Com o problema do racionamento de energia elétrica cada vez mais próximo, muita gente, assim como a maioria das empresas vem se preocupando com o consumo elétrico dos seus PCs. Essa não é uma idéia nova, na verdade é aplicada desde o início da década de
90, quando começaram a surgir os primeiros PCs com recursos de gerenciamento de energia.
No Painel de controle/energia, existem as famosas configurações de economia de energia, desligar monitor, desligar discos rígidos, colocar o computador em modo de espera, etc. estas configurações permitem controlar o grosso do desperdício de energia. Se
você é do tipo de fica muito tempo longe do micro, o melhor é configurar um tempo pequeno para que ele entre em modo de espera. Ao invés de usar proteção de tela, o Windows pode ser configurado para desligar o monitor depois de um certo período.
Estas são dicas básicas, que você deve conhecer bem. O escopo deste artigo é ir um pouco mais além, com algumas dicas um pouco mais refinadas para economizar energia.
Tudo começa na escolha dos componentes do PC, com destaque atualmente para o processador, que é um dos componentes que mais gasta energia num PC atual. Veja uma tabela com o consumo de alguns processadores:
AMD Athlon (Thunderbird)
800 MHz: 38.8 W
1.0 GHz: 48.7 W
1.2 GHz: 59.0 W
AMD Duron
600 MHz: 24.4 W
800 MHz: 31.8 W
900 MHz: 35.4 W
Intel Pentium III
700 MHz: 18.3 W
850 MHz 22.5 W
1.0 GHz 26.1 W
Intel Celeron
600 MHz: 15.8 W
700 MHz: 18.3 W
800 MHz: 20.8 W
900 MHz (em overclock): 26.3 W
Veja que o Duron é um excelente processador em termos de preço e performance, mas perde para um Celeron no quesito consumo de energia. O mesmo ocorre na comparação entre o Pentium III e o Athlon. Um efeito secundário desta diferença, é que um processador
que consume mais energia, também dissipa mais calor, o que trará a necessidade de um cooler mais potente, que geralmente também consumirá um pouco mais de eletricidade. A longo prazo, a economia e energia pode ser considerável.
Ok, mas presumindo que o processador já esteja escolhido, e você esteja usando uma placa mãe que permita configurar voltagem, freqüência do barramento etc. pelo Setup, existem mais algumas dicas.
A primeira diz respeito à voltagem do processador. Caso você esteja usando um processador de baixo clock, um Celeron ou Duron 600 por exemplo, uma coisa que pode ser tentada é baixar a voltagem de operação do processador. Por exemplo, usando voltagem de
1.7 V, o Celeron 600 consome 15.8 W, baixando a voltagem para 1.6 V o consumo cai para 14.3 W, baixando a voltagem para 1,5 V, que é o mínimo que este processador irá funcionar (isso a 600 MHz) o consumo cairá para 12.6 W. A mesma proporção pode ser vista
no caso do Duron.
Junto com a queda no consumo, diminuirá a dissipação de calor do processador, o que permitirá usar um cooler mais simples e menos barulhento. Uma dica: caso você baixe demais a voltagem, provavelmente o micro deixará de ligar, neste caso basta limpar o
CMOS, usando uma moeda ou mudando o jumper de posição. Não se esqueça de testar a estabilidade do micro.
A idéia de baixar a voltagem, só funcionará com os processadores mais lentos de cada série. Caso você tenha por exemplo um Pentium III 933, ou então tenha um Celeron 600 em overclock para 900 MHz, dificilmente conseguirá convencer o processador a
funcionar a uma voltagem mais baixa. Mas existe uma segunda possibilidade.
Se você é como eu, que na maior parte do tempo usa Word e Internet, mas no final do dia usa o micro para jogar ou assistir filmes, e precisa de cada gota de desempenho que o processador pode dar, você pode juntar o melhor dos dois mundos.
Na área de download do guiadohardware, você encontrará um programinha chamado softFSB, uma das criações do H. Oda. que permite mudar a freqüência de operação da placa mãe a qualquer momento, através do Windows, sem precisar reinicializar o micro, apenas
dois clicks do mouse.
Se a sua placa mãe estiver entre as suportadas pelo programa, você poderá manter o processador operando a uma freqüência mais baixa enquanto estiver usando Word, economizando energia, mas acordar o lobo quando precisar de mais desempenho para rodar algum
jogo ou assistir um filme.
Basta alterar a freqüência de operação da placa mãe. O Pentium III 933 por exemplo usa bus de 133 MHz, você pode usar 100 ou mesmo 66 MHz, nos “momentos Word” e voltar aos 133, ou mesmo partir para um overclock quando precisar de desempenho.
Se você é do tipo que instala vários exaustores dentro do gabinete (talvez use também um tampão no ouvido por causa do barulho 🙂 pode sofisticar um pouco mais a idéia, instalando interruptores que permitam desligar os exaustores quando o processador
estiver operando a baixas frequências. Para isso basta instalar o interruptor no fio vermelho dos exaustores. Assim, além de um micro econômico, você terá também um micro silencioso na maior parte do tempo.
Além do processador, as placas de vídeo 3D também consomem muita eletricidade, entre 10 e 20 W dependendo do modelo. Outros periféricos, como placas de som, placas de rede, etc. também dão sua contribuição.
Apesar dos problemas de desempenho, os dispositivos onboard tem (ironicamente) a vantagem de consumirem menos eletricidade, sobretudo o vídeo onboard, que consome em média apenas 2 watts, quase um décimo de uma placa topo de linha. O mesmo ocorre no caso
do som, rede, etc.
Se for o caso de comprar 100 micros para uma empresa que está tentando reduzir a conta de luz, talvez placas mães de boa qualidade com componentes onboard (sem PC-Chips por favor), em conjunto com processadores econômicos (ex: Celeron) sejam uma maneira
de alcançar o objetivo.
No caso da memória RAM, prefira usar um único pente ao invés de dois ou três, de menor capacidade, pois um único pente sempre consumirá menos. Os CD-ROMs e gravadores de CD também tem um consumo considerável, mesmo quando não estão lendo/gravando. Os HDs
também tem sua parcela de culpa, por isso é sempre bom tentar planejar a configuração do micro para diminuir a quantidade de HDs e drives de CD. Dois HDs de 20 GB consomem quase o dobro que um HD de 40 GB (só para o caso de alguém perguntar 🙂
No caso dos monitores, o consumo aumenta conforme o tamanho, mas a diferença não é tão grande assim. A maioria dos monitores de 14″ atuais consome em torno de 80 W, os monitores de 17″ por sua vez consomem entre 100 e 110 W, dependendo do modelo.
Em modo standby, o monitor ainda consome de 15 a 20 W, mesmo desligado via software (onde o LED fica piscando) ele ainda consome cerca de 5 W. Zero mesmo, só desligando no botão.
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