Iniciantes: Dicas gerais para maximizar as opções de upgrade

Iniciantes: Dicas gerais para maximizar as opções de upgrade

Seja nos dias seguintes após a compra, depois de algum tempo de uso ou depois de um longo tempo: um dia, o usuário irá planejar um upgrade do seu PC. No entanto, o que me impressiona é saber que praticamente todos só pensam em fazer upgrades APÓS comprarem os seus PCs!

Existem várias maneiras de se realizar planejamentos interessantes para o upgrade do PC desktop; mas, cada um destes terá características adequadas de acordo com as necessidades do usuário, assim como o perfil do equipamento adquirido influenciará bastante o planejamento adotado. Então, partindo do princípio de que poucos se preocupam com a realização de upgrades, as dicas começarão com uma simples análise dos tipos de upgrades que podem ser realizados.

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O primeiro tipo de upgrade que as pessoas adotam é o que chamo de expansão: mantém-se intactas as principais características do desktop, mas são substituídos ou acrescentados certos componentes para extender ou variar os seus recursos. A memória RAM e o HD são os principais focos deste tipo de intervenção, embora algumas placas de expansão também sejam adicionadas. No geral, tais práticas visam mais atender algumas necessidades a ser considerado um upgrade de fato. Quem é que nunca acrescentou ou substituiu os HDs porque andou exagerando nos downloads? Ou ainda, colocou um módulo de memória RAM extra só para poder manter mais aplicativos abertos?

A seguir, vem o que chamo de upgrade clássico: este, atua diretamente na capacidade de processamento bruto do sistema, os quais o processador e a placa de vídeo são os alvos preferidos (embora a fonte de alimentação possa ser trocada, em virtude das novas exigências de carga dos componentes recém adicionados). Nos caso das placas de vídeo, muitas vezes estas são trocadas não apenas porque faltam-lhes o fôlego necessário para rodar os jogos mais modernos, mas também em virtude da necessidade de mantê-las atualizadas, para que possa suportar versões modernas das APIs gráficas em uso (DirectX e OpenGL). Em geral, o ganho de desempenho é o foco deste upgrade.

Por fim, vem o upgrade completo, onde a espinha dorsal do sistema (placa-mãe, processador e memória RAM) são substituídos, complementados pelas outras peças que podem ser reaproveitadas. Tecnicamente, nem sei se estas substituições podem ser consideradas um upgrade de fato, uma vez que a substituição da espinha dorsal praticamente caracteriza uma máquina nova; em todo o caso, fica à critério dos leitores concordarem (ou não) com estas observações.

Em alguns casos, podemos ter situações em que é feita uma substituição por causa de um evento externo, como a avaria de um componente ou o atendimento das exigências de um sistema. Especialmente nesta última situação, o usuário aproveita a necessidade de substituir o componente por um outro mais atual, o que de certa forma, pode caracterizar um upgrade corretivo (embora não seja essa a intenção primária). Bem, esta classificação também fica à critério de vocês…

Dentre os elementos a serem trocados, o processador é justamente o componente mais visado do sistema. E não seria para menos: diretamente, ele influencia efetivamente o desempenho geral do sistema. Por isto, determinadas escolhas poderão ter uma grande influência na prática do upgrade. Portanto, todo o ecossistema em torno do processador deverá ser profundamente analisado, como os soquetes e as placas-mãe suportadas, a frequência máxima dos módulos de memória RAM, entre outros componentes.

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Intel Sandy Bridge (Core i7).

Eis então, a primeira dica: optar sempre pela tecnologia mais nova, ainda que lhes custem alguns trocados à mais. Em destaque, o foco deverá ser SEMPRE a placa-mãe, por ser a responsável em interconectar todos os demais componentes e garantir a compatibilidade entre eles. Tal é a sua importância, que sugiro concentrar todos os recursos financeiros nela!  Deixe para economizar nos demais componentes, caso necessário: HDs mais modestos, um pouco menos RAM, uma CPU mainstream ou de entrada, etc. Estes componentes poderão ser trocados ou complementados com uma certa facilidade (inclusive, quando chegar o momento de ser feito o upgrade), mas não podemos dizer o mesmo da placa-mãe. Dependendo do caso, o upgrade do processador poderá nos obrigar a substituir também a placa-mãe, caso esta não seja compatível.

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Placa-mãe mini-ITX Zotac H67: pronta para receber a 2a. geração das CPUs Core i3/i5/i7 (Intel).

A busca pelos equipamentos mais atuais e modernos facilita muito a vida dos usuários quando chega a “época” do upgrade, já que haverá uma tendência maior do mercado continuar a dar suporte, de uma certa forma. Por exemplo, aqueles que adquiriram sistemas baseados no soquete AM2 não terão tantas facilidades o quanto aqueles que optaram pelo soquete AM2+, assim como os usuários que pagaram um pouco mais pelas placas-mãe baseadas no soquete AM3 também encontrarão melhores oportunidades. Felizmente, a retrocompatibilidade entre os soquetes AMD ameniza a situação, mas não a resolve: para obter maiores informações sobre este exemplo, sugiro a leitura do artigo “A saga dos soquetes da AMD”.

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Em destaque, o soquete AM3.

Mas nem sempre, a aquisição de um equipamento dotado da tecnologia atual será um negócio interessante. Em certas ocasiões, a opção por um equipamento mais antigo, mas com recursos suficientes para as necessidades, pode ter uma relação custo/benefício melhor, especialmente se estiverem sendo vendidos como queima de estoque. Como exemplo prático, temos ainda alguns PCs desktops baseados no soquete LGA 775, equipados com CPUs Core2Duo ou Pentium E, além daqueles baseados no soquete AM2 e CPUs Athlon X2. Por um lado, as opções de upgrades disponíveis certamente estarão bastante limitadas; mas, se o usuário resolver realizar a troca do desktop ao invés do upgrade, ainda poderá revendê-lo por um preço que ao menos, lhe permita amortizar as parcelas do novo PC. Idem para os componentes e periféricos. Já tive boas experiências com periféricos antigos, relatadas no artigo “Dispositivos e periféricos à frente de seu tempo”.

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Placa-mãe baseada no soquete LGA775 (Biostar): embora ela ainda possa render bem, não é a opção indicada para quem quer fazer upgrades; entretanto, pode ser uma compra interessante para algumas configurações por ser barata

Por fim, devemos evitar certas práticas como superdimensionar o PC. Em virtude de muitos consumidores desejarem prorrogar o seu upgrade ao máximo, eles geralmente buscam montar uma configuração parruda, acreditando que a disponibilidade extra de capacidade e performance geral irá adiar a necessidade de trocas e reposições. Devido ao processo contínuo de atualização tecnológica, poderemos nos deparar com situações em que um determinado componente estará tecnologicamente defasado antes mesmo de seus recursos ou capacidades estarem aquém daquilo que necessitamos. Um exemplo prático muito comum está no alto investimento em placas de vídeo 3D de alto desempenho, que tendem a se tornar obsoletas à partir de 2 anos. SLI ou CrossFire, só mesmo se for realmente necessário!

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ATI Radeon X1950: embora tenha capacidade de processamento suficiente para muitos jogos na atualidade, o suporte limitado ao DirectX 9.0c pode ser um grande empecilho para os jogos mais atuais.

Sei que pode parecer loucura, mas adquirir um novo PC desktop pensando em realizar upgrades ANTES mesmo da necessidade se fazer sentir, é algo realmente estranho. No entanto, se analisarmos as vantagens e ganhos que podem ser obtidos com esta prática, não só a futura aquisição se torna mais viável, assim como também será um processo mais interessante acompanhar a escolha dos componentes que virão a ser integrados, mas infelizmente, a cultura do brasileiro em querer economizar à qualquer custo, acaba prejudicando-o nestas questões… &;-D

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