Memórias DDR em Placas 3D: Uma Análise de Mercado

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As placas de vídeo 3D evoluíram assustadoramente nestes últimos 3 anos, proporcionalmente, muito mais do que qualquer outro componente dos micros PC.

A três anos atrás, tínhamos no mercado basicamente duas famílias de placas 3D, as Voodoo 1 e as Riva 128, da Nvidia. Hoje a oferta já é bem maior, tanto em número de modelos disponíveis, quanto no número de fabricantes disputando o mercado. Além da Nvidia
e 3dfx, temos também a ATI, Matrox e, correndo por fora, também a S3 e a Trident.

Uma Voodoo 6000 é quase 40 vezes mais rápida que uma Voodoo 1 de 3 anos atrás, enquanto uma GeForce Ultra, massacra um Riva 128, por uma diferença de pelo menos 3.000 %

O grande problema atualmente é que os chipsets de vídeo 3D evoluíram a ponto de superar em muito o desempenho das memórias. Ao contrário do que acontece nos processadores, adicionar memória cache numa placa de vídeo não oferece praticamente nenhum ganho
de performance, pois as operações mais pesadas são justamente as de leitura e gravação de dados e texturas (que são dependentes do desempenho da memória de vídeo), e não o processamento dos polígonos em sí, que depende do poder de processamento da
placa.

Isso explica por que uma GeForce DDR chega a ser quase 40% mais rápida do que uma GeForce com memórias SDR: como as memórias DDR permitem duas transferências de dados por ciclo, a GeForce DDR pode acessar a memória de vídeo para ler ou gravar texturas com
o dobro da velocidade, deixando de ser limitada pelo desempenho da memória.

Atualmente, todas as placas de vídeo topo de linha utilizam memórias DDR: a GeForce 2 GTS, a ATI Radeon DDR e assim por diante. Existem como opção as GeForce MX e a Radeon SDR, que utilizam memórias SDR, ou seja, memórias SDRAM comuns, que apresentam um
desempenho bem abaixo das primeiras, mas em compensação custam mais barato. O fato de usar memórias SDR limita tanto o desempenho das placas que ao fazer overclock na GeForce MX não existe praticamente nenhum ganho aumentando a freqüência do core (do
chipset de vídeo), mas existe um ganho quase proporcional de desempenho ao se aumentar a freqüência da memória.

Mas afinal, por que as placas de vídeo com memórias DDR são bem mais caras? O custo de produção das memórias DDR é pouca coisa mais alto do que o das memórias SDRAM comuns, como citei em artigos anteriores, em geral fica entre 10 e 20%. Porém, no caso das
placas de vídeo, está havendo uma procura muito maior do que a produção, fazendo com que o preço das memórias DDR decole.

Se a memórias DDR custam quase o mesmo preço das SDR para os fabricantes, mas eles as estão vendendo pelo dobro do preço, significa que estão obtendo lucros astronômicos com a venda. Como sempre vemos, uma oportunidade de lucro tão fácil já está atraindo
outros fabricantes de memórias, que nos próximos meses aumentarão muito a oferta de memórias DDR para placas de vídeo, fazendo com que o preço caia.

A boa notícia é que daqui a 6 ou 9 meses as placas 3D com memórias DDR se tornarão muito mais acessíveis, permitindo que placas com desempenho semelhante ao da GeForce 2 GTS, sonho de consumo de muita gente, que hoje em dia custam por volta de 300
dólares, possam ser encontradas por 150 dólares ou até menos, entrando para o time das placas de baixo custo.

Durante o ano de 2001 temos um crescimento muito grande na oferta de memórias DDR, não apenas no ramo de placas de vídeo, mas também para PCs domésticos. Durante o ano as vendas de memórias DDR crescerão pouco a pouco, a ponto de substituírem
definitivamente as memórias SDRAM comuns até o final do ano.

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