto e piorar a qualidade geral. Quase todas as distribuições atualmente parecem estar se focando no “mercado corporativo” que é onde é mais fácil vender caixinhas e suporte, afinal é preciso pagar as contas :-).

No meu caso o Kurumin não é uma fonte de renda, eu não tenho funcionários para pagar nem uma empresa para manter, então posso continuar me concentrando nos usuários domésticos, que é a meu ver é uma área que tem sempre ficado meio de lado nas principais distribuições. É só ver a questão dos softmodems.

Como o Kurumin é fácilmente personalizável é provável que outras pessoas apareçam com projetos de versões especializadas para outras áreas. Já existem versões com o Gnome, com o IceWM como gerenciador de janelas padrão, com o Kernel 2.6, etc. É só dar uma olhada no fórum do Kurumin.

Percebe-se que as atualizações do Kurumin são rapidas e constantes, você trabalha sozinho ou já conta com alguns colaboradores?

Tenho recebido várias dicas no fórum do Kurumin, a quantidade e qualidade das contribuições tem crescido nas novas versões. Muita gente que já tem um grande conhecimento de Linux e utilizava outras distribuições tem passado a usar o Kurumin e ajudar a corrigir os problemas, o que é fantástico.

As atualizações constantes servem justamente para manter esta troca. Você posta um problema, outro aparece com uma solução e uma semana depois já sai uma nova versão com o problema corrigido.

Algumas pessoas reclamam da velocidade do lançamento das novas versões, mas se o sistema está funcionando bem com você, atendendo suas necessidades, não existe necessidade nenhuma de ficar atualizando. Por outro lado, alguém que estava tendo um problema com o modem ou a placa de som por exemplo vai ficar feliz em poder baixar uma nova versão com o problema corrigido.

Se você usa o Kurumin instalado no HD, pode simplesmente ir atualizando os ícones mágicos e instalando ou atualizando os programas pelo apt-get. Deixe para atualizar o sistema quando achar que precisa mesmo reinstalar.

Se você usa o Kurumin do CD e tem como baixar as novas versões, aproveite para ir dando os CDs antigos de presente para quem ainda não conhece o Kurumin, ou use um CD regravável.

O Kurumin também possui um fórum onde os usuários podem tirar dúvidas com você e outros usuários, apesar disso, você pensa em criar um plano de suporte pago?

A idéia é que o sistema funcione bem a ponto de niguém precisar de suporte 🙂 Além disso os usuários domésticos dificilmente tem interesse em pagar por suporte, os fóruns funcionam muito melhor neste caso. As respostas são geralmente mais rápidas e você tem a chance de discutir melhor o problema e também ir aprendendo com respostas para outras dúvidas além de ajudar outros.

Um plano de suporte pago quebra essa troca, mantém os usuários numa posição inferior, como alguém que vai no médico e recebe uma receita depois de uma consulta de 30 segundos sem ter chance de discutir bem o problema. Eu acredito que os usuários corporativos, que realmente precisam de suporte podem ser atendidos melhor por consultores autônomos que possam prestar suporte no local e oferecer soluções para outros problemas.

Em tempo, o endereço do fórum do Kurumin é: http://www.guiadohardware.info/forum/

O seu site, Guia do Hardware, com o tempo foi tomando outra cara, a tendência é ele continuar se especializando em Linux mesmo, ou você planeja alguma coisa nova?

O site é mais um weblog que reflete os assuntos pelos quais eu vou pesquisando. É normal que mude de foco de vez em quando. O “Guia do Hardware” é só um nome comercial, assim como “Coca-Cola” (não adicionam cocaína no refrigerante a mais de um século).

Sobre a SCO, que afirma que os usuarios do Linux estão na verdade usando software pirata, já que a tecnologia (leia-se kernel) é propriedade dela e chegou até a pedir US$ 699,00 pelo registro, o que você pode falar sobre isso? Você acha que esse blablabla pode interferir na adoção do Linux?

Eu posso sair falando qualquer coisa absurda por aí. Posso dizer que a Ford desenvolveu o FordT com base numa idéia patenteada do meu bisavô e por isso, como legítimo herdeiro tenho direito de cobrar uma licença de R$ 2,000 de todos os propritários de veículos automotivos, sair mandando faturas e ameaçar processar quem não pagar.

Pode ser que realmente algum bobo mal informado me pague, mas na hora que alguém realmente levar a coisa a sério e resolver “pagar pra ver” vou acabar me dando mal.

Pessoas inescrupulosas costumam ser bem criativas em inventar forma de passar outros para trás. Alguns investem em esquemas de pirâmides, outros vão vender bugigangas na TV, outros vão para o crime organizado. Esta idéia de tentar cobrar licensas por algo que não pertence a eles é mera “escolha profissional” do pessoal da SCO.

As ações atrapalhadas deles podem ser uma boa fonte de diversão, mais interessante que as novelas da Globo. O Augusto Campos tem feito uma boa cobertura do caso no http://br-linux.org, postando notícas relacionadas com o caso quase que diariamente.

Caso eventualmente a SCO realmente consega apontar algum trecho de código deles inserido no Kernel vai ser apenas questão de algumas horas para que ele seja removido e substituído por código mais eficiente. A partir daí as principais distribuições lançam atualizações e antes que a notícia chegue aos sites todo mundo já terá a opção de instalar a atualização e resolver o problema de uma vez por todas.

Risco mesmo existe apenas para os executivos da SCO que podem ser processados por fraude e ir parar até na cadeia.

Para quem (ainda!) não conhece o Kurumin, quais suas vantagens em relação às outras distros também populares no Brasil como o Conectiva e o Mandrake?

A principal vantagem é o download ser mais rápido que outras distribuições, afinal o sistema tem apenas 190 MB. Depois vem a facilidade em usá-lo, já que ele roda direto do CD e faz a detecção do Hardware automaticamente. A instalação no HD é uma opção para quem quer usar o Kurumin como sistema principal e pretende instalar mais programas e personalizar o sistema, não uma imposição.

Você pode gravar o Kurumin num mini-CD e usar em qualquer PC que achar pela frente, ir mostrando para aqueles amigos que não conhecem o Linux, tirar cópias e até mesmo personalizar o CD, adicionando mais programas ou alterando as configurações padrão por exemplo.

Tem também a questão dos ícones mágicos e do suporte a softmodems. Instalar os drivers da nVidia ou o VMware em outras distribuições demanda uma certa dose de pesquisa, mas no Kurumin é so clicar e ir seguindo as instruções.



Entrevista para o Jornal A Cidade (21/09/2003)


A CIDADE: Fale como nasceu esse projeto de criar o KURUMIN, uma distribuição que ganhou muito prestígio pela facilidade de uso e pelo tamanho do arquivo a ser “puxado”.

O Kurumin é baseado em dois projetos mais antigos: o Debian de onde vem a maior parte dos softwares usados e o Knoppix, uma distribuição Linux alemâ de onde veio a base do sistema.

Eu tinha uma idéia de desenvolver uma distribuiçao Linux pequena e com esses dois empurrões ficou fácil. Esta é a vantagem do open source, você quase nunca precisa começar do zero, pode sempre aproveitar o trabalho de alguém que veio antes para desenvolver coisas novas.

A CIDADE: Você indicaria o KURUMIN para usuários de qualquer nível em informática?

Principalmente os iniciantes. Tudo é feito com foco neles, começando pelo fato do sistema rodar direto do CD, ser pequeno e por isso rápido de baixar, etc.

A CIDADE: Que vantagens você apontaria como principais do kurumin para usuários leigos e para avançados?

Para os leigos a facilidade de usar e instalar o sistema, já que ele faz toda a configuração básica praticamente sozinho. O Windows parece fácil de usar por que os usuários já o recebem instalado e configurado, mas instalar o Windows do zero, principalmente se você não tiver os CDs com os drivers da placa de vídeo, som, etc. não é tão fãcil assim.

Para os mais avançados o que interessa mais é a grande quantidade de softwares disponíveis e a facilidade de instalá-los. Por exemplo, se algum amigo lhe fala de um editor de texto chamado “Abiword”, você pode chegar em casa e instala-lo apenas digitando “apt-get install abiword”, existem mais de 17.000 programas disponíveis desta forma.

Se você não gosta de digitar comandos, pode simplesmente clicar no Iniciar > Instalar novos programas > Utilitarios > Abiword. O resto do processo é automático, o sistema baixa os arquivos necessários da insternet, instala e já abre o programa.

A CIDADE: Como o projeto é atualizado? Você possui uma equipe de trabalho?

Eu recebo contribuições no fórum do Kurumin, principalmente avisos de bugs e soluções para eles junto com alguns scripts. Mas ainda não existe nenhuma equipe de desenvolvimento por isso contribuições diversas são muito bem vindas 🙂

Se você “não entende nada de Linux”, mas gostou da simplicidade do Kurumin, pode ajudar distribuindo cópias do CD para seus amigos, mostrando para o chefe, o diretor da escola, etc.

O mais importante sobre o Linux não é o custo, a facilidade de uso, nem os programas gratuitos, mas sim a liberdade de poder baixar programas, tirar cópias, fazer modificações e o que mais vier na cabeça sem ter que lidar com licensas, ativações compulsórias, vírus, spywares e tantos outras coisas que temos que engolia a seco ao usar aquele outro sistema operacional.

A CIDADE: Você conhece alguma empresa que já use o KURUMIN como servidor?

Eu recebo vários e-mails de pessoas implementando o Kurumin em várias áreas. Mas tenho me concentrado mais no desenvolvimento do sistema do que na divulgação.

A CIDADE: Além do download, existe alguma forma das pessoas adiquirirem o KURUMIN?

Existem várias pessoas comercializando cópias e uma preço acessível, revistas, etc. qualquer um pode dar ou vender cópias do CD.

Mas você também pode comprar um CD gravado conosco no: https://www.hardware.com.br/


Entrevista para o ProjectLinux (27/06/2003)

Conversamos com Carlos Morimoto, em uma entrevista muito divertida, mantida pelo seu grande bom humor, criador do portal “Guia do Hardware” entre outros projetos como o Kurumin. Lembra de seu primeiro contato com o Linux, a distribuição Conectiva Marombi, que logo apos foi surrupiada por um amigo …

Project Linux – Quando você teve seu primeiro contato com o Linux. Você lembra a distribuição e versão do Kernel?
Carlos Morimoto – Foi um conectiva Marombi, tinha comprado a caixinha, mas depois emprestei pra um amigo e nunca mais vi 🙂 Só não faço a mínima idéia de qual era a versão do Kernel.

Project Linux – Sabemos que você é criador e mantedor do portal Guia do hardware, e há pouco tempo, criador da distribuição Kurumin Linux, você tem outra atividade ou trabalha em outros projetos?
Carlos Morimoto – Faço várias coisas: trabalho nos e-books, dou cursos de Linux e redes, faço alguns trabalhos de consultoria, cozinho… 😛

Project Linux – Hoje um Guia do Hardware é a fonte de informação mais completa sobre Linux e hardware, quando e como ele surgio?
Carlos Morimoto – Acho que o “fonte de informação mais completa” foi bondade sua… hehe. Coloquei o primeiro esboço do site no ar em 28/02/1999, já fazem mais de quatro anos. Na verdade eu não atualizo o site com tanta frequência assim, mas com o tempo o conteúdo vai se acumulando e a utilidade do site aumenta.

Project Linux – Você ja escreveu vários Livros, sobre hardware, linux, etc. Você disponibiliza eles na forma de e-books, há um preço acessível, e alguns até mesmo gratuitamente como o “Entendendo e dominando o Linux”, Você acha que a informação deve estar disponivel para todos? Como surgiu a ideia de disponibilizar os e-books?
Carlos Morimoto – Hoje em dia você pode distribuir cópias de documentos para milhões de pessoas via e-mail ou download a um custo muito baixo, então não faz muito sentido tentar cobrar um preço alto pela informação pois as pessoas vão acabar simplesmente copiando como fazem com os MP3.

A tendência é que os livros sejam cada vez mais comercializados em formato eletrônico a um custo reduzido. O autor é quem menos ganha com um livro impresso, em geral ele fica com 5% do valor de capa dos livros que são vendidos com nota, o que no final vai dar só uns 2 ou 3% do faturamento total.

Já que a questão econômica não é muito relevante de qualquer forma, por que não distribuir os livros de uma forma que mais pessoas possam ter acesso a eles?

Project Linux – Qual era finalidade inicial do projeto Kurumin? Motivações pessoais?
Carlos Morimoto – “Because I can” 🙂

Project Linux – Sabemos que o Kurumin Linux, é uma distribuição baseada no Knoppix. Qual a vantagem de criar um projeto tendo base em algo pronto, e não começar ele do inicio?
Carlos Morimoto – Quando você quer preparar alguma coisa pra comer você não pensa em ir comprar um monte de sementes e adubo pra ir plantar a sua comida, caso contrário você morreria de fome antes de conseguir comer qualquer coisa. Afinal, já existem pessoas muito mais competentes cuidando disso, você só precisa ir no mercado e comprar os ingredientes prontos.

Quase todas as distribuições atuais são baseadas em algum projeto anterior, este é simplesmente o caminho mais rápido. Por que passar horas e horas compilando programas e depois refazer todo o trabalho cada vez que for atualizar o sistema se você pode utilizar os pacotes do Debian (por exemplo) que já estão prontos e são feitos por pessoas que conhecem melhor as particularidades de cada programa do que você?

Ao utilizar um trabalho anterior como base você economiza tempo que pode ser empregado no que realmente interessa que é a implementação de novos recursos.

Como dizem por aí, não devemos ficar reinventando a roda.

Project Linux – O kurumin zela pela facilidade, O que falta melhorar, ou facilitar a vida dos usuários?
Carlos Morimoto – Existem um conjunto de pequenas coisas que podem ser melhoradas, mas acho que a questão fundamental hoje em dia são os softmodems. As distribuições deveriam dedicar mais tempo a isso. Se não podem incluir os módulos diretamente, podem pelo menos compilar alguns pacotes edisponibilizá-los em algum lugar. Compilar drivers não deveria ser uma tarefa para o usuário.

Project Linux – Você esperava um repercusão tao grande em torno do Kurumin?
Carlos Morimoto – Realmente não 🙂 Mas é bom ver que as pessoas estão se interessando em desenvolver mais e mais soluções baseadas nele. O objetivo inicial era mais ser uma base para o desenvolvimento de outras soluções do que ser uma distribuição destinada ao usuário final. Você pode dar uma olhada no meu tutorial sobre personalização do Kurumin que forma a segunda metade do manual:
http://www.guiadohardware.info/linux/kurumin/manual/

Project Linux – Os usuários que gostaram do Kurumin Linux, e tiverem vontade de ajudar, ísso é posivel? como?
Carlos Morimoto – É só postar uma mensagem no forum com as ideias. Experimente remasterizar o CD, depois que você conseguir uma vez vai perceber que não é tão dificil assim. Você pode testar várias coisas no seu próprio CD e depois postar as receitas com as coisas que conseguir incluir.
Você também pode escrever scripts para mais ícones mágicos. Os scripts atuais estão na pasta /usr/loca/bin. Eles foram escritosp ara serem os mais simples possíveis, justamente para que qualquer um possa edita-los.

Project Linux – Tem algum comentário no caso da SCO X IBM?
Carlos Morimoto – SCO? Nunca ouvi falar, e olha que sempre leio os sites de notícias…. deve ser uma empresa muito insignificante. 🙂

Project Linux – Com o KDE 3.1 que esta muito mais facil e intuitivo, você acha que Linux pode conquistar uma porcentagem mais significatica nos Desktops?

Carlos Morimoto – Acho que o KDE está caminhando para finalmente trazer a consistência entre os programas e ferramentas de configuração que sempre faltou no Linux. Coisas como todos os programas terem componentes visuais comuns, a área de transferência funcionar sempre, etc.

Mesmo os programas do Gnome se comportam muito bem dentro do KDE e alguns temas permitem fazer com que as duas famílias fiquem com um visual idêntico, o que derruba muitas barreiras entre os usuários.

Project Linux – O que você está achando do incentivo do governo federal com o uso de software livre?
Carlos Morimoto – Ainda estou avaliando, vou manifestar minha opinião na hora de votar, afinal é com o meu dinheiro que eles esão brincando… 🙂

Project Linux – Espaço aberto para você dar uma de filosofo?
Carlos Morimoto – Uma bem velha, mas que poderia transformar o mundo num lugar melhor se todo mundo entendesse:

“Pessoas sábias discutem sobre idéias, pessoas práticas discutem sobre fatos, pessoas medíocres discutem sobre outras pessoas.”

Perguntas Rapidas

Project Linux – Qual distribuição você prefere atualmente?
Carlos Morimoto – As duas que uso, Mandrake e Kurumin 🙂

Project Linux – Editor de texto?
Carlos Morimoto – Qualquer um, de preferência um que eu não precise pressionar 7 teclas pra consegir salvar um arquivo… hehe

Project Linux – Cliente de e-mail?
Carlos Morimoto – Usava o Evolution, depois mudei para o Kmail por ser mais leve.

Project Linux – Browser?
Carlos Morimoto – O Firebird é impressionante, além de rápido roda nas três principais plataformas (Linux, Windows e OS X) e você nem precisa instalar, só descompactar o arquivo e executar o que está dentro.

Project Linux – Modo texto ou interface grafica?
Carlos Morimoto – Texto? Ha sim, uso muito isso dentro da janela do Konsole… 😛

Project Linux – Interface Grafica? (kde, gnome, icewm, etc)
Carlos Morimoto – O KDE é atualmente o mais completo, tem mais ferramentas de configuração, mais opções de personalização, etc. É sem dúvida o mais amigável e também o que oferece mais opções visuais.

Entrevista para a Revista Geek (19/03/2003)

Esta foi a primeira entrevista que dei sobre o Kurumin (pelo que me lembro) bem no comecinho do projeto. Esta edição da revista vinha com o Kurumin 1.0 e dedicava duas páginas à entrevista. Estas informações devem estar bem desatualizadas, mas resolvi incluir mesmo assim por razoões históricas:

Da próxima vez que passar na banca da esquina você terá uma agradável surpresa, o Kurumin está tendo sua primeira grande aparição pública este mês, na revista Geek número 30 🙂 Como o Kurumin ocupa apenas 185 MB do CD, aproveitaram para ocupar o restante do espaço como jogos, apostilas e vários outros programas.

A receita é simples, basta incluir a pasta /KNOPPIX no diretóreio raiz do CD e gravá-lo incluindo os arquivos /KNOPPIX/boot.img e /KNOPPIX/boot.cat como imagem e catálogo de boot. Os demais arquivos podem ir em ouyras pastas do CD, não existe limitação quanto a isso.

Pronto, você tem um CD bootável personalizado. As suas apostilas, músicas, vídeos etc. podem ser acessados tanto por quem ler o CD no Windows ou outro sistema operacional quanto através do próprio Kurumin. A principal vantagem é que além do “valor agregado” os leitores não precisam instalar programas para visualizar o conteúdo do CD, tudo que for necessário pode ser incluído no próprio Kurumin.

gdh2
A Geek não está sozinha. Apartir do início de Abril você verá o Kurumin em destaque em mais uma revista de grande circulação e possivelmente em muitas outras daí em diante 🙂

É simples incluir a imagem do Kurumin pois ela ocupa relativamente pouco espaço. A versão 1.0 tem 186,6 MB, a 1.1 tem 187.2 MB. Estou conseguindo enxugar bastante coisa na versão 1.2, mesmo com todos os novos programas ela deverá ficar com apenas 177 MB 🙂 Isso deixa mais de 500 MB livres para o restante do conteúdo do CD.

Além do Kurumin a revista traz uma longa entrevista comigo, que reproduzo aqui:

1. Quantos livros vc já escreveu? Quais são os próximos que escreverá?

Eu comecei escrevendo alguns livros sobre hardware, depois sobre redes, escrevi um dicionário técnico que ainda estou atualizando e de uns tempos pra cá comecei a escrever sobre Linux

2. Vc acha que o Brasil já figura entre os países que mais apóiam o Free Software, ou que precisamos amadurecer mais? Quais países podem servir de exemplo para nós.

Existe um grande interesse sem dúvida, mas em grande parte por causa da gratuidade da maioria dos softwares, ainda falta um maior acesso às informações para que as pessoas possam conhecer também as vantagens técnicas. Mas isso se resolve com o tempo, espero estar dando minha parcela de contribuição.

3. O fato do Kurumin Linux ser um sistema “bootável” é devido ao medo dos usuários de instalar um novo S.O em seus micros?

Instalar um novo SO é sempre um transtorno, não importa quantas vezes você já tenha feito isso. O fato do sistema rodar através do CD permite que ele seja usado também em outras áreas, como demonstrações, como sistema de recuperação, etc. Também facilita as coisas para quem pretende instalar no HD, pois você pode testar antes se o sistema roda ou não na sua máquina.

4. Vc concorda com a posição da Debian, que não usa drivers de grandes empresas, a não ser que eles sejam com código livre? A interação de sistemas Linux e Windows é vital ou o mal deve ser cortado pela raíz?

O mundo ideal seria um mundo em que você pudesse ter acesso a todo tipo de arquivo, todos os sites e serviços independentemente do sistema operacional que estivesse utilizando; aí sim teríamos uma verdadeira liberdade de escolha. Quanto maior for o nível de compatibilidade entre o Linux, Windows e outros sistema, melhor será para os usuários.

No caso do Debian (o Kurumin também é Debian 🙂 não faz muita diferença se os desenvolvedores incluem ou não drivers proprietários. O Debian inclui uma ferramenta muito prática para instalar novos pacotes, o apt-get. Basta que alguém crie uma página ou um servidor de FTP com os pacotes pra que você possa instalar com um único comando: “apt-get install modem-lucent”, “apt-get install divx” ou o que seja. Os desenvolvedores constroem a base do sistema, mas a partir daí quem manda é o usuário.

5. O Kurumin não é a primeira distro. brasileira, mas sem dúvida é a que tem o nome mais ligado a nossa cultura. Sua intenção é criar uma distro. Brasileira para brasileiros ou os objetivos do Kurumin são mais ousados? Quais são os diferenciais do Kurumin frente às distribuições que já estão aí.

O objetivo sempre será uma distribuição localizada para o Brasil, até por que existem muitas distribuições por aí, preciso encontrar o meu nicho não é mesmo? 🙂

O Kurumin é uma tentativa de desenvolver um Linux voltado para o uso em desktops, que seja fácil de usar, fácil de instalar e resolva problemas clássicos como a falta de suporte a softmodems e a multimídia.

Mesmo nesta primeira versão o Kurumin já inclui drivers para modems Lucent e Agere, suporte a vários formatos de vídeo, incluindo Divx e Windows Media e uma ferramenta para instalar suporte a Flash. Tudo isso é organizado de uma forma intuitiva, você não precisa ler o manual pra usar.

A instalação no HD também é muito simples, já que o Hardware é detectado automaticamente durante o boot. A cópia dos arquivos demora menos de 4 minutos num micro atual e depois de instalado o sistema de comporta exatamente da mesma maneira que ao rodar direto do CD, só fica mais rápido.

O meu trabalho no Kurumin se concentra em aperfeiçoar uma plataforma que já existe (o Knoppix e o projeto Debian), melhorando o que já existe ao invés de reinventar a roda desenvolvendo um novo sistema de pacotes, novas ferramentas de configuração, etc. como em outras distribuições.

6. Ao ensinar o pessoal a criar um S.O próprio no seu site, o que você espera que aconteça? O nível dos usuários brasileiros está mais para: “Vamos aprender a mexer no Linux” ou para “Vamos desenvolver uma distribuição mais estável e segura que todas as outras”?

Não dá para generalizar, tem gente de todos os níveis. Não podemos esquecer do Marcelo Tossati que é o mantenedor do atual Kernel estável. Existem muitos projetos interessantes por aí, mas acho que ainda estamos usando só uma pequena parte do nosso potencial.

7. Recentemente um grupo de programadores declarou “morte ao linux” (http://www.morteaolinux.com.br/). Eles se diziam indignados com forma escrava como os desenvolvedores Linux trabalhavam e não lucravam nada. Enquanto isso os “programadores” convencionais ficam sem ter como ganhar seu dinheiro. Daí a pergunta: Um profissional que desenvolve para Linux no Brasil tem chances de ter uma carreira e lucrar com isso?

Eu escrevi um artigo sobre isso, “Ganhando dinheiro com software livre”. Acho que é um pouco longo para incluir aqui, mas quem tiver paciência pode ler no: https://www.hardware.com.br/artigos/morrerem-fome/

Trabalhando com software livre você pode adaptar soluções já existentes ao invés de desenvolver cada novo software do zero. Isso permite que você desenvolva soluções completas a um custo muito mais baixo e com isso consiga mais clientes e ganhe mais.

Se você desenvolver um sistema em Access para ser usado em 20 máquinas por exemplo e cobrar R$ 5000 por ele, o cliente terá um custo total de quase 45.000 reais, pois terá que pagar pelas licenças do Windows e Office. Se, por outro lado você desenvolver um sistema em PHP + MySQL que rode sobre o Linux você poderia cobrar R$ 15.000 pelo trabalho e ainda assim o cliente sairia ganhando. Em outras áreas isto é chamado de “eliminar o atravessador”.

Embora existam muitos softwares gratuítos, o cliente sempre preferirá ter uma solução adaptada ao seu negócio, que tenha suporte a garantia. Nada impede que você trabalhe em alguns projetos voluntários de que goste nas horas vagas e receba dignamente pelo seu trabalho no restante do tempo.

A questão fundamental é que assim como em outras profissões o nível técnico exigido pelo mercado de trabalho está crescendo muito rápido. Os maus programadores estão tendo um campo de trabalho cada vez mais restrito, independentemente da plataforma.

8. Agora uma dica para nossos leitores, Qual seria o primeiro passo para um programador comum migrar para o Linux?

Não existe mistério, o código dos programas está disponível, você pode começar dando uma olhada no código de um programa pequeno que você ache útil, começar a ir fazendo coisas simples como traduzir caixas de texto e mudar algumas funções básicas. O mais legal é que você pode recompilar o programa a cada passo para ver as suas alterações. Isso é muito simples, basta baixar os pacotes .tar.gz (as versões distribuídas em código fonte), descompactar o pacote, abrir e editar os arquivos usando um editor de texto qualquer e depois compilar usando aqueles três comandinhos famosos (./configure, make e make install).

Com o tempo você vai ir aprendendo novas coisas, é igual aprender Inglês, é algo que você desenvolve ao longo da vida. O legal neste caso é que você pode trabalhar em algo útil desde do início, traduzir um programa para o Português por exemplo, ao invés de ficar só repetindo um monte de exercícios chatos

Sobre o Autor

Redes Sociais:

Deixe seu comentário

X