eComStation and Breadbox Ensemble
Autor original: Michael Hill
Publicado originalmente no: osnews.com
Tradução: Roberto Bechtlufft
Sou um fã antigo do GeoWorks Ensemble (hoje Breadbox Ensemble), uma interface gráfica/suíte de escritório baseada no DOS. Ele foi popular nos anos 80, e eu já o botei para funcionar em vários sistemas operacionais e emuladores ao longo dos anos.
O Ensemble exige um sistema operacional de base que ofereça um sistema de arquivos compatível com o do DOS, assim como as primeiras versões do Windows precisavam do DOS.
O DR-DOS era um excelente host para ele, oferecendo uma ótima integração entre o DOS e o Ensemble e uma poderosa capacidade de alternar tarefas entre os aplicativos dos dois lados. O PC-DOS também servia como host do Ensemble, que obviamente também funcionava bem no então onipresente MS-DOS.
Lá nos anos 80, na famosa feira de computadores COMDEX, ganhei uma cópia do IBM Warp (Blue Spine) e consegui rodar bem o GeoWorks Ensemble nele, pondo à prova a promessa da IBM de oferecer “um DOS melhor que o DOS e um Windows melhor que o Windows”.
Também deu certo o meu teste com a versão mais recente do Breadbox Ensemble (com o patch para CPUs rápidas) no DOSBox 7.3 (curiosamente, é preciso fazer uma alteração no arquivo GEOS.INI que substitui o driver de sistema de arquivos padrão pelo driver do OS/2).
Com a chegada do eComStation 2.0, achei que seria um bom momento para mais uma vez encarar o desafio de botar o Breadbox Ensemble para rodar no OS/2. Lá se foram meus 149 dólares em cinco licenças Home/Student do eComStation, e como gastei 80 dólares no ano passado comprando o Breadbox Ensemble, achei que seria uma boa tentar combinar os dois. Para complicar um pouco, usei uma máquina virtual do VirtualBox, já que não queria um computador especificamente para isso.
Minha primeira tentativa de rodar o eComStation no VirtualBox não teve êxito. A instalação travava. Após uma pesquisa na web eu achei algumas dicas para o VirtualBox: desativar a “paginação” nas configurações do processador, e garantir que o suporte a AMD-V ou Intel VT-x esteja ativado.
Fiz isso, mas mesmo assim a instalação continuava travando. E lá fui eu pesquisar mais, dessa vez procurando algo sobre modificações personalizadas no eComStation. Li em algum lugar que era para habilitar a opção que dizia que o eComStation ia rodar usando hardware virtual. Fiz isso também. Reiniciei. Travou de novo. Configurei o eComStation para usar o driver “IBM Compatible”. Nada. Aí li em algum lugar que alguém tinha conseguido, usando o sistema de arquivos com journaling do eComStation em vez do sistema de arquivos HPFS. Era aí que estava o segredo. Formatei a partição da unidade virtual como JFS e a instalação correu relativamente fácil daí em diante.
Levei alguns minutos para me acostumar ao ambiente WPS, já que eu não o utilizava havia anos. Uma dica: o WPS usa o botão direito do mouse para arrastar e soltar. Depois que lembrei disso ficou fácil de navegar.
Brinquei um pouco com o sistema Windows de 16 bits Win-OS2, usei a calculadora e voltei aos velhos tempos do Windows 3.0 (o eComStation e o OS/2 têm uma camada completa de 16 bits do Windows, capaz de rodar aplicativos velhos dele), abri um “prompt do DOS” e me diverti um pouco nesse ambiente, tanto em uma janela separada quanto em tela cheia. É incrível como eu ainda lembro da maioria dos comandos do DOS: cd (para mudar de diretório), dir (para listar o diretório), copy (copy *.* c:dosapps) etc.
Depois chegou a hora de instalar o Breadbox Ensemble. Reconhecendo que eu provavelmente não conseguiria rodar o Breadbox Ensemble em uma janela devido à natureza gráfica do programa, abri uma sessão em tela cheia do DOS (mas sempre havia a possibilidade de voltar para o desktop gráfico do eComStation com CTRL-ESC, como nos velhos tempos da alternância de tarefas do DOS) e comecei a instalação.
Infelizmente, ao fim da instalação, o Breadbox Ensemble travava. Fiquei um tempo matutando até lembrar que para rodar o Breadbox Ensemble no DOSBox era preciso, ironicamente, mudar o driver do sistema de arquivos padrão para o OS2.geo no arquivo GEOS.INI. Feita a mudança, e após mais alguns ajustes (prefiro a interface “Motif” em vez da “Industry Standard” inspirada no botão Iniciar do Windows), lá estava eu rodando o Breadbox Ensemble no eComStation, dentro do VirtualBox.
Meu próximo passo vai ser tentar rodar uma versão mais antiga do GeoWorks Ensemble (com um patch para uso da interface “Presentation Manager”) no eComStation.
Quando o GeoWorks Ensemble dava seus primeiros passos, um dos seus recursos mais impressionantes (especialmente quando a GeoWorks tentava convencer empresas a aderirem ao seu sistema operacional na batalha Davi vs. Golias contra a Microsoft) era a variedade de interfaces de usuário que podiam ser usadas, dependendo do cliente.
Os clientes que preferissem uma interface no estilo do Windows podiam escolher a opção “Industry Standard”, feita à semelhança do Windows 95, com direito ao menu do botão Iniciar. Já as empresas que optassem pela simplicidade podiam ficar com a interface “Push Button” – lembram daqueles discos antigos de instalação da AOL baseados no DOS?
E o que é mais importante: para convencer a IBM a rodar o GeoWorks Ensemble em seu hardware de menor desempenho, foi criada a interface “PM”, baseada na interface inicial do OS/2, a “Presentation Manager”. Nas versões seguintes, a IBM exigiu que a Ensemble não incluísse mais a interface “PM” e seu código de integração, e é por isso que tenho que instalar uma versão mais antiga da GeoWorks.
Podem deixar que eu aviso por aqui se conseguir botar a interface “Presentation Manager” para funcionar no GeoWorks Ensemble (via eComStation e VirtualBox). Ah, mais um detalhe: pretendo fazer isso rodando a versão mais recente do OS X no meu MacBook Pro!
Créditos a Michael Hill – osnews.com
Tradução por Roberto Bechtlufft <info at bechtranslations.com.br>
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