Diablo II no Linux

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Diablo II no Linux

Apesar de meio velhinho, o Diabo II é um dos poucos jogos que eu realmente gosto. Ele já faz parte da lista de compatibilidade do Wine-X da Transgaming a algum tempo. Tendo em mãos o Wine-X basta colocar o CD no drive, instalar o Diablo II como se estivesse no Windows e jogar. A assinatura do Wine-X custa 15 dólares com direito a 3 meses de atualizações do software e mais US$ 5,00 por cada mês de atualizações adicionais. Se estiver interessado, você pode se inscrever no: http://www.transgaming.com/

Mas, como a palavra “pagar” parece não funcionar muito bem aqui no Brasil, aqui vai uma receita de bolo para rodar o Diablo II no Linux usando a versão gratuíta do Wine, distribuída pela CodeWeavers. Esta receita funciona também com o Expansion Set.

Em primeiro lugar, você deve ter um sistema Linux configurado, com uma placa de vídeo corretamente configurada, para suportar pelo menos os modos 640×480 e 800×600 com um mínimo de 16 bits de cor. Uma placa de som também é muito bem vinda 🙂

Existe uma perda considerável de desempenho ao rodar o Diablo II através do Wine. No meu Celeron 366 @ 550 com 196 MB o jogo já roda de forma aceitável, mas ainda fica lento quando muitos monstros se acumulam na tela. Num Celeron 900 em que testei o jogo já ficou perfeito.

Você conseguirá rodá-lo até num Pentium com 64 MB, mas apenas para fins de testes, já que numa máquina lenta a jogabilidade ficará comprometida. Outra questão importante é que também é necessária mais memória RAM que no Windows. Os 196 MB que utilizei pareceram o mínimo, já que rodando o D2 sobre o KDE o sistema já estava utilizando 20 MB de swap.

Para começar, faça uma instalação completa do Diablo numa máquina Windows e baixe os updates desejados na página da Blizzard.

Você precisará instalar ainda baixar um crack no http://www.gamecopyworld.com para rodar o jogo sem o CD, pois o executável não aceita a autenticação do CD dentro do Linux (assim como não aceita se o CD estiver numa unidade de rede). Faça uma busca por “Diablo II” dentro do site e baixe o no-CD crack para a versão do seu Diablo II.

Veja que o objetivo de usar o crack no nosso caso não é piratear o jogo, mas apenas conseguir rodar seus CDs comprados legalmente no Linux.

Feito isso, copie todos os arquivos .mpq dos CDs 2 e 3 para a parta de instalação do Diablo II. Esta etapa é opcional. Depois de instalar o no-CD crack o jogo já rodará no Linux, mas sem copiar estes arquivos, que contém as músicas e falas dos MPCs você ainda precisará fornecer o Play-Disc para jogar.

Depois de certificar-se que o jogo está rodando perfeitamente no Windows, vamos ao que interessa, a configuração dentro do Linux:

  1. Baixe o Codeavers Wine no http://www.codeweavers.com/technology/wine/download.php

    Para instalar o pacote .RPM basta clicar sobre ele no gerenciador de arquivos e fornecer a senha de root. Se preferir instalar via terminal use (como root) o comando “rpm -ivh nome_do_arquivo”.

  2. Depois de instalado, rode o programa de configuração do Wine com o comando “winesetup“. Este comando deve ser dado como usuário normal, não como root. Basta acessar as opções default.
  3. O Wine será instalado por default na pasta “.wine“, dentro do seu diretório de usuário. Dentro da pasta você encontrará o diretório “fake_windows“, que será visto como a unidade C: pelos programas emulados.
  4. Copie a pasta “Diablo II” da máquina Windows para dentro do seu diretório ~/.wine/fake_windows. Existem várias formas de fazer a cópia dos arquivos: via rede, transplantando o HD, gravando os arquivos em CDs, etc. Lembre-se que em qualquer documentação sobre Linux o “~” representa o seu diretório de usuário, dentro do diretório home. No meu caso por exemplo o caminho é /home/morimoto/.wine/fake_windows

    Se o Windows e o Linux estiverem em dual boot na mesma máquina, você não precisará copiar os arquivos, pois diretório fake_windows será a própria partição C: do Windows. Neste caso passe direto para o passo 6.

  5. Estamos quase lá. Agora você precisa baixar o pacote desenvolvido pelo Charles R. Tersteeg que contém todos os arquivos necessários para rodar o Diablo II numa máquina que não possui o Windows instalado numa partição do HD:
    http://www.downloads-guiadohardware.net/download/d2lod-1.09b-wine.tgz

    Clique sobre o arquivo no konqueror e ele será aberto como se fosse uma pasta. Basta copiar todos os arquivos, para dentro da pasta /fake_windows/Diablo II, no diretório do Wine, sempre mandando subscrever o arquivo já existente. Faça antes um backup dos arquivos dos seus personagens, que ficam armazenados na pasta “save“.

    gdh1
    Instale também o Direct-X que está no CD 1 do Diablo, basta usar os comandos:

    $ mount /mnt/cdrom

    (caso necessário)

    $ cd /mnt/cdrom/directx7

    $ wine dx7aeng.exe

  6. Agora é só rodar o jogo. Acesse a pasta Diablo II, dentro do diretório do Wine e clique sobre o “game.exe“. Não se esqueça de configurar o konqueror para mostrar arquivos ocultos.

    Na janela que será aberta escreva “wine” no campo “abrir com” e marque a opção “executa no terminal”.

    gdh2
    Se preferir abrir direto pela linha de comando, use os comandos:

    $ cd .wine/fake_windows/”Diablo II”
    $ wine game.exe

Da primeira vez que rodar o Diablo você notará que o jogo será aberto numa janela de 640×480, e não em tela cheia como no Windows. Este é um problema que afeta todos os jogos que rodam através do Wine. Para rodar o Diablo II em tela cheia você precisa alterar a resolução do vídeo usando as teclas Crtl, Alt, + e Ctrl, Alt – (caso funcione na sua distribuição) ou então alterando a resolução manualmente antes de inicializar o jogo, usando o Xconfigurator, mcc, xf86config ou outro utilitário disponível.

O Diablo II clássico roda a 640×480 e o Lord of Destruction roda a 800×600.

Mais um problema comum é que ao tirar o mouse de dentro da janela (caso você não esteja rodando em tela cheia) é algumas teclas do teclado pararem de funcionar, ou então o teclado ser completamente ignorado desde o início.

Para resolver os dois problemas, edite o arquivo “config” dentro do diretório do wine e altere a linha:

“DXGrab” = “N”

para:

“DXGrab” = “Y”

Com isto o mouse ficará “preso” dentro da janela, evitando o bug (do próprio Diablo) que faz o teclado deixar de funcionar.

Se você quiser jogar Diablo e usar outros aplicativos ao mesmo tempo, basta abrir um novo terminal gráfico. Pressione Ctrl + Alt + F2 para mudar para o modo texto, digite “xinit — :2” para abrir o terminal gráfico e dê o comando para iniciar a interface gráfica que for usar (“startkde”, “blackbox”, “wmaker”, etc.) pronto. Alterne entre os dois terminais gráficos usando as teclas Ctrl + Alt + F7 e Ctrl + Alt + F8. Você pode abrir mais terminais se quiser.

Se por acaso ao rodar o jogo você receber um aviso do wine, dizendo que o arquivo wineserver não deve ser acessível por outros usuários, edite as permissões de acesso da pasta wineserver-(nome do seu micro), que está dentro do diretório do wine, dando permissão de acesso e de escrita apenas para o seu usuário. Se você não estiver conseguindo salvar nem criar novos personagens, veja as permissões de acesso da pasta save, dentro do diretório do Diablo II (como root se necessário) e certifique-se que seu usuário tem permissão de escrita na pasta.

Para editar as permissões de acesso de uma pasta através do konqueror basta clicar sobre ela com o botão direito do mouse e acessar as propriedades.

Na minha máquina o Diablo roda com um desempenho bem melhor no KDE que no Gnome ou no Window Maker, não sei exatamente por qual motivo. E é uma grande diferença: visualmente falando, o jogo fica umas duas vezes mais rápido no KDE que o Window Maker, na mesma máquina.

Fica a dica: se o Diablo ficar lento na sua interface preferida, experimente usar o KDE.

Estas instruções permitem rodar o Diablo em modo single player e também em rede, mas você ainda não conseguirá jogar na Batle.net por causa do uso do crack. Algumas pessoas já publicaram instruções de como conseguir jogar também na Batle.net, mas até agora não encontrei nenhuma que funcionasse comigo. Tente fazer uma pesquisa no google, pode ser que quando ler este artigo já exista alguma solução definitiva.

Fora a diminuição do desempenho da máquina que comentei no início, causado pela emulação, o jogo roda perfeitamente, inclusive com suporte a 3D caso a sua placa de vídeo ofereça este recurso. O som também funciona perfeitamente, mas eu recomendo o uso de uma placa PCI, pois as ISA causam uma utilização muito grande do processador, o que prejudica bastante o desempenho do jogo.

Fora o Diablo já é possível rodar muitos outros jogos for Windows no Linux. Veja a lista de compatibilidade do Wine-X em: http://www.transgaming.com/dogamesearch.php?order=working&showall=1 ou faça uma busca no Google para ver se existe alguma receita para rodar os jogos que lhe interessam usando uma das versões gratuítas do Wine. A lista de jogos compatíveis está aumentando rápido.

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