Uma visão geral das edições do Ubuntu

Uma visão geral das edições do Ubuntu

An overview to Ubuntu editions
Autor original: Ladislav Bodnar
Publicado originalmente no:
distrowatch.com
Tradução: Roberto Bechtlufft

A grande semana de lançamento do Ubuntu já passou. Embora muitos servidores de download tenham sofrido com tantos acessos, o evento transcorreu de maneira ordenada e sem surpresas desagradáveis. Essa foi a primeira vez em que o DistroWatch anunciou o lançamento de cinco versões do Ubuntu em um mesmo dia, fornecendo links para as versões mais recentes do Ubuntu, do Kubuntu, do Xubuntu, do Ubuntu Studio e do Mythbuntu. Embora as quatro últimas não sejam nada além de versões especializadas do Ubuntu, todas começaram como projetos independentes da comunidade e só se tornaram subprojetos oficiais do Ubuntu mais tarde. Além disso, algumas dessas edições são produtos bastante interessantes, que podem agradar mais a certos usuários do que a edição principal do Ubuntu. Vamos dar uma rápida olhada no que o Ubuntu nos trouxe na semana passada.

Não é preciso dizer muito sobre o produto principal do projeto. Ninguém duvida que o Ubuntu seja a distribuição Linux mais popular do mundo para desktops, e a última versão deve confirmar essa afirmação. Não há muitos recursos revolucionários desta vez, mas a nova versão deve agradar a todos os que procuram por uma distribuição Linux atualizada e razoavelmente estável, com o ambiente desktop altamente maduro e familiar do GNOME. Uma edição para servidores também está disponível, embora a maioria dos usuários provavelmente vá preferir ficar com a versão 8.04 LTS, que terá atualizações de segurança por cinco anos (enquanto a versão 8.10 terá suporte por apenas 18 meses). As opiniões até agora têm sido variadas, e os diversos problemas de compatibilidade de hardware e a falta de recursos matadores podem desencorajar a atualização da versão 8.04.

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O Ubuntu 8.10 vem com o ambiente desktop familiar e estável do GNOME.

O Kubuntu 8.10, por outro lado, já é totalmente diferente da versão 8.04. Embora os desenvolvedores do Kubuntu tenham dado aos seus usuários o primeiro gostinho do KDE 4.x em uma edição semi-oficial “suportada pela comunidade” do “Hardy Heron”, desta vez não há dúvidas de qual seja a preferência do projeto: a equipe de desenvolvimento do Kubuntu considera o KDE 4 um desktop estável e pronto para o uso. Embora isso possa ser verdade, com certeza há muitos usuários que ainda não estão prontos para abandonar o KDE 3.5, tão familiar e configurável, ou que não estão prontos para passar pelo doloroso processo de mudança de paradigma, exigido por uma atualização grande como essa. Ainda não vimos nenhuma análise do Kubuntu 8.10, então não sabemos a qualidade da integração do KDE 4 ao produto, mas levando-se em consideração os recursos limitados que o Ubuntu destina aos fãs do KDE, é pouco provável que esteja no mesmo nível do openSUSE ou do Mandriva nesse aspecto.

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O Kubuntu 8.10 com o KDE 4.1.2 representa uma grande mudança de paradigma

A seguir, o Xubuntu 8.10. Em sua sexta versão, essa alternativa para os que não gostam nem do GNOME nem do KDE é uma excelente opção. O Xubuntu não é uma distribuição leve, e não está no mesmo nível de algumas distros elegantes, feitas para rodarem confortavelmente em computadores feitos nos anos 90, como as distros Puppy Linux, Damn Small Linux e MEPIS AntiX. Ainda assim, é uma distribuição balanceada, que integra o núcleo do Ubuntu a alguns aplicativos mais leves – por exemplo, usando o GNOME Office ao invés do OpenOffice.org, e oferecendo uma interface atraente e nos moldes da do GNOME, sem atrapalhar. Um *buntu muito bom, desde que – nunca é demais lembrar – não se espere que ele rode na velocidade da luz. Afinal de contas, ele ainda é movido pelo código pesado do GTK+.

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O Xubuntu 8.10 oferece um desktop atraente com aplicativos que não consomem tantos recursos.

O Ubuntu Studio é uma distribuição que deve ganhar popularidade nos próximos meses. Ela é a única dentre as cinco edições do Ubuntu que não vem em um live CD, mas sim em um DVD de instalação “alternativa” com um instalador em modo texto. Isso pode afastar alguns usuários – afinal, a distribuição é voltada a artistas criativos, e não a aficionados por computador. Mas uma vez instalado no HD, o Ubuntu Studio oferece um ateliê bem equipado, com uma excelente coleção de software de código livre desenvolvido para músicos, designers, especialistas em produção de vídeo e todos os que curtirem trabalhos criativos. Um aviso importante: a nova versão não vem com um kernel de tempo-real por padrão, devido a vários problemas surgidos durante a fase de testes. Isso significa que os produtores musicais que já estão usando o Ubuntu Studio podem querer adiar a atualização até que esses problemas sejam resolvidos.

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O Ubuntu Studio 8.10 traz um tema negro e atraente.

Finalmente, um Linux para colocar na sala de sua casa. Sim, o Mythbuntu é um dos projetos cada vez mais comuns que tentam transformar o excelente, porém complexo, MythTV em uma suíte altamente intuitiva com uma interface clicável e várias opções de configuração. O Mythbuntu pode ajudar a organizar o entretenimento digital, gravando televisão, reproduzindo música e vídeo, criando DVDs e coleções de fotos, navegando pela internet, fazendo chamadas telefônicas, distribuindo notícias e a previsão do tempo e rodando jogos, tudo no conforto da sua sala. É uma bela maneira de demonstrar a capacidade e o poder do software de código aberto, a custo zero!

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O Mythbuntu 8.10 tem potencial para enriquecer a vida digital de todos, sem gastos com o software.

Além dos produtos Ubuntu oficiais, há várias distribuições baseadas nele que também já começaram a trabalhar em novas versões baseadas no “Intrepid Ibex”. A primeira delas se chama nUbuntu, e é um projeto que integra diversas ferramentas de hacking, cracking, redes e análises ao núcleo do Ubuntu (com o Fluxbox como desktop) e que lançou uma versão alpha no fim da semana passada. Os desenvolvedores do projeto pelo visto não curtem muito publicar changelogs ou notas de versão, então não sabemos quais são as novidades desde a última versão estável, mas pelo que nós vimos, o nUbuntu parece semelhante ao Backtrack e ao Helix, dando aos usuários ferramentas de segurança que são uma faca de dois gumes. Vale a pena experimentar, se você estiver interessado em crackear senhas de usuários ou em identificar ameaças de segurança.

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O nUbuntu 8.10 oferece uma boa variedade de ferramentas para hackers e crackers

Créditos a Ladislav Bodnardistrowatch.com
Tradução por Roberto Bechtlufft <roberto at bechtranslations.com>

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